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Com Águia Branca, JCA pela Wemobi quer faturamento 30% maior. BusCo deve englobar mais linhas, até as em disputa judicial – 40 ônibus a mais logo de cara


De acordo com apurações do Diário do Transporte, ligações de empresas tradicionais devem ser cobertas por nova plataforma e meta é cobertura em todos os estados brasileiros. E a briga sobre a Itapemirim? Como fica nessa?

ADAMO BAZANI

O Diário do Transporte mostrou nesta quarta-feira, 25 de junho de 2025, que a empresa capixaba, Viação Águia, e a o Grupo JCA, de São Paulo, que reúne viações como Cometa, 1001 e Catarinense, anunciaram de forma oficial o início operacional da joint venture BusCo, que começa como uma plataforma digital de vendas de passagens em rotas cobertas pelos dois conglomerados.

Mas, a união vai significar muito mais que viagens com “experiência digital”. Será uma operação todos os estados brasileiros.

Ao pé da letra, joint-venture significa “união com risco”. Na prática, é uma associação entre empresas e grupos empresariais, mas sem fusão, com cada participante tendo ainda autonomia, marcas e negócios

As assessorias de comunicação se manifestaram: A Águia Branca anunciou um investimento inicial conjunto de R$ 50 milhões. A BusCoa lançou o site, iniciou as vendas de passagens e tem previsão de começar as viagens em 1º de agosto de 2025.

O modelo de negócio da BusCo é focado na comercialização das passagens, marketing e precificação, enquanto as responsabilidades operacionais, como o transporte efetivo e a manutenção dos ônibus, recaem sobre o parceiro operador. A empresa nasce com uma frota inicial de mais de 40 ônibus e atenderá, nesta primeira fase, praças como São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, Florianópolis, Maringá (PR) e São José do Rio Preto (SP).

O Grupo JCA, por sua vez, informou que a integração tecnológica de sua parte será pela plataforma de viagens com compra e embarques digitais Wemobi, que espera faturar 30% mais, ampliar de imediato a oferta em 30 trechos já disponíveis. Segundo o Grupo JCA, a expectativa é de que até julho a wemobi ofereça mais de 1.000 rotas em todo o Brasil, “incluindo destinos estratégicos como Minas Gerais, Paraná e Bahia. A projeção é ampliar significativamente o número de usuários ativos ao longo do próximo ano, apoiada na integração de novas operadoras ao sistema e na meta de atuação em todos os estados brasileiros”.

Em 2020, o Diário do Transporte já anunciava o nome Busco.

Você pode relembrar a reportagem neste link:

Em 2023, o Diário do Transporte anunciava a análise e a aprovação preliminar, na época, pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). De acordo com o Cade, na época, o grupo da Águia Branca estava em terceiro lugar no setor rodoviário respondendo por 11,5% do mercado interestadual. O Grupo JCA estava em segundo lugar, com 16,8% do mercado.

A união desbancou no topo do ranking a líder Gontijo, que detinha 22,1%, ainda de acordo com o Cade.

Relembre:

A fome deve ser maior ainda.

No próprio comunicado oficial, a Wemobi declarou neste 25 de junho de 2025, atuação em todos os Estados, CONFIRMANDO AS APURAÇÕES DO DIÁRIO DO TRANSPORTE.

A expectativa é que até julho a wemobi ofereça mais de 1.000 rotas em todo o Brasil, incluindo destinos estratégicos como Minas Gerais, Paraná e Bahia. A projeção é ampliar significativamente o número de usuários ativos ao longo do próximo ano, apoiada na integração de novas operadoras ao sistema e na meta de atuação em todos os estados brasileiros – diz a nota oficial.

Além de ampliar a cobertura, em locais onde os conglomerados nunca atuaram, linhas tradicionais operadas por concorrentes e até em disputa judicial estão no foco.

Como tem mostrado o Diário do Transporte, a Águia Branca se fortaleceu judicialmente nesta terça-feira, 24 de junho de 2025, na briga com a Suzantur, empresa do ABC Paulista que opera por arrendamento as linhas das falidas Itapemirim e Kaissara. São 125 ligações.

O juiz Marcelo Stabel de Carvalho Hannoun, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais, do TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo) republicou a homologação da Águia Branca para operação das 125 linhas de ônibus interestaduais em um novo arrendamento de 12 meses prorrogáveis por mais 12 meses ou até a conclusão do leilão definitivo da chamada UPI (Unidade de Produção Individual) Operação da Itapemirim-Kaissara.

Relembre:

Não significa que a Suzantur vai sair de imediato, porque a empresa do ABC vai tentar provar que não perdeu o objeto uma liminar do STJ (Superior Tribunal de Justiça), mesmo sobre uma decisão anterior já extinta, que prorrogou por mais 180 dias o arrendamento atual, contando retroativamente a 27 de fevereiro de 2025.

Ou seja, mesmo se for decidido que a decisão do STJ não perdeu o objeto, faltam praticamente dois meses para este prazo de prorrogação acabar. Exatamente o período previsto para a Águia Branca estar 100% operando as 125 linhas.

Não há nenhum entendimento de que a decisão que homologou a proposta da Águia Branca perderia seu valor com o fim do arrendamento à Suzantur.

A empresa do ABC vai tentar provar na Justiça que o contrato atual prevê término do arrendamento em vigor, pelo qual opera, somente após finalizada a transição prevista em prol do vencedor do leilão definitivo das linhas.

As guerras de narrativas jurídicas ganham um novo elemento e o Grupo JCA, que parecia quieto até então, será com a BusCo um dos maiores beneficiados se a Águia Branca vencer queda de braço contra a Suzantur pelas linhas 125 linhas da Itapemirim-Kaissara, sendo envolvido apenas por meio da Joint Venture, que se desenhou dois anos antes da falência do Grupo Itapemirim ou como agente ativo.

MATÉRIA ANTERIOR:

BusCo, união entre JCA e Águia Branca, anuncia início de operações com R$ 50 milhões de investimentos 

No primeiro ano, meta é faturar R$100 milhões. Linhas podem ser assumidas

ALEXANDRE PELEGI

A BusCo, uma joint venture entre duas das maiores operadoras de transporte rodoviário do Brasil, a capixaba Águia Branca e a JCA (dona de marcas como 1001 e Viação Cometa), deu seus primeiros passos no mercado.

Com um investimento inicial conjunto de R$50 milhões, a empresa lançou seu site, iniciou as vendas de passagens e tem previsão de começar as viagens em 1º de agosto.

O objetivo central da BusCo é impulsionar a modernização do setor rodoviário, que tem sentido a pressão de novos entrantes mais modernos e com volumosos aportes de capital. As empresas tradicionais, muitas vezes, enfrentam dificuldades para manter o ritmo de investimentos em tecnologia. Claudio Souza, CEO da BusCo, destacou a importância do momento de desenvolvimento tecnológico e inteligência artificial para levar uma melhor experiência aos clientes.

A parceria para a criação da joint venture, com 50% de participação de cada grupo, foi anunciada em 2020 e recebeu a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no final de 2023. A aprovação do Cade foi condicionada à assinatura de um Acordo em Controle de Concentrações (ACC), que incluiu medidas para preservar a concorrência, como a proibição da BusCo de operar nas rotas onde há sobreposição das atividades da Viação Águia Branca e da JCA, garantindo que ambas continuem a competir entre si. O conselheiro Luiz Hoffmann, relator do caso, expressou preocupações de que a BusCo pudesse usar sua posição e informações para alinhar preços e horários, facilitando a colusão no mercado.

O modelo de negócio da BusCo é focado na comercialização das passagens, marketing e precificação, enquanto as responsabilidades operacionais, como o transporte efetivo e a manutenção dos ônibus, recaem sobre o parceiro operador. A empresa nasce com uma frota inicial de mais de 40 ônibus e atenderá, nesta primeira fase, praças como São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, Florianópolis, Maringá (PR) e São José do Rio Preto (SP).

A BusCo é uma empresa 100% online, sem guichês em rodoviárias, utilizando muita tecnologia para operar com altos níveis de ocupação e custos mais baixos.

A entrada em operação da BusCo transformará a Águia Flex, empresa criada pela Águia Branca há cerca de seis anos, para competir no mercado digital com companhias como a Buser. A Águia Flex passará a ser um canal de vendas e terá sua frota adesivada com a marca da BusCo. Thiago Juffo, diretor de Negócios da Viação Águia Branca, afirmou que a BusCo será uma plataforma “muito mais robusta” do que as iniciativas digitais anteriores dos grupos.

O setor rodoviário passou por uma transformação digital acelerada durante a pandemia, mas ainda é visto como atrasado em relação a outros setores, como o varejo, especialmente em vendas integradas com redes sociais. O modelo de negócio da BusCo é semelhante ao da startup alemã FlixBus, que iniciou suas operações no Brasil em dezembro de 2021 e já atua em cerca de 40 países. Além disso, a BusCo planeja estar presente em diversos marketplaces do setor, como a ClickBus e a Blablacar.

A BusCo tem como meta alcançar R$100 milhões de faturamento nos primeiros 12 meses de operação, transportando cerca de 200 mil pessoas. No futuro, o CEO Claudio Souza planeja conectar outros modais de transporte à plataforma.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes





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