Publicado em: 6 de novembro de 2025

Diário do Transporte esteve no local. É gigantesco e tomado por ônibus, caminhões e carros vindos de diversas partes do mundo
ADAMO BAZANI
Colaborou Arthur Ferrari
O Chile é um país que optou por não ter indústria automotiva instalada. A grande maioria dos carros, ônibus e caminhões é importada. No centro da capital Santiago quase não se vê motos, diferentemente de São Paulo.
Com incentivos e subsídios, inclusive de países de origem dos automóveis, o carro é relativamente barato. O reflexo é o trânsito muito ruim, apesar de uma rede que conta com um metrô leve e um sistema de ônibus em faixas e vias comuns denominado Red.
A “invasão” chinesa é marcante. Praticamente todos os ônibus elétricos do sistema, cerca de duas mil unidades, são da China. Não há como competir no preço.
Mas o Brasil é muito marcante na frota de ônibus rodoviários e de fretamento. Seja apenas com chassis ou com todo o veículo (chassis e carrocerias).

O maior exportador de ônibus brasileiros para o Chile é a Mercedes-Benz, com unidades saem de São Bernardo do Campo (SP).
Diante de toda essa realidade, de ausência de parque fabril local e de importações, os representantes das marcas de automóveis têm um peso enorme.
Em relação à Mercedes-Benz, a maior delas é a Kaufmann, que iniciou os negócios em 1952 no Chile e, em 1953, já vendia o primeiro ônibus, um monobloco O321 H.
A fundação foi por Walter Kaufmann, que da Alemanha viu em terras chilena oportunidade de negócios.
Hoje a gigante estrutura, que opera também em países como Peru, Nicarágua, Costa Rica, Panamá e Colômbia, é tocada pelos herdeiros.
Diferentemente do Brasil, no Chile as representantes das fabricantes não são concessionárias somente. Elas são como detentoras das marcas e se responsabilizam por todo o veículo.
A convite da Mercedes-Benz, para conhecer o ônibus rodoviário El Más Potente, O500 “fora de estrada”, o Diário do Transporte esteve no imenso Centro Logístico da Kaufmann, um local de mais de 40 mil metros quadrados que recebe ônibus, caminhões, carros, implementos praticamente do mundo todo, a grande maioria ligada ao grupo Daimler, que engloba a Mercedes-Benz.

No dia 04 de novembro de 2025, da ida do Diário do Transporte ao local, em Las Condes, região metropolitana de Santiago, o local estava com a marca de 8,5 mil veículos no inventário.
Os imensos terrenos têm carros, ônibus e caminhões a perder de vista.
A presença brasileira é marcante, com os chassis Mercedes-Benz e carrocerias como Marcopolo e Busscar. Chamou a atenção a quantidade de micro-ônibus encarroçados pela também brasileira BepoBus. Todos vêm rodando do Brasil. Os Irizar feitos em Botucatu (SP) também.
É forte também a presença da Busstar, a Busscar colombiana, que não tem mais a ver com a Busscar do Brasil.
A Fuso, do Grupo Daimler no Japão, também tem vários veículos no local, em especial o micro-ônibus Rosa.
Todos os veículos antes de serem entregues formalmente aos compradores precisam passar pela Kaufmann.
No dia da presença da reportagem a direção da Kaufmann anunciou que há planos para expansão ainda maior do local, que conta também com um gigantesco departamento de peças.
No local não somente é feita a distribuição, mas também toda a assistência técnica dos veículos e desenvolvimento de versões personalizadas.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
Colaborou Arthur Ferrari


