Publicado em: 12 de fevereiro de 2025
No ano passado, País liderou emplacamentos de ônibus Volvo no mundo; modelos elétricos são apostas, mas Brasil carece de infraestrutura
ADAMO BAZANI
Colaborou Vinícius de Oliveira
A Volvo espera 2025 com estabilidade na produção e vendas, com volume igual a 2024 para ônibus acima de 16 toneladas no Brasil, segmento em que atua.
A marca também anunciou o início de fabricação de elétricos articulados e biarticulados em Curitiba (PR).
O Brasil liderou entre os emplacamentos de ônibus da marca Volvo entre os países onde a fabricante tem atuação.
Foram 709 unidades em 2024 apenas no Brasil.
É a primeira vez que o mercado brasileiro alcança a liderança na história de ônibus da Volvo no mundo.
Os dados foram revelados nesta quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025, em coletiva de imprensa na capital paulista, onde a Volvo divulga os balanços de 2024 e perspectivas para 2025.
Em toda a América Latina, foram 1429 ônibus.
Segundo a Volvo, “além do Brasil, maior mercado na região, Chile e Peru foram os principais destinos para os veículos, com 238 e 162 unidades comercializadas, respectivamente, no período [de 2024]”.
Em torno de 50% dos ônibus Volvo produzidos no Brasil foram para exportações.
O presidente da Volvo Buses Latin América, André Marques, no evento, relembrou vendas expressivas de 2024, como a venda de 90 ônibus urbanos de motor traseiro (B320R) para os sistema do Distrito Federal e mais de 60 para o Rio de Janeiro.
Marques também relembrou o crescimento de cerca de 40% do modelo rodoviário 8×2 (quatro eixos).
ELÉTRICOS
A Volvo tem perspectivas em relação a ônibus elétricos para a América Latina, a partir do Brasil.
Neste ano de 2025, começa a produção em linha, na fábrica de Curitiba (PR) , dos ônibus elétricos articulados e biarticulados da marca (BZRT).
Para a montadora, isso “tornará o País uma base global de exportação desses modelos 100% elétricos, com zero emissões de CO2”
Entretanto, assim como ocorre com todas as montadoras, o Brasil antes tem limitações em relação a falta de infraestrutura, em especial nas redes de distribuição de energia.
O caso de São Paulo é o mais emblemático.
A cidade não cumpriu as metas de 2,6 mil coletivos elétricos que eram esperadas até dezembro de 2024.
Atualmente, são em torno de 500 unidades com bateria e, como mostrou o Diário do Transporte, o prefeito Ricardo Nunes estima que neste ano de 2025 sejam introduzidos na frota em torno de 600 unidades. A soma, entre os que já rodam e na estimativa, dá menos da metade da meta frustrada.
Enquanto isso, a cidade flexibilizou a lei e agora briga na Justiça para reverter a decisão que suspendeu essa flexibilização.
Nesta terça-feira (11), como também mostrou o Diário do Transporte, o prefeito Ricardo Nunes disse que está em estudos a introdução de modelos a gás natural e que ainda não há certeza de cumprimento das metas de eletrificação por falta de infraestrutura, mas também de capacidade produtiva das plantas no Brasil.
A declaração causou reação da ABVE, que representa os fabricantes, que garantiu haver essa capacidade
Relembre:
Fabricantes de ônibus elétricos rebatem prefeito de São Paulo e dizem que podem produzir 9,9 mil unidades em 2025 e chegar a 25 mil coletivos por ano em 2028
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
Colaborou Vinícius de Oliveira