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Ambiental formaliza pedido para que primeira linha de trólebus do Brasil (408 A-10) deixe de ter este tipo de veículo contando só com modelos a bateria


Informação foi confirmada pela SPTrans ao Diário do Transporte. Gerenciadora avalia. Prefeito Nunes já prevê desativação da rede, mas estudo mostra que isso seria desvantagem para a cidade

ADAMO BAZANI

Colaborou Vinícius de Oliveira

A primeira linha de trólebus de São Paulo (e a mais antiga do Brasil) pode deixar de ter este tipo de veículo definitivamente em breve. O serviço conta com trólebus desde 1949, quando foi inaugurado oficialmente, mas as primeiras rodagens começaram em 1947, para testes e implantação do sistema de ônibus elétricos conectados.

A SPTrans (São Paulo Transporte), gerenciadora da prefeitura da capital paulista, confirmou ao Diário do Transporte de forma oficial na tarde desta quarta-feira, 13 de agosto de 2025, que a operadora do serviço,  Ambiental Transportes Urbanos, formalizou na terça-feira (12) pedido para que a 408A-10 (Machado de Assis/Cardoso de Almeida) deixe de ter este tipo de veículo e, como substitutos, passaria a ter apenas ônibus elétricos com baterias que rodam independentemente de estarem conectados à rede área de fiação.

A SPTrans informou ao Diário do Transporte que ainda avalia o pedido e que vai analisar todos os aspectos, com foco primeiramente no que for melhor para os passageiros. Aspectos técnicos dos modelos e até culturais da linha também serão analisados pelo poder público.

A alegação da empresa de transportes é de que, com os elétricos somente com baterias, haveria ganhos de eficiência operacional.

Segundo a SPTrans, a programação da linha é com trólebus, mas nada impede a realização de testes por parte da operadora bem como trocas e substituição pontual, como em caso de desligamentos da rede de fiação para manutenções.

A Ambiental ressaltou à gestora que os ônibus a bateria são mais modernos que os trólebus na cidade de São Paulo, com itens como wi-fi, tomadas USB para recarga de celulares e ar-condicionado.

Veja a resposta na íntegra da SPTrans ao Diário do Transporte

“A Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Transporte (SMT) e a SPTrans informam que a linha 408A/10 está programada para ser operada com veículos trólebus. Durante a operação, a concessionária Ambiental, responsável pela linha, pode utilizar outro tipo de veículo, desde que a capacidade de transporte de passageiros seja mantida.

Na última terça-feira (12/8), a Ambiental formalizou o pedido para que a linha passe a operar com ônibus elétricos movidos a bateria, visando melhorar o desempenho operacional da linha. A SPTrans irá avaliar o pedido para verificar se a mudança oferecerá melhora no serviço prestado ao passageiro. Vale ressaltar que os ônibus movidos a bateria são equipados com ar-condicionado, Wi-Fi e tomadas USB. A Ambiental possui apenas trólebus e ônibus movidos a bateria em sua frota.

O Diário do Transporte já havia noticiado o assunto em 29 de julho de 2025, quando, até então,a Ambiental só testava os ônibus com baterias, mas ainda não havia solicitado formalmente a substituição definitiva

Relembre:

Vale ressaltar que os trólebus na cidade de São Paulo não possuem estes itens mais modernos porque são este tipo de veículo e sim, porque esta frota não é renovada.

No Corredor ABD, por exemplo, entre o ABC Paulista e a capital, operado pela empresa NEXT Mobilidade, parte da frota de trólebus já possui, por exemplo, ar-condicionado, wi-fi com melhor sinal e mais tomadas USB porque os veículos são mais novos, incluindo unidades zero quilômetro colocadas neste ano de 2025 para operar.

Como mostrou o Diário do Transporte, o prefeito Ricardo Nunes cogita a possibilidade de desativação da rede de trólebus definitivamente com a inauguração de um sistema de VLTs (Veículos Leves sobre Trilhos) no centro, o que é previsto para entre 2029 e 2030.

Mas um estudo da ONG Rede Nossa São Paulo, formada por técnicos e especialistas do setor acadêmico, em vez de aproveitar uma disponibilidade maior de energia elétrica existente na região central de São Paulo, ainda mais diante dos problemas de falta de infraestrutura encontrados para cumprir as metas previstas em lei para reduzir as emissões de poluentes pelo transporte coletivo, desativar a rede de trólebus da cidade por causa da implantação do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), o Bonde de São Paulo, pode ser um desperdício e ir na contramão do que fazem as cidades sustentáveis e modernas.

Relembre:

ABAIXO DA RESPOSTA, O HISTÓRICO DA LINHA:

 

LINHA 408 A-10 – A HISTÓRIA DA EVOLUÇÃO DA CIDADE:

A 408 A-10 expressa o crescimento da cidade de São Paulo porque ao longo dos anos, a linha também cresceu. A ligação foi a primeira regular de ônibus não poluentes da cidade e começou a operar em 1949 pela empresa pública CMTC (Companhia Municipal de Transportes Coletivos), com itinerário entre o bairro da Aclimação (Praça General Polidoro) e o centro (Praça João Mendes), substituindo os bondes da linha 16.

A cidade crescia e moradores, estudantes e comerciantes pediram a extensão da linha que em 1955 passou a fazer o trajeto entre a Praça General Polidoro e a Rua Cardoso de Almeida, na região de Perdizes. A linha neste ano de 1955 começou a ser identificada como 216.

O nome Machado de Assis/Cardoso de Almeida para linha foi dado em 1957, com uma extensão de quase 2 km em um dos extremos. Dez anos depois, após uma reformulação na malha de linhas municipais, em 1967, a numeração da linha passou de 216 para 916, mas o itinerário ficou quase o mesmo.

A identificação 408A-10 veio no início dos anos 1980, fruto da reformulação do sistema de linhas idealizada na década anterior por Adriano Branco como secretário de Transportes e Olavo Setúbal como prefeito

LINHA DEIXOU DE TER TRÓLEBUS EM DUAS OCASIÕES:

Símbolo dos trólebus e da mobilidade não poluente, a 408A-10 Machado de Assis/Cardoso de Almeida deixou de ter trólebus em duas ocasiões ao menos (sem contar com desligamentos de rede e desvios de rotas de forma temporária e rápida).

Uma delas foi de 1975 a 1982 por causa de mudanças de mão de direção em vias da região da Vila Buarque, parte do trajeto, até a readequação da fiação aérea. A outra ocasião foi em 1993, ainda como CMTC, para a construção de um piscinão no Pacaembu que provou desvios no itinerário. O retorno dos trólebus ocorreu somente em 1996. As CMTC já tinha sido privatizada e os serviços eram de responsabilidade da empresa Eletrobus.

A descrição do passeio na programação oficial mostra a importância histórica da linha:

“É uma experiência turística diferente, imersiva e sustentável tendo como cenário a cidade de São Paulo. Desfrute do itinerário que conta parte da história de São Paulo – do Centro Histórico às ruas emblemáticas, bairros interessantes como Higienópolis, Liberdade e Aclimação, com destaque para lugares de memória identificados pelas Placas de Memória Paulistana. Neste passeio, conduzido por guias e muito bate-papo, vamos refletir juntos sobre novas formas de perceber e usufruir a cidade”.

Veja o vídeo do passeio:

O trajeto atual da linha, de acordo com a SPTrans, é:

PÇA. ROSA ALVES DA SILVA 321 – 352
R. GUIMARÃES PASSOS 320 – 217
R. DR. RAFAEL CARAMURU LANZELLOTI 116 – 1
R. JOSÉ DO PATROCÍNIO 268 – 459
R. MACHADO DE ASSIS 0 – 534
R. PAULA NEI 371 – 614
R. TOPÁZIO 1001 – 1
PÇA. GEN. POLIDORO 175 – 39
AV. TURMALINA 219 – 1
AV. DA ACLIMAÇÃO 323 – 1
R. PIRES DA MOTA 486 – 238
R. BUENO DE ANDRADE 577 – 1
R. TAMANDARÉ 1 – 39
R. DA GLÓRIA 1012 – 841
R. CONS. FURTADO 780 – 377
VIAD. SHUHEI UETSUKA 58 – 1
R. CONS. FURTADO 376 – 2
R. ANITA GARIBALDI 1 – 90
PÇA. CLOVIS BEVILAQUA 1 – 387
R. ROBERTO SIMONSEN 173 – 87
R. VENCESLAU BRÁS 110 – 1
PÇA. DA SE 0 – 0
LGO. PATEO DO COLÉGIO 0 – 134
VIAD. BOA VISTA 1 – 230
R. BOA VISTA 43 – 390
LGO. S. BENTO 1 – 58
R. LÍBERO BADARÓ 0 – 256
VIAD. DO CHÁ 1 – 258
PÇA. RAMOS DE AZEVEDO 300 – 496
R. CONS. CRISPINIANO 275 – 410
LGO. PAISSANDU 0 – 0
AV. S. JOÃO 465 – 674
AV. IPIRANGA 709 – 807
PÇA. DA REPÚBLICA 400 – 191
R. MQ. DE ITU 1 – 897
R. SABARÁ 1 – 242
R. MARANHÃO 147 – 765
R. ARACAJU 95 – 272
PÇA. VILABOIM 2 – 172
R. ARMANDO PENTEADO 1 – 70
R. ALAGOAS 841 – 0
PÇA. CHARLES MILLER 51 – 154
AV. ARNOLFO AZEVEDO 2 – 380
R. ZEQUINHA DE ABREU 1 – 432
R. CARDOSO DE ALMEIDA 0 – 1738
R. JOSÉ DE FREITAS GUIMARÃES 1069 – 433
R. PROF. JOÃO ARRUDA 1 – 60

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes





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