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Ataques a ônibus “escolhem” lotes de regiões de forma sequencial em São Paulo como se fossem surtos em forma de revezamento – Veja os “roteiros”


Essa tem sido umas das características das mais recentes ações. Quando ocorrem depredações em uma determinada zona da cidade ou da Grande São Paulo são muitos casos próximos e nas outras regiões há poucos

ADAMO BAZANI

Uma das características verificadas por um levantamento exclusivo do Diário do Transporte junto a investigadores que apuram a série de ataques a ônibus que já teve em um mês mais de 400 coletivos atingidos por pedradas é a seguinte:

Após um “boom” generalizado dos primeiros dias, que começaram a se intensificar a partir de 12 de junho de 2025, os ataques a pedradas contra ônibus têm escolhido lotes de regiões de forma sequencial, como se fossem surtos em forma de revezamento.

Essas tem sido umas das características das mais recentes ações, muito embora não seja uma regra. Quando ocorrem depredações em uma determinada zona da cidade ou da Grande São Paulo são muitos casos próximos e nas outras regiões há poucos. Não que não vai haver nenhum ataque numa área mais distante de “cada foco”, mas têm ocorrido concentrações por vez. Podem ocorrer mais de uma concentração por noite/madrugada, como esta da virada de 2 de julho para 3 de julho.

Já está sendo definido uma espécie de roteiro:

*São Bernardo do Campo, Diadema, Jabaquara, Aeroporto de Congonhas e Jardim Miriam, na zona Sul.*

*Santo André, Mauá, zonas leste e sudeste da capital*

*Taboão da Serra, Embu das Arte e Brooklin e Morumbi, na capital*

*Carapicuíba, Cotia, Osasco e região do Butantã, na capital*

Foi o que ocorreu, por exemplo, entre 27 e 28 de junho de 2025, quando uma passageira de 31 anos foi ferida nas proximidades do Aeroporto de Congonhas, zona sul da Capital. Na ocasião, foram apedrejados diversos ônibus na mesma região e houve casos em São Bernardo do Campo e Diadema. As empresas mais atingidas foram MobiBrasil e A2 Transportes, na zona sul de São Paulo, e NEXT Mobilidade, no ABC. Relembre:

Já de sábado (28) para domingo (29), o surto foi entre parte das zonas leste e sudeste da cidade de São Paulo e outro extremo do ABC, que teve 17 casos. Os ataques ocorreram em Santo André, Mauá e em São Bernardo, mas mais perto de Santo André que da zona Sul. Entre as empresas com veículos danificados estiveram Suzantur, Viação Guaianazes e NEXT Mobilidade, no ABC; e Via Sudeste, em São Paulo.

Relembre:

Em 1º de julho de 2025, o “roteiro escolhido” foi Taboão da Serra, Embu das Arte e Brooklin e Morumbi, na capital, com a maior parte dos casos “do dia”.

Entre a noite desta quarta-feira, 02 de julho de 2025, a maior incidência de ataques foi ente Carapicuíba, Cotia, Osasco e região do Butantã, na capital, e num extremo da zona Sul.

Relembre:

Mais ataques a ônibus com pedradas aconteceram nesta quarta-feira, 02 de julho de 2025.

Desta vez, no fim da noite, grande parte das ações foi registrada na zona Sul de São Paulo, em regiões como de vias e pontos de referência como Av Nações Unidas / Santo Amaro, Autódromo de Interlagos, Atlântica, Senador Teotônio Vilela, Terminal Santo Amaro e Estrada de Itapecerica.

Entre as empresas com veículos atingidos estão Mobibrasil, Transwolff, Viação Grajaú, KBPX e Campo Belo.

Foram mais de 30 ônibus.

Mais cedo, ocorreram diversos ataques em cidades do Oeste da Grande São Paulo, como Osasco e Carapicuíba.

O Diário do Transporte recebeu relatos de depredações contra ônibus metropolitanos (Artesp) e municipais em vias como Avenida dos Autonomistas, com ao menos três registros, Avenida Getúlio Vargas, em Osasco, e vias centrais de Carapicuíba.

Não há registros de feridos.

Entre as empresas com veículos danificados estão Viação Osasco e Empresa de Ônibus Urubupungá.

Já são mais de 400 casos em toda a Grande São Paulo e Litoral somente no mês de junho, considerando ônibus municipais da capital paulista (SPTrans), intermunicipais metropolitanos (Artesp, ex-EMTU) e municipais de outras cidades.

Nesta quarta-feira, 02 de julho de 2025, a SPTrans (São Paulo Transporte) atualizou o balanço entre 12 de junho e 1º de julho. O total foi elevado para cerca de 200 ônibus.

A Secretaria Municipal de Mobilidade e Transporte (SMT) e a SPTrans reiteram o repúdio aos atos de vandalismo registrados no sistema de transporte e seguem fornecendo todas as informações necessárias para auxiliar nas investigações. Desde o 12 de junho, as empresas operadoras relataram que 200 ônibus do sistema municipal foram depredados, incluindo 18 na tarde desta terça-feira (1/7).

A SPTrans reforça a orientação para que as concessionárias comuniquem imediatamente todos os casos à Central de Operações e formalizem as ocorrências junto às autoridades policiais. Cabe ressaltar que a empresa é obrigada a encaminhar o veículo para manutenção, substituindo-o por outro da reserva técnica, que realizará a próxima viagem programada, garantindo a continuidade do serviço prestado aos passageiros. Caso isso não ocorra, a empresa é penalizada

O Diário do Transporte conversou nesta quarta-feira com investigadores da Polícia Civil que atuam nos trabalhos de apuração.

Não há ainda uma linha concluída sobre autoria, mas a tese de que as ações teriam sido cometidas por jovens em jogos de desafios na internet começa a dividir espaço com outras hipóteses, como retaliação a projetos de integração das câmeras de vídeo dos coletivos a centrais de monitoramento de segurança pública.

Pela forma como têm ocorrido as ações, os policiais acreditam que grande parte destes casos esteja relacionada. Isso pode esclarecer de uma maneira mais segura eventuais autorias, muito embora, os agentes dizem também que têm ocorrido ações de oportunistas, como já havia sinalizado o Diário do Transporte neste artigo do último domingo, 29 de junho de 2025.

Relembre:

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes





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