Publicado em: 7 de agosto de 2025
Viação Nossa Senhora da Conceição alega dificuldades financeiras e conflito de rotas; Prefeitura contesta e aplica penalidade por descumprimento contratual
YURI SENA
A linha de ônibus 4990, que ligava os bairros Adelmolândia e Paciência, em Sabará, à capital Belo Horizonte, teve sua operação suspensa temporariamente a partir desta quinta-feira, 7 de agosto de 2025.
A medida foi tomada pela Viação Nossa Senhora da Conceição (Vinscol), que justificou a paralisação citando sobreposição de itinerários com outra empresa do sistema intermunicipal e alegando desequilíbrio econômico-financeiro na concessão.
Em resposta, a Prefeitura de Sabará cassou a autorização de operação da linha e aplicou uma multa no valor de R$ 1,05 milhão à empresa por descumprimento contratual.
A gestão municipal afirmou que a linha atenderia uma demanda histórica da população e destacou que a concessionária já vinha enfrentando questionamentos sobre a qualidade e a continuidade dos serviços prestados.
Como noticiou o Diário do Transporte, a crise no transporte ocorre em meio à CPI instaurada pela Câmara Municipal de Sabará para investigar possíveis irregularidades na concessão.
Relembre:
Prefeitura de Sabará (MG) pede abertura de CPI para investigar contrato com empresa de transporte público
A investigação, aberta em abril, foi motivada por ameaças anteriores da Vinscol de reduzir a oferta de horários, caso o subsídio municipal não fosse reajustado. A empresa voltou atrás na decisão após pressão do poder público e da população.
A administração municipal informou que está reunindo documentação sobre o caso e não descarta a possibilidade de romper o contrato com a concessionária após a conclusão da CPI. Já a Vinscol reforçou que está aberta ao diálogo e disposta a prestar esclarecimentos à Câmara e à Prefeitura.
A Justiça reconheceu recentemente que a linha operada pela empresa Cisne, do sistema intermunicipal, interferia na concessão vigente em Sabará, o que reforçou o argumento da Vinscol sobre a existência de sobreposição indevida de rotas. A empresa defende que a divisão entre os sistemas é essencial para o equilíbrio e o bom funcionamento do transporte público na região.
Yuri Sena, para o Diário do Transporte