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Ônibus é atacado com azulejo e passageira fica ferida em São Vicente (SP) neste sábado (12)


Número de casos de vandalismo a coletivos já ultrapassa 700 entre capital, Região metropolitana e litoral; caso aconteceu no Jardim Irmã Dolores, por volta das 14h

ARTHUR FERRARI e ADAMO BAZANI

Uma passageira do transporte coletivo municipal de São Vicente, no litoral paulista, foi atingida por um azulejo atirado contra a janela do coletivo em que ela viajava na tarde deste sábado, 12 de julho de 2025, por volta das 14h, na Avenida Vereadora Angelina Pretti da Silva, no bairro Jardim Irmã Dolores.

O azulejo foi atirado por dois jovens atingindo um dos vidros do ônibus.

Como mostrou o Diário do Transporte, a cidade de São Paulo registrou mais 24 ataques a coletivos somente entre sexta (11) e sábado (12), quando a onda de ataques no estado completa um mês.

Relembre

Com isso, sobe para 370 casos acumulados neste período somente na capital e já ultrapassa de 700 em todo o Estado considerando os diferentes sistemas de transportes de ônibus urbanos ou metropolitanos.

BALANÇO, EMPRESAS E REGIÕES:

Os acumulados só crescem com casos todos os dias. Por isso, é até difícil um número exato. Além disso, são quatro tipos de sistemas de transportes diferentes: 1) municipais de São Paulo (SPTrans), que atualiza todos os dias e conta desde 12 de junho; 2) intermunicipais metropolitanos na Grande São Paulo (Artesp – ex EMTU), que demora para atualizar e conta desde 1º de junho; 3) municipais que só rodam dentro das cidades vizinhas da capital (prefeituras, é o que menos tem confiabilidade, demoram e muitas vezes nem sequer possuem controle; 4) litoral paulista, que mescla Artesp e municipais de cada cidade, também sendo defasado.

Mas até o início da manhã de sábado (12 de julho de 2025), os números oficiais, que logo vão mudar, ultrapassam 700 e são os seguintes:

Este total de 700 veículos abrange quatro diferentes tipos de sistemas de transportes no Estado.

SPTrans (Municipais da capital paulista): 370, de 12 de junho a 11 de julho – 370 COM NOVOS CASOS

Artesp (ex-EMTU, intermunicipais/metropolitanos): 246, de 01 de junho a 08 de julho (atualização desta sexta-feira, 11)

SUBTOTAL: 370+246 = 616 ônibus (mas SPTrans considera um período menor que Artesp, mesmo que em quantidade inferior a partir do “boom” de 12 de junho de 2025, ainda tiveram alguns.

Porém há dois outros sistemas de transportes que entram nessa conta

Municipais que só rodam dentro das cidades vizinhas sem adentrar a capital. Exemplo: Suzantur, de Santo André; Urubupungá, de Osasco, etc 87, de acordo com as prefeituras, entre 1 de junho e 10 de julho.

Litoral Paulista: 31, entre municipais e metropolitanos.

SUBTOTAL 616 (370 – SPTRANS + 246 ARTESP-EMTU) + 87 (vizinhas) + Litoral 31 = 734 (número em ampliação)

A Polícia tem números menores: cerca de 200 (191) em todo o Estado e alega subnotificações por parte das empresas. Na capital paulista, de acordo com o levantamento do Deic (Departamento de Investigações Criminais) da Polícia Civil, 60% dos registros são na zona Sul e, quase 90% (86,36%) dos casos envolvem apenas cinco empresas que na ordem são: Mobibrasil (29,41%); Transspass (20,59%); Viação Grajaú (19,12%), Via Sudeste (9,56%), Gatusa (8,09%).

PRISÕES (maiores) / APREENSÕES (menores):

– 19/06/2025 – Homem de 41 anos, 3º DP de Diadema

– 04/07/2025 – Adolescente de 16 anos, 1º DP de Cotia

– 06/07/2025 – Homem de 31 anos, Deic – apontado como um dos principais entre os presos, mas não de grande relevância ainda. Atirou  uma pedra num ônibus da Mobibrasil, na zona Sul a capital paulista, com uma passageira ferida.

– 10/07/2025 – Homem de 30 anos, 53 DP.

A maior parte dá versões que tentam desconfigurar qualquer participação em supostos esquemas e tentam passar a impressão de terem sido pegos em situações isoladas, como brigas de trânsito, surtos psicóticos ou consumo de álcool e drogas. Para a Polícia, isso pode ser uma estratégia dos suspeitos, ou parte deles.

LINHAS DE INVESTIGAÇÃO:

A Polícia Civil considera três como principais

– DESAFIOS DA INTERNET: Tese de motivação por jogos online e desafios entre jovens não foi descartada, mas perde força com o avançar das apurações, números de casos e características das ações;

– CRIME ORGANIZADO E REAÇÃO DE EMPRESAS: A insatisfação de empresas com supostas ligações com o crime organizado e que perderam os contratos passa a ser investigada com maior rigor. O 8Diário do Transporte* divulgou documento que, para investigadores, pode ser peça-chave nesta linha de apuração. As depredações em massa começam no mesmo dia em que prefeitura de São Paulo assinou despacho que viabiliza transferência de contratos entre a Transwolff, empresa que foi alvo de operação do MP (Ministério Público) por suspeita de ligação com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) e a Sanceutr (companhia selecionada pela gestão do prefeito Ricardo Nunes para assumir no lugar).  A Polícia Civil de São Paulo investiga se há alguma relação entre os fatos, mas ocorrências onde não há nenhuma relação com as duas empresas ainda colocam em dúvida se esta seria uma das motivações. O ABC Paulista, por exemplo, é um dos principais palcos dos ataques e não têm ligação direta com esta transferência.

Os policiais não descartam que esta sim pode ser uma das motivações entre várias, já que, regionalmente, oportunistas podem ter aproveitado o início da “onda” para fazer os seus acertos locais. Ou pior; um recado do crime organizado de demonstração de força com a seguinte mensagem: não mexa com nossos interesses locais que o Estado todo pode pagar. Relembre:

Arthur Ferrari, para o Diário do Transporte

 





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