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Em cinco anos, ônibus perdem 28% de passageiros pagantes no Rio de Janeiro, segundo dados da NTU


Imagem meramente ilustrativa

Panorama não é diferente no restante do país: só Brasília e Goiânia recuperaram números de usuários transportados de 2019, antes da pandemia de Covid-19

VINÍCIUS DE OLIVEIRA

O transporte público coletivo vem perdendo o protagonismo frente ao transporte individual no deslocamento da população do Rio de Janeiro. De 2019 a 2024, a média de passageiros pagantes transportados, por mês, nos ônibus municipais e intermunicipais em toda a Região Metropolitana caiu 28,5%, de 120,5 milhões para 86,2 milhões. O panorama não é muito diferente do restante do país, que também registrou um índice semelhante no mesmo período, de acordo com dados divulgados pela NTU, a associação que representa as empresas de ônibus no Brasil, na edição do seu anuário 2024-2025.

O comportamento dos passageiros antes e após a pandemia de Covid-19 (2020 a 2022) revela a dificuldade de recuperação do transporte público diante de novos hábitos de deslocamento e a necessidade urgente de políticas públicas que freiem a utilização do transporte individual. Em todo o país, somente Brasília e Goiânia conseguiram atingir 100% dos passageiros transportados antes da pandemia. Há três anos, a demanda do setor de ônibus oscila na faixa entre 80% e 86% do cenário pré-pandemia, segundo o levantamento da NTU.

Em São Paulo, pesquisa recente sobre origem e destino da população mostrou, pela primeira vez, que o morador da área metropolitana e da capital tem optado pelo transporte individual, que concentrou 51,2% dos deslocamentos, enquanto que, em 2017, o transporte coletivo liderava com 54,1%. Vale lembrar que a cidade de São Paulo mantém uma política de subsídio associada à tarifa pública desde 2004, sendo que o gasto previsto para este ano pode superar R$ 6 bilhões. Mesmo com investimentos altos, o transporte coletivo acabou superado pelo individual.

O subsídio concedido ao passageiro na tarifa tem sido um avanço importante para evitar uma crise maior no sistema público por ônibus, segundo o anuário da NTU. Nos últimos cinco anos, o número de municípios que subsidiam o transporte coletivo cresceu significativamente chegando ao total de 395. O desconto na tarifa pública contempla 20 capitais e 7 regiões metropolitanas e 47% da população brasileira reside em cidades com sistemas de transporte público por ônibus subsidiados.

Entender este novo cenário e encontrar o caminho para o futuro, visando à sustentabilidade financeira do setor de ônibus, é um dos desafios do Fórum de Mobilidade 5.0, promovido pela Semove, a federação que representa 174 empresas de ônibus no Estado do Rio, durante a Rio Innovation Week, maior evento de inovação do Brasil. O encontro, que vai reunir especialistas em mobilidade urbana, será na sexta-feira, dia 15, às 10h30m, no palco E-Gov. Mais informações no site https://rioinnovationweek.com.br/.

A programação inclui três painéis que abordam temas centrais para o futuro das cidades: “Mobilidade Conectada: o papel da tecnologia nos deslocamentos urbanos”, “Transporte público como solução inteligente: qualificação, tecnologia e cidades mais humanas”, e “Transporte e poluição: como as suas escolhas impactam no clima e na sua saúde”.

No Rio de Janeiro, o desafio pode ser ainda maior do que em outras capitais e regiões metropolitanas do Brasil. Se o olhar for apenas sobre 2024, houve crescimento de 4,7% na quantidade de passageiros pagantes no país (e 9,8% no total) nas áreas analisadas no anuário da NTU, enquanto a Região Metropolitana do Rio registrou um quadro de estagnação – um leve aumento de 0,6%, considerando a média de usuários pagantes por mês. Todas as informações relacionadas ao transporte por ônibus no Rio de Janeiro podem ser consultadas na área de Transparência da Semove (https://transparencia.semove.org.br/transparencia/setor-em-numeros/).

– Em cinco anos, os ônibus perderam 28% da sua demanda, o equivalente a mais de 34 milhões de passageiros pagantes por mês. Em dez anos, foram 54%. São números que devem ser observados com atenção, pois impacta não só o transporte coletivo, mas toda a sociedade, pois indica que a população tem optado pelo transporte individual para se deslocar, o que não é uma boa notícia para o desenvolvimento das cidades. Temos o desafio de resgatar o transporte coletivo como a melhor opção para todos, seja sob ponto de vista da mobilidade ou da sustentabilidade – afirmou Richele Cabral, diretora de Mobilidade da Semove.

Vinícius de Oliveira, para o Diário do Transporte





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