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Linha da Saúde de Santo André (Vila Luzita/Hosp. Mário Covas) será anunciada nos próximos dias e deve virar “case” de transporte sob demanda coletivo


Transporte sob demanda é só o carro de aplicativo ou o mototáxi? Reivindicação é antiga da população e serviço tem a chance de provar que transporte sob demanda não é o individual, mas o que atende às reais demandas dos usuários

ADAMO BAZANI

Transporte sob demanda é só o carro de aplicativo ou o mototáxi?

Não. Isso é transporte individual. Transporte sob demanda é o que atende, como diz o nome, às reais demandas de uma população.

Atualmente, grande parte das linhas de transportes coletivos é desatualizada, dá muitas voltas, não acompanhou as mudanças econômicas, de moradia, hábitos e costumes da população e não atende às necessidades reais e atuais de deslocamentos.

Claro que os contratos de transporte coletivo são engessados e possuem pouco espaços para inovar, algo que as discussões em torno do novo marco regulatório dos transportes públicos, em debate há anos no Congresso e que deve estabelecer por lei modernizações nos contratos e prestações de serviços deve ajudar a melhorar.

Mas, não é necessário depender somente dessa aprovação. Criatividade, melhor entendimento entre gestores e operadores privados de transportes e, acima de tudo ouvir o cliente do transporte público, que é o passageiro, são os caminhos para que o coletivo seja também sob demanda.

Santo André, no ABC Paulista, tem a oportunidade de demonstrar isso na prática.

Após anos e anos de reivindicações da população, nos próximos dias, com expectativas de anúncio ainda neste mês de outubro de 2025, deve sair finalmente do papel a chamada “Linha da Saúde”. Trata-se de um itinerário que vai atender à demanda crescente na cidade (olha o transporte sob demanda aí) de interligação entre os principais locais de atendimento de Saúde de Santo André.

O serviço deve ligar a região da Vila Luzita, a mais adensada e uma das mais carentes da cidade do ABC, ao Bairro Paraíso, onde fica o Hospital Estadual Mário Covas, referência de Saúde no Estado de São Paulo e que recebe pacientes até de outras partes do Brasil que são enviados pelas prefeituras em ônibus e vans fretados, mas que, ironicamente, o morador de diversos bairros da própria Santo André, cidade sede do Hospital, tem dificuldades de acessar.

No trajeto desta linha estão importantes equipamentos de saúde públicos e particulares localizados no município: UPA Perimetral, Hospital Municipal, Hospital Christóvão da Gama, Policlínica Paraíso, Hospital e Maternidade Brasil, etc.

A demanda da Saúde será atendida.

Mas não somente esta. Se a Vila Luzita e região é carente de oportunidades e serviços, a região do Bairro Paraíso é justamente o oposto. Além dos equipamentos de Saúde, possui uma oferta importante na área de comércios e serviços (hoje a principal vocação econômica do ABC, que há décadas deixou de ser industrial), com Shoppings, Grandes Mercados e lojas.

É também, juntamente com a Vila Assunção, um polo de cultura, lazer e educação. Isso porque reúne universidades, escolas referências e equipamentos públicos como a “Sabina” – Escola Parque do Conhecimento e o Parque Central de Santo André, um dos maiores espaços da cidade com lagos, pistas de caminhada, corrida, ciclovias, áreas de passeio com animais, espaço para piquenique, aeromodelismo e uma concha acústica que reúne shows gratuitos de diversos estilos, desde artistas locais até nacionais e internacionais de fama. Os shows de rock, por exemplo, no Parque Central já viraram tradicionais, além de festivais gastronômicos.

Assim, a Linha da Saúde será também a linha do emprego, da educação, da cultura e do lazer.

Basta que seja bem operada e planejada. A Viação Guaianazes, que vai operar os serviços, deve colocar ônibus 0 km, com ar-condicionado, wi-fi, tomadas USB e promete uma frequência que atenda à demanda. Mas desde o início esta oferta deve ser grande, justamente para atrair o passageiro.

Além disso, a linha, apesar de abrangente, deve ser objetiva, sem voltas inúteis que deixem o trajeto demorado demais e que não valeria apena.

Outra coisa é que o passageiro deve ser bem-informado sobre a criação da linha, o trajeto e a frequência. Redes sociais, releases à imprensa, etc, etc tudo é válido.

Mas onde está o passageiro do ônibus? Ora, no ônibus. Assim, uma sinalização visual, com adesivos em vidros com um “mapinha” da linha, informando os principais locais de atendimento, adesivos grandes com a inscrição Linha da Saúde, etc, tudo isso é chamar a atenção positivamente.

Onde está o passageiro da linha da Saúde? Ora, nos equipamentos de Saúde.

Cartazes, folhetos, etc, nos hospitais, clínicas e nas paradas de ônibus próximas é o mínimo que se deve esperar.

Parte do passageiro de transportes públicos é digital, mas só parte. A maioria (ou todos) é analógico, fica um bom tempo no veículo ou na parada e um cartaz pode resolver mais que uma “ridícula dancinha de TikTok”.

A Linha da Saúde de Santo André tem tudo para virar um exemplo para o setor em todo o País.

LINHA DA SAÚDE, DO EMPREGO E DA CULTURA/EDUCAÇÃO:

A reportagem do Diário Transporte mostrou, inclusive, que houve até um abaixo-assinado de moradores pedindo a ligação entre o Hospital Mário Covas e a região da Vila Luzita, Guarará e Vila Rica, que seria chamada de Linha da Saúde por conectar estabelecimentos de saúde no município, como Hospitais Mário Covas, Brasil, Christóvão da Gama, Policlínica Paraíso e UPAS da Perimetral e Vila Luzita. A região do bairro Paraíso, onde fica o Hospital Mário Covas, também é polo de empregos em Santo André, com o Shopping ABC, academias, clínicas, hipermercados e cultural-educacional, com o Parque do Conhecimento Sabina, universidades privadas e o Parque Central, onde são realizados shows e espetáculos.

Num único itinerário e somente com um ônibus, facilitando o deslocamento, já que os moradores não precisariam ficar trocando de transporte ao longo do caminho, o serviço interligaria alguns dos principais equipamentos de saúde públicos e privados de Santo André, como Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Vila Luzita, UPA Perimetral, CHSA – Centro Hospitalar de Santo André (Hospital Municipal), Hospital Christóvão da Gama, Casa da Esperança, Policlínica Municipal Paraíso, Hospital Brasil, Hospital Estadual Mário Covas.

Abaixo-assinado.

Linha de ônibus entre o Hospital Mário Covas e a Vila Luzita tem abaixo-assinado e pedido apresentados na Câmara de Santo André (SP) – VÍDEO

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

 

*ADAMO BAZANI, JORNALISTA ESPECIALIZADO EM TRANSPORTES – MTb 31521, EDITOR E REPÓRTER DO DIÁRIO DO TRANSPORTE –



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