Publicado em: 17 de maio de 2025
Categoria pode cruzar os braços caso não haja acordo em nova rodada de negociação; proposta das empresas foi rejeitada
ALEXANDRE PELEGI
A categoria dos motoristas de ônibus na capital potiguar aprovou um indicativo de greve. Esta decisão ocorreu durante uma assembleia realizada nessa sexta-feira, 16 de maio de 2025, organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários (Sintro). Uma possível paralisação das atividades poderia ter início já na próxima quarta-feira (21) caso não se concretizem avanços na rodada de negociação agendada para a terça-feira (20).
Os trabalhadores reivindicam uma série de pontos. Entre as demandas estão um reajuste salarial de 8,53%, um aumento no vale-refeição para R$ 600,00, o que representaria um acréscimo de 36,36%, e um reajuste de 15,5% no valor da mensalidade do plano de saúde.
Em contrapartida, as empresas de transporte coletivo, representadas pelo Seturn, apresentaram uma proposta durante uma reunião mediada pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego. Esta reunião aconteceu na última quinta-feira, dia 15 de maio. A oferta patronal incluía um reajuste de 5,53%, a ser pago em duas parcelas: 3,53% a partir de 1º de maio e 2% a partir de 1º de novembro. Além disso, propunham um reajuste de 7,5% tanto no vale-refeição quanto no plano de saúde.
No entanto, a proposta apresentada pelas empresas foi recusada pela categoria na assembleia sindical.
De acordo com informações do Sintro, os motoristas pretendem apresentar uma contraproposta na próxima sessão de negociação. O sindicato informou ainda que o indicativo de greve será mantido se não houver um acordo entre as partes.
As empresas, por sua vez, argumentam enfrentar dificuldades financeiras. Elas apontam como causas a queda na atividade econômica, os efeitos persistentes da pandemia de Covid-19 e o aumento da concorrência com aplicativos de transporte por motocicleta. Segundo o Seturn, somente após a realização da licitação do sistema de transporte público seria viável discutir aumentos maiores, pois o setor acredita que a licitação permitirá o estabelecimento de regras mais claras para a remuneração dos serviços prestados.
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes
