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Obras civis e espaço em garagens e terminais estão entre os desafios de entrada da eletrificação de sistemas de ônibus


Diretor da Recharge Brasil, Arthur Carrão

Nem sempre soluções vendidas em “pacotão” podem ser as melhores alternativas, comenta diretor de empresa especializada

ADAMO BAZANI / VINÍCIUS DE OLIVEIRA

Quando se fala em infraestrutura para ônibus elétricos, logo se pensa em carregadores, se pensa em altas tecnologias colocadas no terreno das garagens e dos terminais. Mas há um passo antes disso que o mercado tem enfrentado muitas dificuldades e dúvidas, que são as obras civis, ou seja, você tem uma garagem, você tem um terreno, mas você não sabe o que fazer e como fazer.

Durante o Arena ANTP, que acontece na capital paulista, conversamos com Arthur Carrão, da empresa Recharge Brasil, especializado nesse tipo de trabalho.

Confira a entrevista na íntegra:

ADAMO BAZANI: Arthur, a primeira dúvida é, eu tenho minha garagem, eu preciso eletrificar a minha frota ou quero, alguns empresários precisam, outros querem. Como fazer? É esse trabalho que vocês fazem? E quais são as principais dificuldades que hoje vocês encontram entre os frotistas e até mesmo os gestores públicos?

ARTHUR CARRÃO: Ótima pergunta, Adamo. Obrigado, primeiramente, pelo espaço e por ter essa oportunidade de conversar com vocês, e a todo o público do Diário do Transporte. A gente hoje está ainda em uma fase inicial da eletrificação das frotas e desse mercado, que tanto tem crescido no Brasil e aqui no estado de São Paulo, principalmente. As dificuldades que a gente vê, como especialistas em infraestrutura de eletromobilidade, a Recharge é uma empresa de engenharia especializada em projetos e infraestrutura e implantação de carregadores. É isso que a gente faz. Então, desde o projeto, da concepção, para que o projeto seja feito de forma adequada e a obra transcorra da melhor forma possível, mais rápida possível, a gente tem essa atuação em âmbito nacional. Então, a gente tem vários exemplos de garagens, terminais, aeroportos que a gente já fez e estamos avançando. Um grande desafio, para dar um exemplo aqui, é conseguir a capacidade energética dessa garagem, desse local. Então, esse é um dos desafios, junto às concessionárias, fazer o pedido de aumento de carga e trazer essa energia em quantidade suficiente. Hoje a gente está também fazendo já os projetos com o BESS, que vai complementar essa rede, e também existe a parte mais comercial do mercado, onde as empresas e as garagens, os operadores, precisam conhecer a gente, precisam conhecer empresas de engenharia capacitadas e especializadas nesse tipo de obra e de serviço. E a Recharge tem se destacado nesse assunto, nesse mercado, com a nossa qualidade, a segurança da nossa implantação. Então, eu acho que um pouco de desafio do mercado é entender empresas como a nossa e vir até nós buscar soluções de engenharia, e as dificuldades mais técnicas de obras de grande consumo energético, de trazer essa energia, implantações em média tensão, que a gente também já tem feito.

ADAMO BAZANI: O Diário do Transporte conversa com muitos empresários de ônibus, com muitos operadores, a gente já ouviu um desafio que parece tão básico, mas é um dos primeiros, o espaço. Como eu vou otimizar o espaço? Normalmente, garagem de ônibus, por aumento de frotas, já são espaços apertados. Houve até denúncias, a gente já acompanhou de morador do ônibus ficar na rua, na calçada. Enfim, vocês também apresentam, o mercado também é carente de soluções como essa, como dinamizar, otimizar e usar o meu espaço que já é apertado para colocar carregador, subestação e tudo, que alguns empresários até usam o termo brincando, toda “parafernália” elétrica, né?

ARTHUR CARRÃO: Sim, a gente já inclusive tem trabalhado em projetos trazendo novas tecnologias que otimizam tanto a ocupação de espaço dessa infraestrutura de carregadores, como também faz a inteligência da gestão energética dos carregadores, como por exemplo, controle de balanço de carga, controle de demanda, então isso tudo já existe. Lá fora é bem mais comum. Aqui no Brasil está chegando agora e a gente já está pronto e já está trazendo essa tecnologia para os nossos projetos também.

ADAMO BAZANI: Perfeito, então quer dizer, são soluções integradas. Eu queria que você falasse dessa questão da integração mesmo entre os fornecedores. A gente está aqui na frente da Eletra, não é à toa, não é que haja um trabalho direto da Recharge com a Eletra, mas a gente noticiou que a Eletra, ela lançou o Eletra Consult, que é um serviço de consultoria, que une os players de mercado e dá orientação também, com base junto, em parceria com esses players. O caminho também é esse? O fabricante e o fornecedor conversarem e oferecerem, não pacotões, propriamente ditos, mas oferecerem soluções personalizadas e integradas.

ARTHUR CARRÃO: Com toda certeza, Adamo. Esse é, para mim, um ponto mais importante no próximo passo que esse mercado que está amadurecendo vai dar. É a criação de ecossistemas onde cada empresa, na sua especialidade, vai atuar integrando o projeto com todas as pontas juntas, e não como você falou, oferecendo pacotões. A Eletra tem feito isso, tem feito muito bem, a gente também tem feito um trabalho, porque o que eu penso e o que a gente está levando para o mercado. Uma solução onde cada empresa atue na sua especialidade. Eles, por exemplo, são especializados e são fabricantes de ônibus elétricos, tem os fabricantes de carregadores, temos nós que estamos na ponta da engenharia e fazendo os projetos para otimizar tudo isso. Então, cada um trabalhar na sua especialidade é a próxima tendência do mercado e a gente está exatamente trabalhando com esses ecossistemas para cada um trazer a sua solução e trabalhar na sua ponta do ecossistema, mas todo mundo unido, conversando e fazendo com que o mercado avance com mais competitividade e trabalhando para que o mercado cresça e amadureça cada vez mais.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Vinícius de Oliveira, para o Diário do Transporte



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