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OPINIÃO: Façanha do Botafogo é um momento sublime na história


No mundo do futebol pré-2025, este era o jogo que valia tudo. O campeão da Europa contra o campeão da América. Pode-se olhar com interesse autêntico ou curiosidade mórbida, aceitar as desigualdades ou alimentar complexos, mas jamais esquecer que este é o esporte, talvez o único, que não respeita rankings ou folhas salariais. A versão futebolística de Davi e Golias é, ao mesmo tempo, o produto final de uma hierarquia financeira acostumada a impor suas vontades e um espetáculo exótico em que torcer para o mais fraco é uma formalidade.

O local e a data eram especiais. O estádio californiano em que a seleção brasileira conquistou sua quarta Copa do Mundo, em 1994, e o dia em que, após 13 anos e 33 encontros, uma equipe europeia foi derrotada em uma edição do Mundial de Clubes. O autor do feito não foi um time brasileiro ou argentino, mas o Inter Miami de Lionel Messi. A vítima não foi um representante da elite do jogo, mas o Porto, terceiro colocado no último Campeonato Português.

O Botafogo não enfrentava apenas o campeão da Liga dos Campeões da Uefa, mas o melhor time da Europa. Nem sempre é o caso. Na decisão do torneio, em 31 de maio, o Paris Saint-Germain goleou a Internazionale de Milão por 5 x 0 num monólogo raramente registrado nesse tipo de ocasião. Nesta quinta-feira, após 36 minutos de domínio francês no Rose Bowl, Igor Jesus relembrou o mundo que o futebol é um jogo indomável. Um desarme na região central do gramado, um ótimo passe e um chute desviado: 1 x 0. Não havia outra maneira para o Botafogo chegar ao gol, uma verdade irrelevante sob qualquer ângulo.

Quando o árbitro canadense Drew Fisher determinou o final do primeiro tempo, o jogo parecia a caminho de se converter numa cena dramática que o futebol às vezes proporciona em situações de claro desequilíbrio técnico: o time que deveria estar perdendo se torna maior do que seu oponente poderoso, mesmo que seja apenas por uma tarde. O Paris, geralmente insaciável sem a bola e imprevisível com ela, seguia no controle das iniciativas, mas era repetidamente negado pela dedicação defensiva botafoguense. A cada minuto, a perspectiva de um resultado inesperado e histórico ficava mais real.

O jogo era disputado essencialmente perto da área defendida por John, numa dinâmica em que não brilhavam Doué ou Kvaratskhelia, mas Alexander Barbosa e Jair Cunha. O ataque incontrolável que caracterizou a temporada do Paris produzia muito volume, mas era pobre em finalizações. Nos últimos minutos, a pressa e o cansaço do time francês foram aliados do Botafogo na tarefa de completar uma vitória que não acontecia desde que o Corinthians derrotou o Chelsea na final do Mundial de Clubes da Fifa de 2012.

O time que conquistou a Copa Libertadores em inferioridade numérica venceu o campeão europeu com inteligência e suor, uma façanha que, pelo formato desta Copa do Mundo de Clubes, não vale troféu. Jamais será, no entanto, uma vitória aleatória de fase de grupos, destinada a sobreviver apenas na memória de quem se aprofunda no estudo dos resultados de torneios internacionais. Por aproximar o Botafogo da classificação para a fase seguinte e por levar o nome do clube a um momento sublime em sua história.

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