Publicado em: 6 de agosto de 2025
Nova linha em Córdoba atenderá mercados latino-americanos com foco em alternativas sustentáveis à propulsão tradicional
ARTHUR FERRARI
A FPT Industrial iniciou oficialmente a fabricação de motores movidos a gás natural em sua unidade localizada em Córdoba, na Argentina. Os modelos N60 NG, N67 NG e CURSOR 13 NG passam a ser produzidos localmente, com comercialização prevista a partir de setembro de 2025 em toda a América Latina.
Esses motores atendem ao padrão PROCONVE P8/Euro VI, vigente no Brasil, e serão utilizados em veículos comerciais, máquinas agrícolas e equipamentos de geração de energia. O processo de fabricação integra os motores a gás à linha já existente de motores a diesel da planta argentina.
A nova etapa envolveu adaptações na estrutura fabril, como instalação de banco de testes, compressor de gás natural veicular (GNV), bancada para estanqueidade e sistema de usinagem específico para as tampas de cilindro dos novos modelos.
A tecnologia adotada se baseia no ciclo Otto e inclui o sistema de combustão estequiométrica com catalisador de três vias, registrado pela própria FPT Industrial. Segundo a empresa, os motores oferecem desempenho comparável aos equivalentes a diesel, mas com vantagens como redução de emissões, menor consumo de combustível e funcionamento mais silencioso, além de dispensar o uso de Arla 32.
As potências dos novos propulsores variam de 170 a 460 cavalos, com torque entre 540 e 2.000 Nm, conforme o modelo. As especificações são:
- N60 NG: 170–210 cv e 540–750 Nm
- N67 NG: 220–286 cv e 800–1250 Nm
- Cursor 13 NG: 415–460 cv e 1900–2000 Nm
De acordo com a fabricante, o gás natural representa uma solução de transição viável e de alto potencial para os países latino-americanos. A empresa já atua com combustíveis alternativos em diversas frentes, incluindo projetos com biometano.
A planta de Córdoba é referência regional na produção de motores médios e pesados e, com o novo investimento, reforça a presença da FPT Industrial no mercado sul-americano, apostando em soluções energéticas alinhadas às metas de redução de carbono e à transição energética da região.
Arthur Ferrari, para o Diário do Transporte