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Onda de ataques a ônibus em São Paulo completa dois meses nesta terça (12), se aproxima de 630 casos na capital e de 1,2 mil no Estado e permanece sem repostas


Num dos casos mais graves, na zona Sul da capital, em 27 de junho de 2025, uma passageira foi atingida e teve de passar por cirurgia de restauração facial

Números diários de ocorrências caíram, mas o fato de os responsáveis não terem sido presos ainda causa insegurança. Diário do Transporte revelou o episódio que preocupa ainda as principais lideranças do setor em todo o País

ADAMO BAZANI

Na noite de 12 de junho de 2025, algo muito incomum ocorria nos transportes do Estado de São Paulo que marcaria o setor de mobilidade em todo o País, mexendo com as principais lideranças nacionais.

O Diário do Transporte noticiava, em primeira-mão, e até então, de forma exclusiva, uma série de depredações a ônibus, com quantidade e formas atípicas, pautando posteriormente os principais órgãos da imprensa nacional.

Somente naquela noite, apenas na capital, foram 23 ônibus atingidos por pedras ou bolinhas de gude em locais que costumeiramente não ocorriam vandalismo deste tipo, como vias de grande movimento, bem iluminadas e com policiamento. Ocorreram também simultaneamente casos bem semelhantes no mesmo dia em cidades vizinhas da capital, como Santo André, São Bernardo do Campo, Diadema, Osasco e Taboão da Serra, elevando para mais de 30 ataques. Habitualmente, a média de ônibus vandalizados com pedras por dia era de um caso, com longos períodos sem nenhuma depredação.

Daquele 12 de junho de 2025 em diante, as ocorrências não pararam. Houve ocasiões com mais de 50 casos em menos de 24 horas.

Exatos dois meses depois, ainda não há respostas concretas quanto às motivações e eventuais mandantes, o que continua causando insegurança, apesar de os números diários de ocorrências terem caído e quase voltado à média atual.

De acordo com a balanço mais recente da SPTrans (São Paulo Transporte), gerenciadora das linhas da cidade de São Paulo, até o início da noite desta segunda-feira, 11 de agosto de 2025, o total de ônibus vandalizados desde 12 de junho de 2025 era de 628, com duas ocorrências a mais. Em todo o Estado, considerando os ônibus intermunicipais metropolitanos, com mais de 320 ocorrências, os municipais de cidades vizinhas da capital e o Litoral, com mais de 200 ocorrências, e, obviamente os da capital, o total neste período chega a aproximadamente, 1,2 mil casos.

Exatamente no dia 12 de junho de 2025, ocorreu a assinatura de uma portaria da Prefeitura de São Paulo para permitir a transferência de contratos da operadora Transwolff, investigada por suposta ligação com o PCC (Primeiro Comando da Capital). A empresa nega envolvimento. A Polícia confirmou que esta é uma das linhas de investigação, mas sem nenhuma conclusão.

A prisão considerada até o momento mais importante pelo Deic (Departamento de Investigações Criminais), da Polícia Civil, foi noticiada pelo Diário do Transporte: Edson Aparecido Campolongo, de 68 anos, foi preso após investigações em 22 de julho de 2025. No dia seguinte, o irmão de dele, Sérgio, de 56 anos, que foi delatado por Edson, se entregou e foi preso também. A Polícia tinha mandados de prisão expedidos pela Justiça.

Segundo a Polícia, o funcionário público do Estado confessou 18 ataques, sendo um deles na capital, que resultou numa criança de 10 anos ferida, e a maior parte, 16 casos, ocorreu no ABC Paulista.

Aos policiais, Campolongo disse que a motivação não teria nada a ver com transportes e que suas ações seriam em protesto contra a situação do País. A Polícia não acreditou.

No mesmo dia da prisão, o diretor do Deic, delegado Ronaldo Sayeg, em entrevista coletiva, disse que as hipóteses de desafios por jogos online na internet e disputas no sindicato dos trabalhadores tinham sido praticamente descartada.

LIDERANÇAS DOS TRANSPORTES FALAM QUE PREOCUPAÇÃO É NACIONAL DO SETOR, APESAR DE OS CASOS TEREM SIDO REGISTRADOS EM SÃO PAULO E DESTACAM A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DO DIÁRIO DO TRANSPORTE AO NOTICIAR O “HARDNEWS” E O FACTUAL

O diretor executivo da NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos), Francisco Christovam, conversou em 06 de agosto de 2025, com o Diário do Transporte e a Rádio ABC e disse que, apesar de os casos, nesse momento ocorrerem em São Paulo, a preocupação é nacional, tratando-se de um problema de segurança pública que afeta o desempenho dos transportes. Muito mais que isso, de acordo com Christovam, são as vidas colocadas em risco.

As empresas cobram mais segurança. O representante das companhias diz que, além de serem ataques a ônibus, tratam-se de ataques aos cidadãos, e que os responsáveis precisam ser severamente punidos dentro da lei.

Relembre:

Em artigo, ainda de meados de julho e enviado ao Diário do Transporte, o presidente da Fetpsp, federação que reúne as viações no Estado de São Paulo, Mauro Herszkowicz, também disse que, em contatos com empresários de outros estados, a preocupação pé nacional também, porque nada garante que ondas semelhantes possam ocorrer em diferentes partes do País.

Segundo o dirigente, a falta de respostas das autoridades de Segurança Pública é uma das principais aflições das companhias de transportes e, acima de tudo, quem está na linha de frente: passageiros e trabalhadores do setor.

Relembre:

MESMO COM “VOLTA A QUASE NORMALIDADE”, SENSAÇÃO DE INSEGURANÇA PERSISTE

Houve uma queda no número de ocorrências diárias. Nos picos de ataque, em junho, alguns dias registraram até mais de 50 ônibus depredados em menos de 24 horas.

Após uma série de prisões e da exposição dos casos, o total começou a cair e hoje se aproxima da média diária de “vandalismo atual” que os transportes sofrem.

Mas, além de estar ainda ligeiramente maior, a falta de esclarecimento por parte da Polícia Civil acerca das motivações das ondas de depredações são elementos que fazem com que até o momento, mesmo com a volta a quase normalidade, a sensação de insegurança continue.

A prisão considerada até o momento mais importante pelo Deic (Departamento de Investigações Criminais), da Polícia Civil, foi noticiada pelo Diário do Transporte: Edson Aparecido Campolongo, de 68 anos, foi preso após investigações em 22 de julho de 2025. No dia seguinte, o irmão de dele, Sérgio, de 56 anos, que foi delatado por Edson, se entregou e foi preso também. A Polícia tinha mandados de prisão expedidos pela Justiça.

Segundo a Polícia, o funcionário público do Estado confessou 18 ataques, sendo um deles na capital, que resultou numa criança de 10 anos ferida, e a maior parte, 16 casos, ocorreu no ABC Paulista.

Aos policiais, Campolongo disse que a motivação não teria nada a ver com transportes e que suas ações seriam em protesto contra a situação do País. A Polícia não acreditou.

No mesmo dia da prisão, o diretor do Deic, delegado Ronaldo Sayeg, em entrevista coletiva, disse que as hipóteses de desafios por jogos online na internet e disputas no sindicato dos trabalhadores tinham sido praticamente descartada.

OUÇA – COMPLETO: Polícia descarta “jogos de desafios pela internet” como motivação da onda de ataques a ônibus, minimiza possibilidade de disputa sindical e reforça hipótese de empresas

Considerada pela Polícia como início da onda de ataques, 12 de junho de 2025, é a mesma data em que o secretário de transportes da cidade, Celso Caldeira, assinou uma portaria que criou um Grupo de Trabalho que transfere o contrato da empresa Transwolff, investigada por suposta ligação com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) para outra companhia, a Sancetur, da família de Nabil Abi Chedid, do interior de São Paulo. A tese considerada pela Polícia reforça a apuração feita pelo Diário do Transporte.

Veja aqui:

PCC, Onda de Ataques a Ônibus, Transwolff e Sancetur: depredações em massa começam no mesmo dia em que prefeitura assina despacho que viabiliza transferência de contratos – VEJA DOCUMENTO

O Deic, oficialmente, por meio do diretor do Departamento, Ronaldo Sayeg, disse que sim, esta é uma das linhas de investigações, o descontentamento de empresas supostamente coordenadas por pessoas que teriam ligação com o crime organizado, mas que ainda não é possível fazer uma relação entre a maior parte dos casos e os atos administrativos sobre contratos.

Nesta semana, policiais do Deic que atuam nas investigações reforçaram que esta é ainda uma das principais teses.

EXTERNALIDADES E NÃO SÃO “CASINHOS”: Artigo do Diário do Transporte de 04 de agosto der 2025, reportou a importância do jornalismo factual (hardnews) na cobertura dos interesses do setor de transportes, debateu justamente as externalidades, destacando que, ao relatar casos que parecem “pequenos” e “isolados”, com responsabilidade, a mídia, principalmente a especializada, ajuda a construir entendimentos e soluções para situações mais amplas. Os ataques estão neste contexto.

Relembre:

LIDERANÇAS DOS TRANSPORTES FALAM QUE PREOCUPAÇÃO É NACIONAL DO SETOR, APESAR DE OS CASOS TEREM SIDO REGISTRADOS EM SÃO PAULO E DESTACAM A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DO DIÁRIO DO TRANSPORTE AO NOTICIAR O “HARDNEWS” E O FACTUAL

O diretor executivo da NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos), Francisco Christovam, conversou em 06 de agosto de 2025, com o Diário do Transporte e a Rádio ABC e disse que, apesar de os casos, nesse momento ocorrerem em São Paulo, a preocupação é nacional, tratando-se de um problema de segurança pública que afeta o desempenho dos transportes. Muito mais que isso, de acordo com Christovam, são as vidas colocadas em risco.

As empresas cobram mais segurança. O representante das companhias diz que, além de serem ataques a ônibus, tratam-se de ataques aos cidadãos, e que os responsáveis precisam ser severamente punidos dentro da lei.

Relembre:

Em artigo, ainda de meados de julho e enviado ao Diário do Transporte, o presidente da Fetpsp, federação que reúne as viações no Estado de São Paulo, Mauro Herszkowicz, também disse que, em contatos com empresários de outros estados, a preocupação pé nacional também, porque nada garante que ondas semelhantes possam ocorrer em diferentes partes do País.

Segundo o dirigente, a falta de respostas das autoridades de Segurança Pública é uma das principais aflições das companhias de transportes e, acima de tudo, quem está na linha de frente: passageiros e trabalhadores do setor.

Relembre:

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes





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