Publicado em: 17 de julho de 2025
Nesta quinta-feira (17), ações criminosas marcaram a tarde. Somente na capital, são cerca de 500 casos acumulados. No ABC, onda de depredações voltou e parece que o policiamento não intima em nada os autores
ADAMO BAZANI
Colaborou Vinícius de Oliveira
O total de ataques a ônibus no Estado de São Paulo, sem sombra de dúvidas, já se aproxima de mil em menos de um mês e meio.
O número não é um chute, mas tem como base os dados oficiais do poder público. Só na cidade de São Paulo, de acordo com a SPTrans, em torno de 500. Entre os ônibus intermunicipais metropolitanos gerenciados pela Artesp, foram em torno de 300. Já contabilizando também os ônibus municipais que só rodam dentro das 38 cidades vizinhas da capital, e os que operam no litoral, o total é próximo de 200, de acordo com as prefeituras. Assim, o número de mil ataques não é exagero.
O pior é que o balanço só aumenta, com um agravante: os ataques, que começaram a se intensificar em 12 de junho de 2025, agora ocorrem em plena luz do dia e nas vias já mapeada e anunciadas pela Polícia Civil. São ruas, avenidas e até corredores exclusivos de ônibus de grande movimento, onde há policiamento e até câmeras.
Foi o que aconteceu na tarde desta quinta-feira, 17 de julho de 2025. Em forma de surto, foram registrados diversos ataques sequencialmente na capital paulista, no ABC, onde parecia que a situação tivesse voltado a um relativo controle, e na região de Osasco.
Apenas na capital, segundo a SPTrans, gerenciadora das linhas municipais, foram mais 15 casos, com o acumulado de 497 ônibus vandalizados desde 12 de junho de 2025. Entre os locais com registro, estão o trecho paulistano da rodovia Anhanguera, bairro da Saúde, Centro, Ipiranga, Avenida 23 de Maio, Recanto Verde do Sol, Praça Panamericana.
O Diário do Transporte recebeu diversas imagens, entre as quais de câmeras internas de dois ônibus da Viação Santa Brígida. Os ataques foram quase simultâneos, por volta de 14h, na Rodovia Anhanguera, próximo ao km 24, na região do Sol Nascente, na zona Oeste.
No ABC, também registros em cidades vizinhas, como em Osasco, na região da Rodovia Anhanguera , e em São Bernardo do Campo, na região da Anchieta e Avenida Luiz Pequini, em Santo André, na Avenida Ramiro Colleoni.
Apesar dos números considerados assustadores e nunca vistos antes na história dos transportes, apenas oito suspeitos foram detidos até agora e motivações são mistério ainda para Polícia.
*ADAMO BAZANI, JORNALISTA ESPECIALIZADO EM TRANSPORTES – MTB 31521 – Diário do Transporte*
