Publicado em: 28 de outubro de 2025

Declaração é do presidente da Fabus, Rubens Bisi, que defende que antes de alternativas ao diesel e até mesmo benefícios como tarifa zero, transportes sejam estimulados para recuperar nível de qualidade
ADAMO BAZANI
Colaborou Vinícius de Oliveira
Para chegar a uma média de idade de cinco anos, aceitável e mais viável para as operações nas cidades, o Brasil precisaria colocar nas ruas hoje cerca de 32 mil ônibus urbanos zero quilômetro.
O tamanho do déficit foi revelado pelo presidente da Fabus, associação que representa as fabricantes de carrocerias, Rubens Bisi, durante a apresentação na abertura da Arena ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), evento que ocorre em São Paulo nesta terça-feira, 28 de outubro de 2025. O evento prossegue até a próxima quinta-feira (30) no Transamerica Expo, em Santo Amaro, zona Sul da capital paulista.
Para o executivo, a pandemia de Covid-19 agravou um quadro de dificuldades dos transportes que já existia, mas se tornou quase insustentável.
A situação se reflete nas condições pelas quais os serviços são prestados, incluindo a qualidade da frota.
Bisi destacou também que entre janeiro e setembro deste ano de 2025, a indústria nacional produziu 7.505 ônibus urbanos.
O número representa 7,9% de crescimento em relação ao volume do mesmo período do ano passado.
Apesar do número ser positivo, para recuperar ao menos parte deste déficit de frota, o volume em vez de 7,5 mil unidades deveria estar em torno de 11 mil coletivos.
O executivo acredita que são bem vindas as alternativas para a ampliação de frotas com tração alternativa ao óleo diesel, como elétricos e biometano/GNV e todo o debate para tornar o transporte mais atraente e acessível, como a tarifa zero, é válido, mas que antes de tudo o básico precisa ser feito.
E isso passa por investimentos em infraestrutura viária, nem que seja a mais simples, mas que evitem dos ônibus quebrarem em imensos buracos num asfalto remendado, e em renovação para que o passageiro ande em veículos mais confortáveis e seguros.
Somente a troca em massa de frota de ônibus de 10 anos até 15 ou 20 anos que estão rodando nas cidades, de tecnologias defasadas, pelos atuais modelos Euro 6, que poluem 75% menos, já seria suficiente para melhorar as condições de serviços, tornar os transportes mais atraentes e ainda trazer ganhos ambientais significativos.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
Colaborou Vinícius de Oliveira


