Publicado em: 15 de maio de 2025
Laudo da Polícia Civil de Minas Gerais foi apresentado nesta quinta-feira, 15 de maio de 2025. Judicialmente, empresa também responde pelo fato de condutor ser seu preposto, que teria afirmado aos passageiros precisava correr para “tirar o atraso”, explicou o delegado na nota da Polícia Civil enviada ao Diário do Transporte
ADAMO BAZANI
O motorista de 58 anos da empresa Real Expresso, do Grupo Guanabara, dirigia o ônibus de dois andares rodoviário a 96 km/h no momento exato do tombamento que resultou na morte de 12 pessoas e ferimentos em outras 46, no dia 08 de abril de 2025, na MG-223, entre Tupaciguara e Araguari, no Triângulo Mineiro. Isso significa mais de 50% a velocidade máxima permitida para a via.
Esta é uma das conclusões do laudo finalizado pela perícia da Polícia Civil na quarta-feira, 14 de maio de 2025, que foi apresentado nesta quinta-feira (15).
Por esta razão, o condutor foi indiciado por 12 homicídios e 46 tentativas com dolo eventual. Dolo eventual ocorre quando o autor do crime não tem intenção, mas ao agir de forma errada e com consciência disso, assume o risco de matar ou ferir.
Foi o que explicou, em nota enviada ao Diário do Transporte, o delegado Rodrigo Faria.
Segundo o delegado, todos os passageiros que estavam sem cinto de segurança foram arremessados para fora do veículo.
O delegado explicou ainda na nota da Polícia Civil que em vários momentos das paradas da viagem, o motorista disse para todos colocarem o cinto porque precisaria correr para tirar o atraso.
Acompanhe:
“Durante o inquérito policial, conseguimos constatar, principalmente pelas provas objetivas – laudos de necropsia e de levantamento de local -, que realmente o veículo estava transitando acima da velocidade permitida, principalmente em momentos antecedentes ao acidente. Vários passageiros constataram e confirmaram que o motorista, em determinados momentos, em paradas do ônibus nesse deslocamento, sempre pedia para todos apertarem os cintos e se segurar porque ele precisaria tirar o atraso no tempo de viagem”, disse o delegado na nota da Polícia Civil enviada ao Diário do Transporte.
Judicialmente, empresa também responde pelo fato de condutor ser seu preposto.
A Polícia ainda verificou inconsistência na lista de passageiros, após o cruzamento de dados da Secretaria de Saúde, elevando o número de pessoas envolvidas para 59, incluindo o motorista.
O ônibus tinha partido de Anápolis com destino a São Paulo, saiu da pista e tombou no trevo do Queixinho na madrugada de 08 de abril de 2025.
O Grupo Guanabara disse que continua a colaborar com as investigações.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes