Publicado em: 6 de dezembro de 2024
Existe um potencial reprimido de renovação da frota nos pós-pandemia, que deve se intensificar a partir do segundo trimestre de 2024, tanto no urbano quanto no rodoviário
ALEXANDRE PELEGI
O diretor do Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (SIMEFRE), Ruben Bisi, em declaração à imprensa especializada, estima em crescimento significativo do setor de Ônibus para 2024. No início do ano, na condição de presidente da FABUS, Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus, ele já havia estimado que o setor cresceria entre 20% e 25%.
O mercado de ônibus teve um ano positivo em 2023. Bisi já tem dados que mostram que em 2024 a curva de negócios se mantém em ascensão.
O diretor do SIMEFRE afirmou que as perspectivas são de crescimento, em torno de 20% em relação a 2023. Até outubro deste ano, o setor registrou 19.486 unidades vendidas, contra 16.539 no mesmo período do ano anterior, um aumento de 17,8%, ele diz.
Bisi relata que o setor passou por dois anos difíceis durante a pandemia, tanto para os operadores quanto para os fabricantes de carrocerias. A frota envelheceu e a idade média dos ônibus aumentou consideravelmente. Existe, portanto, um potencial reprimido de renovação da frota, que deve se intensificar a partir do segundo trimestre de 2024, tanto no segmento urbano quanto no rodoviário.
No entanto, outros fatores podem impulsionar o mercado em 2024.
Ruben Bisi explica que no segmento escolar, há necessidade de prorrogação do Edital do Caminho da Escola do FNDE para o próximo ano, devido ao volume de compras não ter atingido o esperado em 2023, o que pode gerar um aumento na demanda. No turismo, a tendência é de aquecimento, impulsionado pelo aumento da demanda para destinos no mercado interno.
O governo federal tem um papel importante no incentivo ao setor, ressalta Bisi. Além do programa Caminho da Escola, o Ministério das Cidades anunciou compras governamentais de ônibus urbanos a diesel e elétricos, através do programa PAC 3 Mobilidade.
No entanto ele alerta: há fatores que podem prejudicar o crescimento do setor. Ele cita a entrada de produtos chineses com preços mais competitivos, devido à isenção de custos enfrentados pelos fabricantes nacionais e à presença de subsídios cruzados, o que pode prejudicar a isonomia concorrencial e afetar o mercado.
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transporte