O mercado de fertilizantes especiais fechou 2024 com faturamento de R$ 26,9 bilhões, montante 18,9% superior ao obtido um ano antes, conforme dados do anuário elaborado pela Associação Brasileira de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo), divulgado nesta segunda-feira (5/5).
Clorialdo Roberto Levrero, presidente do Conselho Deliberativo da Abisolo, destaca que em 2024 os produtores postergaram ao máximo as decisões de compra de insumos, mantendo as vendas relativamente estáveis até meados do ano. “A partir de setembro, com maior clareza no cenário agrícola, os agricultores formalizaram a compra dos insumos que faltavam para o manejo da safra”, disse Levrero, em nota.
De acordo com os dados da Abisolo, houve contração nos segmentos de fertilizantes orgânicos, com recuo de 44% no faturamento em 2024, e fertilizantes organominerais (-19,7%). Por outro lado, os fertilizantes minerais especiais tiveram receitas 30,7% maiores, e biofertilizantes cresceram 1,4% em faturamento.
A entidade também destacou o comportamento do mercado de fertilizantes especiais por Estados, e Minas Gerais manteve a posição de destaque como maior consumidor desse tipo de produto, respondendo por 18,2% das aquisições nacionais. São Paulo (16,7%) e Mato Grosso (13,6%) aparecem na sequência.
Quanto ao desempenho por modo de aplicação, destacaram-se em 2024 os fertilizantes especiais destinados à aplicação via sementes (+49,6%) e via fertirrigação/hidroponia (+36,1%), seguidos de perto pelos de aplicação foliar (+23,2%). Este último segmento, de maior relevância econômica dentro do setor, também apresentou forte alta no ano. Já os produtos voltados à aplicação via solo registraram um crescimento menor (+5,2%).
Ainda em 2024, a soja permaneceu como a principal cultura demandante de fertilizantes especiais, absorvendo 44,1% da demanda, seguida pelo milho (13,2%), e café (9,6%). A Abisolo destacou uma maior procura dos produtores de cana pelos insumos especiais, respondendo por 9,3% das compras, além do segmento de frutas, que ampliou a procura em 5,8% nos dados de 2024.
Condicionadores de solo orgânicos
O mercado de condicionadores de solo de base orgânica registrou faturamento de R$ 129,1 milhões em 2024, com redução de 7,6% em comparação a 2023. Os condicionadores de solo fluidos foram menos impactados, registrando queda de 2,2%, enquanto os condicionadores sólidos sofreram uma contração mais acentuada, de 14,6%.
No recorte de vendas por culturas, observou-se em 2024 uma queda na participação da soja e da cana-de-açúcar nas vendas de condicionadores de solo, enquanto culturas como milho, hortaliças, café e frutas aumentaram sua representatividade. Destaca-se que frutas e café figuraram entre os principais segmentos consumidores desses insumos, refletindo uma diversificação na demanda.
Em relação às vendas por estado, São Paulo foi o maior consumidor de condicionadores de solo em 2024, seguido por Minas Gerais e Espírito Santo, evidenciando a concentração do uso desses produtos em importantes polos agrícolas do Sudeste brasileiro.
Substratos para plantas
Em 2024, o mercado de substratos para plantas faturou R$ 421,2 milhões, apresentando um crescimento de 8,0% em relação a 2023. Esse resultado positivo deve-se principalmente ao aumento do volume comercializado, que alcançou 750 mil metros cúbicos no ano, acima dos 715 mil m³ vendidos em 2023, o que indica maior demanda por esses insumos no cultivo de mudas e plantas, segundo a Abisolo.
Em vendas por região, o Sudeste seguiu como a maior consumidora de substratos, respondendo por 53,5% das vendas em 2024, seguida pelas regiões Sul (23,2%) e Nordeste (12,7%). Em vendas por cultura, a utilização de substratos concentrou-se especialmente em hortaliças, frutas e flores, que representaram em conjunto 51% do volume comercializado no ano.
