O mês de setembro inicia nesta segunda-feira (1/9) e é marcado, principalmente, pela transição entre o inverno e a primavera. A estação mais fria do ano chega ao fim no dia 22, conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), deixando as temperaturas acima da média com a redução da entrada de massas de ar polares de origem continental no Brasil, condição frequente em junho, julho e agosto.
De forma geral, o nono mês do ano caracteriza-se ainda por dias cada vez mais longos, retorno da chuva, frio e geada no Sul e calor nas demais regiões.
O meteorologista Celso Luis de Oliveira Filho, da Tempo OK, alerta para o risco de vendavais junto com as chuvas no Sul, Sudeste e no Centro-Oeste por causa do contraste térmico.
“Eu chamo a atenção para a mudança de temperatura, pois tivemos entre o fim de junho e meados de agosto um frio constante que não era visto há anos. Em setembro, o que será mais perceptível é o calor, exceção feita para áreas do Sul”, afirma à Globo Rural.
A previsão climática do Inmet indica que as temperaturas podem ficar até 1,5°C acima da média no Pará, Goiás e Minas Gerais. Outro Estado com elevação, mas um pouco menor, é o Paraná: até 0,6°C.
Como será o clima em cada região?
Sul
Chuva: a previsão indica volumes próximos da média no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, enquanto fica abaixo da média no Paraná. Segundo o Inmet, algumas cidades gaúchas podem registrar mais de 200 milímetros.
Temperatura: diferente do Rio Grande do Sul, que pode ter formação de geada na primeira quinzena de setembro, o Paraná conta com dias de calor intenso e temperaturas de 35ºC na parte noroeste.
Sudeste
Chuva: pancadas de chuva retornam a São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, mas o acumulado não será suficiente para alcançar a média.
Temperatura: as máximas podem ultrapassar 35ºC em São Paulo e também ficam elevadas em áreas do centro e do oeste de Minas Gerais.
Centro-Oeste
Chuva: assim como é previsto no Sudeste, a chuva volta aos três Estados, mas apenas no oeste e norte do Mato Grosso o acumulado alcança a média histórica. Nos demais, será inferior.
Temperatura: a previsão indica calor intenso, principalmente, em Mato Grosso do Sul, com máximas próximas aos 40°C.
Norte
Chuva: a tendência é de precipitação mais frequente após dois anos com volumes inferiores no mês de setembro. E todos os Estados devem registrar volumes de chuva, com 160 milímetros no Amazonas e acima de 100 milímetros no Pará.
Temperatura: no Pará, com destaque para a área sudoeste, o calor pode ser até 1,5°C acima da média.
Nordeste
Chuva: a precipitação fica frequente em áreas do litoral, entre Paraíba e Alagoas. Isso porque, a chuva mais intensa acontece a partir de outubro.
Temperatura: todos os Estados devem registrar temperaturas acima da média durante o mês.
Ondas de frio ou calor podem acontecer?
Conforme o meteorologista da Tempo OK, a chegada da primavera, com início oficial em 22 de setembro, aumenta a oscilação e também a diferença entre as máximas pelo Brasil.
“Tem chance de frio intenso, mas será restrito ao Rio Grande do Sul na primeira quinzena de setembro. E, ao mesmo tempo, o calor pode ultrapassar os 40°C no Centro-Oeste”.
Olhando para a agricultura brasileira
As temperaturas altas previstas para o Norte podem afetar lavouras de cacau, açaí e a fruticultura tropical. Outro alvo são as pastagens direcionadas ao gado. Já no Centro-Oeste, a mesma condição será prejudicial para a soja, em fase de implantação, e o feijão da terceira safra.
A situação também se repete no Nordeste, onde, entre a Bahia e o Rio Grande do Norte, a combinação de calor e chuva abaixo da média compromete o desenvolvimento do pasto. Mas, por outro lado, a quantidade de água será suficiente para garantir o enchimento de grãos em plantações de milho e feijão, pontua o Inmet.
No Sudeste, os volumes de chuva próximos à média deixam produtores de café e cana-de-açúcar confiantes para a colheita. O mesmo não acontece em fazendas de soja e milho localizadas em áreas afetadas pelas altas temperaturas e, por consequência, o solo mais seco.
A contradição também é percebida na região Sul. Enquanto o calor favorece a cana-de-açúcar no Paraná, o solo mais úmido pode prejudicar trigo, aveia, cevada, centeio e canola.