Publicado em: 17 de julho de 2025
Primeira caixa estrutural foi concluída na fábrica no Vale do Paraíba, interior de São Paulo; empresa tem contrato para entrega de 37 trens Metropolis, cada um com cinco carros, todos produzidos na unidade brasileira
ALEXANDRE PELEGI
A Alstom, empresa global em mobilidade inteligente e sustentável, celebrou nesta quarta-feira, 16 de julho de 2025, um marco significativo na produção dos trens para a nova Linha 7 do Metrô de Santiago do Chile. A primeira caixa – o bloco estrutural fundamental de um trem – foi concluída na fábrica da Alstom em Taubaté, no estado de São Paulo, Brasil.
Denis Girault, Diretor Geral da Alstom no Chile, destacou a importância deste passo: “A produção da primeira caixa representa um marco importante entre muitos outros que virão neste processo de fabricação dos trens. Esses trens não apenas irão elevar a qualidade da mobilidade e do transporte no Chile, garantindo deslocamentos confiáveis, seguros e acessíveis, mas também oferecerão à cidade de Santiago uma forma eficiente e ambientalmente amigável de transporte para milhões de passageiros”. Ele havia reiterado previamente que o contrato é uma validação das inovações e tecnologias avançadas de mobilidade inteligente e sustentável da Alstom, que busca melhorar a qualidade do transporte no Chile, garantindo um serviço confiável, seguro e acessível.
No total, 37 trens Metropolis, cada um composto por cinco carros, serão produzidos na unidade de Taubaté. Os primeiros carros estão previstos para serem entregues em 2025. Os trens Metropolis da Alstom, fabricados em aço inoxidável, são projetados para alta durabilidade – com vida útil superior a 40 anos – e menor consumo de energia elétrica. Cada trem terá 102 metros de comprimento e capacidade para transportar até 1.250 pessoas. Pensando na fluidez do embarque e desembarque, os carros contarão com quatro portas largas de cada lado. O design interno inclui corredores amplos e passagens abertas entre os carros, permitindo a circulação fluida dos passageiros.
Para garantir uma viagem segura e confortável, os trens Metropolis de Santiago serão equipados com ar-condicionado e um avançado sistema de informação ao passageiro, que fornecerá atualizações sobre o trajeto e as estações. Além disso, oferecerão portas USB para carregamento de dispositivos e um robusto sistema de cibersegurança. A segurança dos usuários será reforçada por câmeras de alta resolução e interfones, permitindo comunicação direta com o centro de controle do metrô.
Estes trens fazem parte de um contrato de 355 milhões de euros anunciado em março de 2022 entre a Alstom e o Metrô de Santiago. O contrato abrange não apenas o fornecimento dos 37 trens Metropolis, mas também o sistema de sinalização Urbalis CBTC, um contrato de manutenção de 20 anos, e um sistema completo e inovador de manutenção preditiva para os trens, trilhos e rede aérea. A frota servirá a Linha 7, com inauguração prevista para o final de 2027.
A Linha 7 do Metrô de Santiago terá 26 quilômetros de extensão e 19 estações. Ela passará por sete áreas: Renca, Cerro Navia, Quinta Normal, Santiago, Providencia, Vitacura e Las Condes. Três dessas áreas – Renca, Cerro Navia e Vitacura – serão incorporadas pela primeira vez à rede metroviária, beneficiando uma população estimada em 1 milhão e 365 mil habitantes, ou aproximadamente 1,4 milhão. Quando a Linha 7 estiver operacional, o tempo de viagem esperado entre as futuras estações terminais será de 37 minutos, representando uma redução de 54% no tempo de deslocamento em comparação com o sistema atual de ônibus, que leva cerca de 80 minutos. O investimento total na Linha 7 é de US$ 2,528 milhões.
A Alstom está presente no Chile há mais de 75 anos, sendo a principal fornecedora dos sistemas de metrô de Santiago e Valparaíso. Com mais de 600 funcionários e 8 centros no Chile, a Alstom tem um papel ativo nos principais projetos ferroviários do país. A empresa já forneceu ao Metrô de Santiago as frotas NS74, NS93, AS02, NS04 e NS16, e os novos trens AS22 para a Linha 7 em breve se juntarão a essa lista.
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes
