Na manhã de terça-feira vários jogadores de destaque do Brasileirão, como Neymar, Depay e Lucas Moura, lançaram uma campanha contra o gramado sintético nos estádios do país.
Outro que se juntou ao coro foi Marinho, um dos principais nomes do Fortaleza. Em entrevista coletiva à repórter da ESPN, Victoria Leite, durante a preparação para o confronto contra o Vitória pela Copa do Nordeste, o ‘Mini Míssil’ foi categórico ao dizer que quem defende o gramado sintético não se preocupa com os atletas.
“Cara, eu acho que quem decide isso de querer gramado sintético é quem nunca jogou bola. Entendeu? Isso é fato. Eu acho que (os jogadores) somos a maioria porque é a gente que se coloca em campo. Eu vejo muita vantagem para uma equipe que tem gramado sintético, porque gramado sintético é a mesma coisa que jogar na altitude. The Strongest joga lá no estádio deles, ganha de quase todo mundo. Quando ele sai fora, é outra equipe. Ele tem o benefício, a altitude.”
“Você acaba um jogo, tá fazendo gelo no joelho, sente o joelho, sente a posterior, dói tudo, né? Não é que o cara é velho, é que começa a sentir mesmo e faz parte. A maioria dos meninos que joga muito tempo nos clubes que tem sintético começa a reclamar: ‘Nossa, mas aqui sintético é muito ruim, o joelho começa a doer’. Uma hora alguém vai se machucar, uma hora alguém vai falar que está sentindo e o jogador não vai ter durabilidade, muito tempo jogando. Se passar três, quatro anos jogando numa equipe de sintético, no sexto ano eles aposentam.”
Atualmente, estádios relevantes, como o Allianz Parque, do Palmeiras, a Ligga Arena, do Athletico-PR, o Nilton Santos, do Botafogo, a Arena MRV, do Atlético-MG, além do Pacaembu, estádio municipal em São Paulo, aderiram ao sintético.
Para Marinho, o gramado sintético não pode ser comparado a um relvado natural:
“Imagina você jogando bola aqui. Isso aqui é um tapete, né? Um campo sintético é praticamente isso, é esse piso aqui com tapete por cima.”
“Você cai, se machuca. Se cair, depende do jeito que você cai, você sente muita dor. Quando você cai se rala todo porque tem fibra de coco, você acaba derrapando…eu praticamente quando eu jogo no sintético, por exemplo, na Arena da Baixada, eu sempre tô cortado, seja na no joelho quando eu caio, seja no braço. E não é normal, não é natural, tipo assim, você vai jogar num lugar e tipo assim, o beneficiado sempre é o time da casa, por quê? Porque é sintético.”
“Acho que se as pessoas começassem a parar e pensar ‘eu vou ter que jogar no sintético pra ver se é legal mesmo’…mas normalmente as pessoas que colocam o sintético são pessoas que tão no computador, mexendo no ar condicionado. Não estão preocupadas com quem joga. Mas acho que o cara tem que falar um pouco também, é opinião de cada um. Os atletas tão 100% de que jogar em grama natural é muito melhor, é onde o futebol flui. É só arrumar o seu próprio campo pra que a gente tenha as melhores condições pra jogar.”
Próximos jogos do Fortaleza
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Vitória (C): 19/02, 21h30 (de Brasília) – Fase de grupos da Copa do Nordeste
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01/03, horário e adversário a definir – Semifinal do Campeonato Cearense