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Busscar completa 79 anos de origem nesta terça-feira (17). Sob grupo da Caio desde 2017, retomou avanço, mas mercado espera mais


O Nielson Diplomata 380, no auge de modelos da marca, e o NB1 Vissta Buss 365, amos da empresa Expresso de Prata, do estado de São Paulo.

Entre as expectativas estão ampliação do portifólio de modelos da nova geração NB1, prometida a partir deste ano

ADAMO BAZANI

Colaborou Vinícius de Oliveira

Nesta terça-feira, 17 de setembro de 2025, a Busscar, encarroçadora de ônibus localizada em Joinville (SC), completa 79 anos de origem.

O termo origem é o que mais se aplica, porque na fundação, que ocorreu oficialmente em 17 de setembro de 1949, a partir de uma marcenaria criada pelos dois irmãos descendentes de suecos – Augusto Bruno Nielson e Eugênio Nielson – o nome original foi Nielson & Irmão.

Um ano depois, em 1950, os irmãos começaram a reformar carrocerias de madeira de jardineira, ônibus rústicos feitos em chassis de caminhão que aproveitavam a dianteira dos veículos de carga. Somente em 1956, com a entrada de Harold Nielson, filho mais velho de Augusto, é que a empresa se fixava definitivamente no ramo de construção de carrocerias de ônibus, se aproveitando do intenso processo de urbanização e incentivo à indústria nacional de veículos, que criava um bom momento para investimentos diante da demanda cada vez maior por pessoas pelos transportes. Em 1958, a empresa começa a fazer as carrocerias metálicas.

Em 1989, por uma estratégia comercial e com o fim da linha de modelos Diplomata, certamente a mais famosa e bem exitosa da Nielson, o nome é gradativamente alteado para Busscar, inicialmente como Busscar-Nielson, até assumir somente a marca Busscar.

Em 27 de setembro de 2012, porém, após uma enorme crise amargada desde o início de 2000, o Grupo Busscar, formado pela Busscar Ônibus, Busscar Comércio Exterior, Bus Car Investimentos e Empreendimentos, TSA Tecnologia, Tecnofibras HVR Automotiva, Climabuss, Nienpal Empreendimentos e Participações e Lambda Participações e Empreendimento, teve a falência decretada pela Justiça de Santa Catarina (SC). Em 27 de novembro de 2013, os controladores da família fundadora até conseguem reverter a decisão na Justiça, mas depois de recursos de credores e do Ministério Público, em 05 de dezembro de 2013 ainda, a falência é retomada em definitivo.

O processo foi longo para o leilão que, em 21 de março de 2017, teve a compra homologada pela Justiça da marca Busscar e das plantas de Joinville, Pirabeiraba e Rio Negrinho. Entre os compradores, sócios da Caio-Induscar, que lidera o mercado de ônibus urbanos e é formadapor operadores de transportes com atuação na capital paulista,

Em 12 de junho de 2017, com a razão social Carbuss – Indústria de Carrocerias Catarinense Ltda, os sócios assumem definitivamente o negócio com a promessa de retomada gradual dos serviços.

E, desde então, tem sido bem gradativa mesmo.

Ocorreram avanços significativos: modernização da linha de produção, do parque fabril, lançamentos de modelos.

Mas ainda abaixo do que foi a Nielson-Busscar no passado.

Como comprou também projetos e nomes de modelos, o grupo ligado a Caio partiu de uma modernização da última linha, a qual chamou de “manter o DNA da Busscar”.

Os ônibus urbanos, que também eram de atuação da “primeira” Busscar, com destaque para a linha Urbanuss, que teve até trólebus e modelos de tração híbrida, foram descontinuados.

Não seria aparentemente um jogo muito inteligente concorrer com a “matriarca” Caio.

A mudança mais significativa da linha de produtos ocorreu em maio de 2023, com o lançamento da primeira família de ônibus genuinamente da Nova Busscar – NB1 Busscar, com linhas mais modernas e diferentes.

O mercado ainda espera mais da Busscar, como a presença maior no segmento, mais opções de pós-venda, maior rede de assistência e mais modelos da nova geração, o que foi prometido para ocorrer ainda em 2025.

O diretor comercial da Busscar, Paulo Corso, disse em junho de 2024, ao Diário do Transporte que, em 2025, devem ser lançados ao menos outros dois modelos da geração NB1: o 400 (correspondente ao LD – Low Driver, com grandes bagageiros e salão de passageiros em nível superior ao posto de trabalho do motorista) e o 385 (com 3.85 m de altura e piso único).

Relembre:

De acordo com o mais recente consolidado da Fabus, associação que representa as indústrias de carrocerias, dos 5167 ônibus rodoviários produzidos no Brasil entre janeiro de agosto de 2025, 665 foram pela Busscar, sendo a penúltima das cinco marcas que atuam no segmento, ficando a frente apenas da Irizar, que contabilizou 462 unidades no mesmo período.

O “boom” de crescimento do setor de modelos rodoviários, após a crise gerada pelos efeitos econômicos da pandemia de covid-19, parece ter passado com o mercado se esfriando neste ano de 2025.

A Busscar ter boas perspectivas, mas aparentemente a estratégia da líder de mercado e principal concorrente, Marcopolo, ao lançar em plena pandemia, a linha da geração 8 – G 8, em julho de 2021, estando pronta para a retomada, parece ter minado as ações de todas as demais no mercado.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes



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