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5 histórias de Ancelotti, novo técnico da seleção, que você não conhece


A contratação de Carlo Ancelotti para dirigir a seleção brasileira até, no mínimo, a Copa do Mundo de 2026 ganhou as manchetes do mundo inteiro, empolgou torcedores descrentes com a equipe nacional e transformou o italiano em uma celebridade maior do que ele já é.

Técnico de alguns dos maiores clubes do mundo, como Juventus, Milan, Chelsea, PSG, Real Madrid e Bayern de Munique, Ancelotti é um personagem muito conhecido para quem acompanha o futebol europeu de perto, mas isso não o impede de ter histórias curiosas que nem todos já ouviram.

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Algumas delas são retratadas no livro “Liderança Tranquila”, publicado no exterior e traduzido no Brasil pela editora Grande Área. Nele, Ancelotti e profissionais de futebol que trabalharam a seu lado relembram causos e momentos marcantes da carreira do agora técnico da seleção.

O ESPN.com.br conta abaixo cinco dessas histórias:

Baggio? Não quero!

Carleto iniciou a carreira solo de treinador na Reggiana, em 1995, depois de ser auxiliar de Arrigo Sacchi na seleção da Itália. O trabalhou durou um ano, até que uma proposta do Parma, então turbinado pelo dinheiro da multinacional Parmalat, o seduziu.

Foi no clube amarelo e azul que Ancelotti viveu seu primeiro dilema. Em certo ponto, a diretoria ofereceu a ele a possibilidade de contratar Roberto Baggio, craque da seleção vice-campeã na Copa do Mundo de 1994 e então um dos grandes nomes do futebol mundial.

Mas Ancelotti vetou o astro. O motivo: não querer trocar o esquema que acreditava (o 4-4-2, com duas linhas de quatro no meio-campo) para encaixar Baggio, que preferia jogar como um meia que encostava no atacante. O camisa 10 nunca atuou pelo Parma, o que faz Carleto lamentar até hoje.

“Hoje vejo que fiz mal em descartá-lo. Recusei-me a mudar meu conceito de futebol porque era inseguro. Estava preocupado e no fim percebi que cometi um erro. Deveria ter conversado com Baggio e encontrado uma solução”, admitiu o italiano.

‘Inventou’ Pirlo de volante

O clube mais especial da vida de Ancelotti é o Milan, por quem atuou como jogador, onde se aposentou e depois passou oito anos como técnico, de 2001 a 2009. Por lá, conviveu com a imensa personalidade de Silvio Berlusconi, antigo primeiro ministro da Itália e dono do clube.

Sempre disposto a palpitar sobre escalação e maneira de montar o time, Berlusconi exigiu de Ancelotti uma equipe que praticasse um futebol ofensivo e atraente, algo que, na Itália, era até uma raridade. O técnico então estudou maneiras de montar um meio-campo mais fluído, com um volante de mais técnica do que marcação. A resposta estava na sua frente.

“Posso fazer isso”, garantiu Andrea Pirlo, então um meio-campista ofensivo que havia trocado a Inter de Milão pelo Milan em busca de espaço. Foi justamente o que aconteceu.

Pirlo assumiu a função de primeiro volante e, com sua qualidade técnica, liderou um Milan que marcou época na Itália. Nesse esquema, o clube chegou a três finais de Champions League, ganhou duas (2003 e 2007), conquistou todos os títulos locais e se consolidou como potência na Europa.

Perdeu emprego no Chelsea para Felipão

Em seus últimos anos de Milan, Ancelotti vivia o natural fim de ciclo até que começaram a surgir propostas interessantes. Uma delas foi do Chelsea, que, após ser vice-campeão europeu em 2008, buscava um técnico capaz de levá-los ao primeiro título da Champions League (que só aconteceria em 2012).

O italiano foi um dos entrevistados por Roman Abramovich, empresário russo que era dono do Chelsea. Após uma série de reuniões, Ancelotti foi informado que o clube buscaria um outro técnico. “Devido, supostamente, ao meu inglês fraco”, conta Carleto em suas memórias.

O curioso da história é que o escolhido foi Luiz Felipe Scolari, campeão do mundo com o Brasil em 2002 e na época dirigindo a seleção de Portugal. A passagem de Felipão por Londres foi curta, de julho de 2008 a fevereiro de 2009, marcada por problemas de relacionamento com jogadores como Anelka e Drogba, além de críticas da imprensa pelo… inglês fraco.

Ancelotti voltou a ser cortejado assim que Scolari foi demitido e aceitou a proposta para iniciar o trabalho em junho. Não sem antes melhorar o seu idioma. “Fui levado para a Holanda para fazer um curso intensivo de inglês de uma semana, dias inteiros das oito da manhã às oito da noite”.

“Dei minha primeira entrevista no Chelsea e falei inglês na frente de 200 jornalistas. Estava nervoso, obviamente, mas muito satisfeito”.

Bico de mecânico

Ancelotti deixou a Itália pela primeira vez para trabalhar no Chelsea, em 2009. A passagem por Stamford Bridge rendeu títulos de Premier League, Copa da Inglaterra e Supercopa da Inglaterra, mas também um causo contado por Roberto Martínez, hoje treinador da seleção de Portugal.

“Minha mulher foi de carro até Stamford Bridge certo dia para assistir ao jogo e parou seu automóvel no estacionamento sob o estádio. Depois do jogo, ao tentar ligar o carro novamente, notou que a luz de óleo havia se acendido”, relatou o treinador espanhol, na biografia de Ancelotti.

“Enquanto abria o capô para verificar o nível do óleo, uma pessoa se aproximou e disse: ‘Com licença, você está com algum problema?’. Era Carlo. Trajando seu terno do Chelsea, arregaçou as mangas e reabasteceu o reservatório do óleo para a minha esposa”, disse Martínez.

“Carlo não sabia quem era ela, teria feito aquilo para qualquer pessoa. E fez logo após uma partida. Estava apenas sendo ele mesmo”.

Caixa na cabeça de Ibrahimovic

Já imaginou chutar uma caixa na cabeça de alguém do tamanho (físico e temperamento) de Zlatan Ibrahimovic? Pois Ancelotti viveu essa experiência enquanto ambos trabalhavam juntos no PSG. E saiu vivo para contar a história.

Após uma partida trágica contra o Evian, pelo Campeonato Francês, o técnico entrou no vestiário possesso de raiva, bateu a porta com muita força e passou a cobrar dos jogadores. Na sequência, deu um bico em uma caixa que estava no chão. Como um autêntico ex-jogador, acertou em cheio no alvo: a cabeça de Ibra.

“Eu pensei: ah, não!”, admitiu Paul Clement, antigo auxiliar de Ancelotti, ao presenciar a cena. “Mas, para ser justo com Ibra, ele aceitou aquilo com a cara mais normal do mundo. Foi a única vez que o vi daquele jeito”.

“Olhei para ele e notei que sua sobrancelha estava levantada. Sabia que a coisa era séria, por isso simplesmente abaixei a cabeça”, recordou Ibra, que, apesar do acidente, é um dos maiores fãs do novo treinador da seleção brasileira.

“Escrevi minhas memórias antes de conhecer Carlo. Se fosse escrever novamente, haveria um capítulo inteiro dedicado a ele”.



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