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Alta nos preços e incertezas globais reduzem acessibilidade a fertilizantes


O mercado global de fertilizantes inicia 2025 sob pressão, com alta nos preços, oferta limitada e instabilidade geopolítica. Segundo relatórios do Rabobank e da StoneX, divulgados nesta segunda-feira (19/5), o cenário é de desafios, com impacto direto no poder de compra dos agricultores.

De acordo com o Rabobank, os preços dos fertilizantes apresentam tendência de alta, enquanto os preços das commodities agrícolas não acompanham esse movimento na mesma intensidade. Isso tem reduzido a capacidade de compra dos produtores rurais, especialmente em um ambiente de incerteza global, marcado por conflitos e por novas medidas comerciais. Entre elas, destacam-se as tarifas de importação anunciadas pelos Estados Unidos no início de abril, que ampliaram a volatilidade do mercado.

O índice de acessibilidade da RaboResearch indica uma transição de ciclo: o setor está deixando para trás um período de fertilizantes relativamente acessíveis para entrar em uma fase em que os produtos se tornam menos acessíveis, com o índice atingindo valores negativos. A previsão é que esse quadro se mantenha ao longo do ano.

Do lado da demanda, o consumo global de fertilizantes permanece estável em diversas regiões, como América do Sul, Europa, EUA, África e Austrália. A Índia continua sendo um dos principais compradores mundiais, embora a demanda sazonal tenha diminuído recentemente, refletindo o esgotamento de estoques e a consequente retração da atividade de mercado.

O comportamento das commodities agrícolas também influencia o cenário. A soja enfrenta uma perspectiva de preços mais baixos, enquanto o milho tem uma visão mais positiva por parte do mercado. A atenção agora se concentra nas safras do Hemisfério Norte, especialmente nos Estados Unidos, o que pode trazer novos elementos para o equilíbrio entre oferta e demanda de fertilizantes nos próximos meses.

O Rabobank destaca, ainda, que, embora o Brasil tenha registrado importações em ritmo elevado no início do ano, parte desse volume refere-se à reposição de estoques. “A decisão sobre novas compras dependerá do comportamento das commodities agrícolas e da margem esperada para a próxima safra”, pontua.

Nitrogenados

Os preços dos fertilizantes nitrogenados, como ureia e nitrato de amônio, seguem pressionados globalmente pela ampliação da capacidade produtiva no Oriente Médio, África e Estados Unidos, segundo relatório do Rabobank. A expectativa é de que essa nova oferta mantenha os preços em níveis mais baixos ao longo de 2025, beneficiando países importadores como o Brasil.

Na Europa, a demanda ainda não se recuperou totalmente após a crise energética de 2022. Já nos EUA e na Índia, o consumo deve continuar forte, influenciado por fatores sazonais e subsídios no Sul da Ásia.

Por outro lado, a StoneX aponta que os preços da ureia sobem nos Estados Unidos devido à oferta restrita e à forte demanda do milho, enquanto no Brasil recuam diante de menor interesse de compra. No cenário internacional, o mercado monitora a possível retomada das exportações de ureia pela China, o que pode aumentar a oferta e pressionar os preços globalmente. A incerteza sobre esse movimento tem levado compradores a adiar novas aquisições.

Fosfatados

No segmento dos fosfatados, os preços do fosfato monoamônico (MAP) e do fosfato diamônico (DAP) registraram alta no Brasil e nos EUA, acompanhando a oferta internacional limitada. A elevação tem pressionado as relações de troca, levando produtores brasileiros a considerarem alternativas com menor teor de fósforo para reduzir os custos de adubação. O mercado segue atento à possibilidade de retorno das exportações chinesas de MAP e DAP, embora ainda não haja confirmação oficial.

Potássicos

Já os fertilizantes potássicos mantêm tendência de leve alta nos preços, com avanços graduais. No Brasil, o cloreto de potássio (KCl) acumula alta desde o início do ano, o que tem impactado negativamente as relações de troca para os produtores de grãos.

A StoneX confirma tendência de alta moderada e aponta que negociações na China e na Índia podem influenciar o mercado nos próximos meses, embora ainda sem confirmação oficial.



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