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Polícia Civil investiga morte de passageiro em área que dá acesso à Estação Carrão do Metrô de São Paulo


Metrô diz que havia funcionários suficientes e que ocorrência foi em área administrada por concessionária; Sindicato dos Metrôviários denuncia falta de funcionários decorrente da concessão destas regiões dentro das estações

ADAMO BAZANI / ARTHUR FERRARI

A Polícia Civil de São Paulo investiga as circunstâncias e responsabilidades sobre a morte de um passageiro em um corredor de acesso para a Estação Carrão do Metrô, na Zona Leste da capital paulista, na última segunda-feira, 15 de setembro.

A vítima chegou a ser socorrida mas não resistiu. A suspeita é que tenha sofrido uma parada cardiorespiratória.

Metrô e Sindicato dos Metroviários se contradizem. A estatal disse por meio de nota que o caso ocorreu em uma passarela concedida, não sendo mais de sua responsabilidade, e que havia funcionários suficientes, deslocando agentes para também atuar nos primeiros atendimentos. Já o sindicato disse que não havia trabalhadores suficientes para ocorrências deste tipo e responsabilizou a redução do quadro de trabalhadores por conta da concessão dessas áreas, citando em comunicado que “privatização das passarelas e falta de funcionários causam tragédia”.

O Metrô afirma que a estação contava com mais de um colaborador, sendo que um deles era treinado para primeiros-socorros. Esta versão ao menos coincide com o que alega o sindicato, que diz que no local havia apenas uma funcionária com esse tipo de capacitação.

Confira as notas do Metrô e Sindicato dos Metroviários:

Metrô de São Paulo

“O Metrô lamenta profundamente o ocorrido. Embora a ocorrência citada tenha sido fora da área de responsabilidade do Metrô, assim que comunicados, os funcionários da empresa foram ao local para socorrer a vítima até a chegada do SAMU que a levou com vida ao Pronto Socorro.
Durante o ocorrido, a estação Carrão contava com mais de um colaborador, incluindo um treinado para primeiros socorros, que estava nas dependências da estação, onde não há campo de visão ao local da ocorrência, que é administrado por uma concessionária. Por isso, o Metrô – que é reconhecido também por sua atuação em primeiros socorros, com mais de 400 mil atendimentos desde 1997 -reforça a importância de que as pessoas comuniquem imediatamente qualquer caso, possibilitando uma rápida atuação, mesmo em locais fora de sua área de atuação.”

 

Sindicato dos Metroviários

“No início da noite do dia 15/9, um passageiro sofreu uma parada cardiorrespiratória no corredor da estação Carrão e havia apenas uma funcionária do OPE na estação. Havia também alguns trabalhadores terceiri- zados da Works, mas que não possuíam treinamento para atuação.
O corredor da estação Carrão foi concedido para a iniciativa privada. Desde a privatização, os corredores estão abandonados, sem limpeza, sem atuação de segurança pública (ou, quando há atuação, é do Corpo de Segurança do Metrô) e sem nenhuma orientação do Metrô para os metroviários sobre qual a delimitação da nossa atuação nessas áreas privatizadas.
Com apenas uma funcionária na estação, é impossível atuar para salvar vidas e conduzir uma situação difícil como essa. Como fruto também da falta de funcionários, demorou para chegar apoio do Corpo de Segurança de outras estações.
É por situações como essa que os metroviários estão adoecendo e esgotados. É urgente que a direção do Metrô tome providências: realize concurso público imediatamente para contratar mais funcionários de estação e segurança.
Precisamos também de mais funcionários para que o Metrô cancele a concessão dessas passarelas. A privatização tem as suas consequências estampadas na sujeira desses espaços e na incapacidade das em- presas privadas em garantir a segurança pública neste espaço.”

Ádamo Bazani e Arthur Ferrari, jornalistas especializados em transportes



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