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Paraná apresenta o Bonde Urbano Digital a prefeitos de Santa Catarina e reforça ambição de tornar modal referência para outras cidades


Projeto inédito de transporte elétrico sobre pneus foi detalhado por Ratinho Junior e pela Amep; tecnologia dispensa trilhos e baterias, com vida útil estimada em 30 anos

ALEXANDRE PELEGI

O governo do Paraná apresentou nesta semana a prefeitos de Santa Catarina o BUD – Bonde Urbano Digital, modal de transporte coletivo que promete unir tecnologia, sustentabilidade e baixo custo de implantação.

O encontro foi conduzido pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior, no Palácio Iguaçu, e contou com a presença do secretário da Fazenda, Norberto Ortigara, e do presidente da Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná (Amep), Gilson Santos.

Após a reunião, os prefeitos conheceram o canteiro de montagem do primeiro veículo, instalado no Parc Autódromo de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, onde o sistema está em fase final de preparação.

“O BUD é um projeto de mobilidade que coloca o Paraná na vanguarda. É uma solução de transporte coletivo de alta capacidade, sem a complexidade e o custo dos trilhos. É elétrico, digital e foi pensado para durar 30 anos, com baixa manutenção”, afirmou Gilson Santos, presidente da Amep, em entrevista ao Diário do Transporte.

A operação assistida, o uso de supercapacitores e o sistema de guiagem magnética fazem do BUD um modal urbano inteligente, que pode ser replicado em qualquer cidade brasileira”, completou.

Sistema sem trilhos nem baterias

Como mostrou o Diário do Transporte em reportagem de 17 de setembro de 2025, o BUD é um veículo elétrico sobre pneus, mas guiado por trilhos virtuais instalados no pavimento, compostos por ímãs e sensores de navegação.
Dispensa o uso de baterias convencionais — substituídas por supercapacitores, que podem ser recarregados em até 12 minutos para 40 km de autonomia.

O sistema inclui câmeras e radares com inteligência artificial, LiDAR e sensores de posição que garantem precisão e segurança no trajeto. A condução é automática (nível GOA-2), com operador embarcado apenas para eventuais intervenções.

“Esse projeto demonstra que a inovação na mobilidade não depende apenas de grandes obras de infraestrutura. A tecnologia pode ser usada a favor da simplicidade e da eficiência”, declarou Ratinho Junior durante a apresentação.

Projeto piloto na Região Metropolitana de Curitiba

O primeiro trecho terá 13 quilômetros, ligando os municípios de Pinhais a Piraquara.
O veículo — com 30 metros de comprimento, três eixos e capacidade para até 280 passageiros — será abastecido por pantógrafos em pontos estratégicos e operará a velocidades de até 70 km/h.

A base operacional e o Centro de Controle Operacional (CCO) serão instalados no Terminal São Roque, em Piraquara.
Os testes de integração e segurança estão previstos para as próximas semanas.

“Estamos trabalhando para que o BUD comece a operar em novembro, inicialmente como linha piloto. A ideia é que ele se torne referência e inspire soluções semelhantes em outros estados”, afirmou Gilson Santos. “Recebemos consultas de diversas cidades, inclusive de fora do país, interessadas no modelo curitibano”, completou o dirigente da Amep.

Expansão e interesse nacional

Segundo o governo, o projeto despertou atenção de gestores de Florianópolis (SC), São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Cuiabá e Rio de Janeiro, além de cidades da Argentina, Colômbia, Costa Rica e Chile.

Internamente, há estudos para expansão a Fazenda Rio Grande e Colombo, e o estado também avalia parcerias com fabricantes nacionais para a produção local dos veículos, caso o piloto tenha sucesso.

O BUD é um passo importante para a mobilidade do futuro — uma alternativa ao VLT e ao BRT, mais barata, sustentável e com o mesmo conforto”, disse o governador Ratinho Junior.

Equilíbrio econômico e vida útil prolongada

O projeto foi concebido com vida útil de 30 anos, semelhante à de sistemas metroferroviários. Os supercapacitores, com troca a cada dez anos, mantêm estabilidade de desempenho e não sofrem degradação como as baterias.

“Mesmo sendo uma tecnologia nova, o BUD respeita a lógica financeira do transporte público: ele não elimina o subsídio, mas melhora a eficiência e reduz custos de manutenção”, pontuou Gilson Santos, da Amep.

A montagem do primeiro veículo está em fase final, e a Amep garante que a operação experimental iniciará ainda em 2025.

Para saber mais sobre o BUD:

Conheça o BUD – Bonde Urbano Digital, nova aposta do Governo do Paraná para a Grande Curitiba: sem trilhos, sem baterias e com vida útil de 30 anos

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes



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