20.6 C
Rondonópolis
sábado, 6 setembro - 04:01
- Publicidade -
Publicidade
HomeTransportesBRT Metropolitano de Belém, no Pará, começa operação assistida em outubro de...

BRT Metropolitano de Belém, no Pará, começa operação assistida em outubro de 2025, depois de espera desde os anos 1990


Sistema completo vai contar com 265 ônibus novos, dos quais, 40 elétricos da Eletra, e 225 a diesel Euro 6

ADAMO BAZANI

O governador do Pará, Helder Barbalho, anunciou nesta sexta-feira, 05 de setembro de 2025, que nas duas primeiras semanas de outubro devem ter início as operações assistidas para testes do BRT Metropolitano com a previsão de operação integral a partir de 13 de outubro, após o tradicional Círio de Nazaré.

“A estratégia que o governo está montando – e estará divulgando no momento adequado – é que essa operação assistida acontecerá na primeira semana de outubro para que nós possamos na segunda-feira pós-Círio, estar com 100% da operação do BRT em funcionamento”, disse Barbalho durante vistoria às obras de construção dos terminais em Ananindeua e Marituba, segundo nota do Governo do Estado, enviada ao Diário do Transporte.

A tarifa, com possibilidade de integração entre linhas diferentes em todas estas cidades, será de R$ 4,60, o que, segundo o governador, vai reduzir os custos de deslocamento.

“Hoje, um jovem do município de Santa Izabel do Pará, que estuda na Universidade Federal do Pará, paga R$ 20 para sair de casa até a UFPA e R$ 20 para voltar. Portanto, isto gera um custo diário de cerca de R$ 40 por dia. Com esta solução (BRT Metropolitano) que nós estamos implementando, esse jovem gastará R$ 4,60 para ir e R$ 4,60 para voltar”, exemplificou o governador Helder Barbalho, ainda de acordo com a nota.

Esperado desde os anos 1990, o sistema vai conectar às linhas de ônibus da capital Belém, as cidades de Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa Bárbara do Pará e Santa Izabel do Pará, pela BR-316, na região metropolitana.

Segundo ainda o Governo do Estado, 90% das obras já foram concluídos.

Veja as principais características o BRT-Metropolitano de Belém:

Por Adamo Bazani

Trajeto:

Com uma extensão de 10,8 km liga a capital às cidades Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa Bárbara do Pará e Santa Izabel do Pará, pela BR-316, na região metropolitana. Este trecho é entre o túnel do Entroncamento, nos primeiros 10,8 km da rodovia BR-316, em Belém, e as proximidades rodovia PA-483, em Marituba.

Frota:

O sistema conta com 265 ônibus adquiridos 0 km, dos quais, 225 a diesel Euro 6, que poluem 75% menos que a geração anterior Euro 5, e 40 elétricos totalmente nacionais, que não emitem nenhum poluente nas operações, com tecnologia Eletra, de São Bernardo do Campo (SP); chassis Mercedes-Benz, de São Bernardo (SP); carroceria Caio, de Botucatu (SP); e baterias/motores WEG, de Jaraguá do Sul (SC).

Os 40 ônibus elétricos são para operações exclusivas nas faixas expressas da BR entre o terminal de Marituba, o terminal de Ananindeua e a estação em São Brás.

Já os 225 veículos Euro 6, que emitem 15 vezes menos carbono que os modelos atuais, são para as ligações dos bairros da Região Metropolitana até os terminais de integração; para as linhas expressas até o Ver-o-Peso e também até a Universidade Federal do Pará (UFPA).

Uma parcela do custo de aquisição destes veículos foi bancada foi paga com recursos do Governo do Estado do Pará. Outra parte contou e com financiamento pela Caixa Econômica Federal, por meio do Programa Pró-Transporte FGTS, do Ministério das Cidades.

Integração e redução de custos tarifários:

Há integração entre diferentes linhas com a possibilidade de pagamento de uma só tarifa.

Pelo valor de 2025, a passagem é R$ 4,60. Com isso, a promessa é de redução dos custos de deslocamento. Um dos exemplos é que mora no município de Santa Izabel do Pará, e vai para a capital, antes do BRT desembolsava R$ 20 na ida e R$ 20 para voltar. Com o sistema, este custo R$ 4,60 para ir e R$ 4,60 para voltar (valores de 2025).

Demanda prevista: Entre 370 mil e 420 mil passageiros por dia

Infraestrutura Geral:

O sistema conta com dois terminais de Integração (Terminal de Integração de Ananindeua e Terminal de Integração de Ananindeua); 26 estações de passageiros (13 em cada sentido); 13 passarelas; quatro túneis de acesso; Centro de Controle Operacional (CCO) na avenida Augusto Montenegro; pistas com três faixas por sentido, sendo uma exclusiva para o BRT; duas ciclovias (uma em cada sentido); dois calçamentos para circulação de pedestres, faixa de piso tátil e rampas de acessibilidade.

Terminais:

O Terminal de Integração de Ananindeua, que fica no quilômetro 7 da rodovia BR-316, é o maior dos terminais. O espaço possui quatro plataformas (blocos), sendo uma destinada ao prédio administrativo onde funciona também a bilheteria, lanchonete, bicicletário e Estação Cidadania; a segunda e a terceira plataformas para atender aos ônibus alimentadores, e a quarta estrutura para receber os ônibus troncais, que para os passageiros até São Brás ou até o centro da capital.

Este terminal é para os ônibus oriundo diretamente dos bairros da cidade de Ananindeua sem que eles precisem transitar pela BR-316, por meio de um viaduto entre a Avenida Ananin Guajará – Cidade Nova e demais bairros.

Já o Terminal de Integração de Marituba fica localizado no km 10 da BR-316 e possui três plataformas, sendo uma do prédio administrativo, com a Estação Cidadania; outra para circulação dos ônibus alimentadores, para os passageiros de Marituba e também do município de Benevides e a terceira para a circulação dos ônibus troncais com destino à capital Belém.

Em ambos os terminais, as plataformas são ligadas por passarelas, com paredes de vidro, piso de concreto e já estão instaladas. Em todos os blocos há banheiros, rampas e elevadores para atender pessoas com deficiência.

Orçamento:

O custo total estimado para o projeto do BRT foi de R$ 561 milhões (valores do primeiro semestre de 2025), contando com financiamentos pela Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica) por meio Programa Ação Metrópole e pelo Governo do Pará (Orçamento Geral do Estado). Desse valor, R$ 368,7 milhões são provenientes de financiamento com a Caixa Econômica Federal, por meio do FGTS, para a aquisição dos ônibus.

Hiistórico

O sistema de corredores de ônibus da Região Metropolitana de Belém faz parte de um planejamento ainda dos anos de 1990 para ampliar a oferta de transportes públicos em eixos troncais.

Com uma extensão de 10,8 km para interligar as cidades de Ananindeua, Belém e Marituba, pela BR-316, teve o início da construção em janeiro de 2019 e a estimativa era de operação total em dezembro de 2022.

As obras, entretanto, tiveram problemas e atrasos. Em agosto de 2021, por exemplo, o Governo do Estado rescindiu o contrato com a, então, Odebrecht. Segundo a alegação da administração estadual, na época, seria a construtora não seguiu o cronograma previsto, atrasando a entrega.

O Sistema de Transporte Metropolitano é uma obra do Governo do Pará que vai integrar os terminais de Belém com Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa Bárbara do Pará e Santa Izabel do Pará. Trinta e uma linhas alimentarão a linha troncal, responsável pela integração desses municípios.

Com apenas um bilhete, o passageiro poderá pegar um ônibus que circula dentro do seu município, desembarcar nos pontos ou estações, ou ainda nos Terminais de Integração de sua preferência, e chegar até Belém.

Ao todo, para o sistema de BRT da Grande Belém, foram comprados 265 ônibus, entre 40 elétricos e os demais a diesel Euro 6 (atual geração, menos poluente), de diferentes dimensões, entre modelos de maior porte para linhas troncais e menores, em especial, para linhas troncais.

Todos os novos veículos, entre os movidos a diesel e os elétricos, possuem itens como ar- condicionado, tomadas USB para carregamento de celular e Wi-Fi, além de acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida ou restrições na visão.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes



Fonte

RELATED ARTICLES

Most Popular

Recent Comments