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CPTM é contratada por R$ 1,39 milhão para anteprojeto do VLT no Centro de São Paulo


Documento técnico prevê 18 km de trilhos, 23 paradas e sistemas integrados de energia, sinalização e controle; contrato tem vigência de 150 dias úteis

ALEXANDRE PELEGI

A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) foi oficialmente contratada para desenvolver o anteprojeto de engenharia do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) que atenderá o centro de São Paulo. A autorização foi formalizada por meio de despacho da São Paulo Urbanismo, vinculada à Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (SIURB), publicado no Diário Oficial da Cidade em 3 de agosto de 2025.

De acordo com o despacho, a contratação da CPTM foi autorizada com fundamento no art. 30 da Lei Federal nº 13.303/2016 e no Regulamento Interno de Licitações e Contrato – NP – 58.04. A decisão levou em conta manifestações técnicas e jurídicas internas, além da aprovação da Diretoria Executiva e deliberação do Conselho de Administração da SPUrbanismo.

Projeto prevê duas linhas e 23 paradas

A proposta técnica apresentada pela CPTM contempla duas linhas — Linha I – Sibipiruna e Linha II – Jequitibá — com aproximadamente 18 quilômetros de extensão e 23 paradas, atravessando o centro expandido da capital paulista. O projeto considera integração com a mobilidade urbana existente e adoção de soluções sustentáveis e digitais, alinhadas ao programa SmartSampa da Prefeitura.

Sistemas de Energia e Subestações

A alimentação elétrica será feita por sistema APS (alimentação por solo), com tensão de 750 Vcc. Estão previstos nove trens por linha, operando com intervalo de 6 minutos. As subestações retificadoras serão conectadas ao Centro de Controle Operacional (CCO), a ser instalado na Avenida do Estado, em terreno da Prefeitura.

Entre os produtos técnicos nesta área, destacam-se:

Especificações para obras civis e fornecimento de equipamentos das subestações;

Diretrizes para integração elétrica e segurança operacional;

Estudo para instalação de sistemas fotovoltaicos em paradas e no CCO.

Sinalização, Controle e Telecomunicações

O sistema de sinalização adotará o conceito de marcha à vista, sem uso de cancelas. Haverá integração com os semáforos urbanos, sistemas de informação ao passageiro e painéis em tempo real. Os subsistemas previstos incluem:

Controle centralizado de tráfego (VLT-SCC);

Equipamentos de campo e salas técnicas (VLT-SSC);

CFTV, sonorização, rádio terra-trem e sistemas de alarme e climatização;

Comunicação embarcada compatível com o ambiente digital da cidade.

Planejamento e Custos

A CPTM entregará também uma planilha de custos referenciais, com estimativas atualizadas de investimentos para a implementação do VLT, servindo como base para o planejamento orçamentário das próximas fases do projeto.

Equipe Técnica

A proposta é assinada pela Diretoria de Engenharia, Obras e Meio Ambiente da CPTM e coordenada por Edgar Fressato Carneiro, com apoio dos assessores executivos Luiz Alfredo Amorim Jr. e Dalcy C. de Barros Filho. A equipe é composta por engenheiros especializados em sistemas ferroviários, energia, telecomunicações e integração tecnológica.

Histórico do projeto do VLT no Centro de São Paulo

O projeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) no centro de São Paulo faz parte de uma iniciativa estratégica da Prefeitura voltada à requalificação urbanística da região central, com foco em mobilidade sustentável e revitalização do espaço urbano. A proposta é integrar o VLT a uma nova lógica de deslocamento baseada no Desenvolvimento Orientado ao Transporte Sustentável (DOTS).

Origens e primeiros estudos

A concepção inicial do VLT remonta à década de 2010, quando a ideia foi incluída em planos de mobilidade urbana e estudos do Plano Diretor Estratégico de São Paulo. No entanto, foi a partir de 2019 que o projeto passou a ganhar corpo sob a gestão municipal, sendo formalmente associado ao Plano de Requalificação do Centro, que propõe adensamento populacional, reocupação de imóveis vazios e valorização do transporte coletivo não poluente.

O traçado do VLT foi definido ao longo dos anos seguintes com apoio da SPUrbanismo e envolvimento técnico de órgãos como Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito (SMT), SPTrans e Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

Consolidação como política pública

A Prefeitura de São Paulo incentivou a participação do setor privado na concepção do projeto. Em 2021 e 2022, a SPUrbanismo e a Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL) abriram chamamentos públicos para receber manifestações de interesse da iniciativa privada com propostas de estudos e soluções para a implantação do VLT e a transformação urbana de seu entorno.

Esses chamamentos possibilitaram que empresas e consórcios apresentassem propostas preliminares de traçado, modelagem financeira, tipologias de paradas, integração modal e soluções arquitetônicas. Os estudos apresentados pela iniciativa privada contribuíram para a consolidação do conceito do VLT como instrumento de requalificação urbana sustentável.

Integração com o Plano de Requalificação do Centro

O VLT passou a integrar formalmente o Plano de Requalificação Urbanística do Centro, lançado pela gestão municipal em 2023. O plano propõe incentivos à moradia, recuperação de edifícios vazios e investimento em infraestrutura pública, tendo o VLT como eixo estruturador de mobilidade e transformação urbana.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes





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