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Mudanças nas linhas T-15, B-11 e I-07, em Santo André (SP), não deixam ninguém na mão, mas viagens ficaram muito longas e ônibus desinteressantes – VÍDEO


Ônibus em frente ao Hospitsal Mário Covas, em Santo André. B63 e I08 são mais rápidas, mas não atendem a todos, assim como Bilhete Único.

Linhas, que já eram longas, passaram a dar muitas voltas e muitos passageiros desistiram. Serviços complementares mais diretos podem ser alternativas para evitar viagens de quase duas horas quase sem sair do lugar

ADAMO BAZANI

Isso não é só sobre Santo André, no ABC Paulista, apesar de ser Santo André, mas é prova de que o Brasil ainda busca “puxadinhos” que resultam em falta de eficiência e lógica no planejamento que deixam o transporte público desinteressante, mesmo havendo soluções simples, intermediárias em sem alto custo.

Passageiros que utilizam as linhas B11 (Vila Guiomar/Bairro Paraíso – Hospital Mário Covas) e I07 (Vila Lucinda/ Bairro Paraíso – Hospital Mário Covas), do sistema municipal de Santo André, no ABC Paulista, entraram em contato com a reportagem do Diário do Transporte relatando que após mudanças promovidas pela prefeitura, as viagens se tornaram mais demoradas e, em vários casos, os usuários estão deixando de usar os ônibus destes serviços porque os itinerários ficaram longos demais, com muitas voltas. Mas há alternativas, como reforço pelas Ruas Juquiá (a partir da Carijós) ou Paranapanema, que hoje não têm nenhum atendimento por ônibus municipal e, além de proporcionarem viagens mais rápidas e interessantes, criaram uma demanda nova que atualmente não conta com nenhuma linha (veja mais abaixo).

Como mostrou a reportagem, em 30 de setembro de 2025, a linha T-15 deixou de ir até o Hospital Mário Covas, partindo da Estação de Santo André, mas no Jardim do Estádio, sendo redirecionada para o Jardim Guarará, via Avenida São Bernardo do Campo.

Para “cobrir o buraco”, a B11 e I07 deixaram de ter ponto final em frente ao Semasa, no Bairro Paraíso, e foram prolongadas até o Hospital Estadual Mário Covas, percorrendo a Rua Juquiá, em frente ao Parque Sabina, subindo o Largo Paraíso, entrando à direita na Rua Ibiapava, à direita na Rua Jabaquara, à esquerda na Rua Juazeiro e à direita até o Hospital Mário Covas, Parque Central e o antigo final da T-15.

Relembre:

Ocorre que os “buracos” deixados pela mudança de rota da T-15 não se limitam ao trajeto da Rua Juquiá até o Hospital.

Muitas pessoas nas regiões da Rua Carijós, uma das mais movimentadas da cidade, e do Jardim do Estádio ficariam sem a ligação.

Para não deixar ninguém desatendido, a prefeitura e a Viação Guaianazes cobriram praticamente todo o trajeto da T-15 com a B-11 e a I-07.

A intenção foi boa e ajudou muita gente, mas, ao mesmo tempo, contrariando a própria fala do prefeito Gilvan Ferreira de Souza Júnior, que prometeu linhas mais enxutas e rápidas, a B11 e a I07 passaram a fazer uma verdadeira “volta ao mundo” dentro de Santo André. Isso porque, mantiveram grande parte de seus trajetos originais, passaram a fazer a linha da T-15 e ainda incluíram novas vias.

O “zigue-zague” ocorre na região do Jardim do Estádio. No sentido centro de Santo André (na volta basicamente fazem o mesmo, mas na direção contrária), os ônibus da B11-e I07, como antes, a partir da Avenida Brasília, entram pela Rua Ourinhos na direção dos “prédios populares” do Jardim do Estádio.

Aí a saga começa.

1h40 DE VIAGEM E ÔNIBUS DANDO VOLTA NO MESMO LUGAR

O Diário do Transporte percorreu dentro de um ônibus a linha B11 na manhã desta segunda-feira, 13 de outubro de 2025. Fora do horário de pico, sem trânsito e sem nenhuma ocorrência, a viagem dentro de Santo André demorou cerca de 1h40.

O embarque ocorreu na Rua Juazeiro, no Bairro Paraíso, logo após o Hospital Mário Covas, no sentido Vila Guiomar, pouco antes de 09h00. O desembarque, na Rua das Pitangueiras, após o cruzamento com a Rua das Figueiras, no Bairro Jardim, só aconteceu depois de 10h40.

No meio do caminho, muita gente reclamando, e deixando o ônibus passar.

LINHAS INTERMUNICIPAIS FICARAM MAIS INTERESSANTES EM VIAGENS MUNICIPAIS:

Até linhas intermunicipais da empresa NEXT Mobilidade passaram a ser mais acessadas por serem mais práticas dependendo do trajeto, como do centro, Perimetral, Praça do Ipiranguinha para a Rua Carijós e Jardim do Estádio, como as

– 238 – São Bernardo do Campo (Parque Los Angeles)/ Santo André (Terminal Metropolitano Santo André-Oeste),

– 409 – São Bernardo do Campo (Jardim Las Palmas)/ Santo André (Terminal Metropolitano Santo André-Oeste) e

– 409 BI1 – São Bernardo do Campo (Parque Alvarenga/ Santo André (Terminal Metropolitano Santo André-Oeste),

Além de serem mais diretas, estas linhas, mesmo sendo intermunicipais, têm tarifa menor. Enquanto o municipal cobra R$ 5,90, a NEXT Mobilidade cobra R$ 5,70. É que, diferentemente das linhas municipais, que têm tarifa fixa independentemente do trajeto, no caso das intermunicipais, o valor varia, entre outros fatores, de acordo com a extensão da linha.

PARECE QUE VAI, MAS VOLTA:

A saga após os “prédios” do Jardim do Estádio na B11 municipal começou porque, em vez de seguir direto para a Rua Carijós, o ônibus vai para antigo ponto final da T-15 no Jardim do Estádio e segue na direção do centro. Uma volta grande. Mas não bastasse isso, quando o passageiro pensa que a viagem vai continuar para o centro, o ônibus faz uma nova volta, retorna tudo e acessa de novo a Rua Carijós, como fazia originalmente a linha B11 antes das mudanças.

Para se ter uma ideia, num ônibus municipal dentro de Santo André, a reportagem ficou mais tempo que o trajeto de trem entre o centro da cidade e a Estação Brás, na capital paulista, ou no “trólebus”, do Corredor ABD, entre Santo André e o bairro de São Mateus, na zona Leste de São Paulo.

BILHETE ÚNICO NEM SEMPRE É OPÇÃO:

Há o Bilhete Único Andreense pelo qual, por uma tarifa só, em um único sentido de viagem, é possível usar dois ônibus e “cortar caminho”. Mas, nem todos sabem desta possibilidade, nem todos possuem o Bilhete Único e, além disso, dependendo da origem e destino, também não é possível e nem vantajoso fazer a troca de ônibus, fora o desconforto para pessoas com mobilidade reduzida como idosos e pessoas com deficiência ou em recuperação de procedimentos médicos (a B11 e a I07 servem nada mais nada menos que o maior hospital público do ABC), ou ainda em dias de chuva, por exemplo.

ALTERNATIVAS:

Obviamente, no transporte coletivo (assim como tudo que é para interesse em comum), não é possível agradar a todos.

Porém, é possível fazer melhor e ampliar as opções para o cidadão.

Uma das alternativas estudadas pela própria Viação Guaianazes, operadora das linhas, é criar serviços de reforço (ao menos em horários de pico) com trajetos mais diretos. Assim, a população que ficou “órfã” da T-15 não ficaria desassistida (o propósito é nobre e útil), mas os outros passageiros não seriam penalizados com “voltas ao mundo”.

Entre as alternativas estariam seguir pela Avenida Brasília direto até o Jardim Cristiane e Bairro Paraíso (Hospital Mário Covas) ou, ainda mais rápido, a partir da Carijós, no sentido Hospital, seguir pelas Ruas Juquiá ou Paranapanema, Vila Assunção e Paraíso (além de mais rápidos, estes últimos trajetos – Paranapanema e Juquiá – criariam uma demanda nova onde há “buraco” de atendimento por ônibus – são dois trechos hoje sem nenhuma linha).

CARRO FICOU “IMBATÍVEL” – O QUE NÃO É CERTO:

O importante é deixar o transporte coletivo mais atrativo. A tempo: o trajeto de ônibus B11 entre a Rua Juazeiro, no bairro Paraíso, e a Rua das Pitangueiras, no bairro Jardim, que demorou 1h40; de carro, no máximo, é percorrido em 20 minutos.

Por mais que se levante a bandeira do transporte coletivo e da mobilidade, não tem como preferir o ônibus desse jeito.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

 



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