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Porque o evento mundial pode ser uma boa oportunidade para o Brasil mostrar ao mundo que pode ser protagonista na nova mobilidade


Ônibus elétricos trazem mensagens que alertam que Brasil tem condições de atender plenamente aos principais pilares do que é sustentabilidade de verdade, não só em veículos, mas em implantação de sistemas e em combustíveis alternativos. Veja: Eletra, BeVant com Mercedes-Benz e os exemplos do Metrô-SP e CPTM

ADAMO BAZANI

O Diário do Transporte estará presencialmente na cobertura da Cop-30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025), que ocorre entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025, em Belém, no Pará.

Independentemente das ideologias, possíveis falhas no evento e até as críticas que devem ser feitas quando são cabíveis, não deixa de ser uma oportunidade de se discutir sim temas importantes que envolvem o meio ambiente, mas não apenas como “eco-chatos”.

Meio Ambiente tem relação com sustentabilidade que é a preservação da natureza, mas vai além disso. A sustentabilidade atende ao pilar ambiental, mas ao econômico e social também.

Pela preservação e bom uso dos recursos naturais é que se encontra a prosperidade que se mantém; e a geração de empregos, renda e educação, sem as quais, o social não se cumpre.

Neste aspecto, a mobilidade se destaca. Transportes são um dos elementos para a prosperidade sustentada permitindo acesso digno e rápido a direitos básicos para viver: saúde, saneamento, educação, renda e lazer.

Os transportes e seus impactos no meio ambiente e na sociedade estão entre os principais temas da Cop-30. O Brasil pode ser protagonista nesta nova realidade de deslocamentos que o mundo tanto busca, em especial, nas principais cidades quando o assunto é transporte de passageiros.

Indústria própria capacitada, o Brasil já provou que tem. Os ônibus brasileiros são reconhecidos globalmente pela qualidade, robustez e flexibilidade. Podem ser adaptados para qualquer trajeto e são fortes, aliando capacidade de operar em rotas severas e oferecendo conforto e segurança. Agora, na era da eletrificação, o Brasil prova mais uma vez que possui em seu parque fabril indústria de ônibus elétricos com capacidade, que pode ser exportadora para toda a América Latina e outras regiões do mundo. São os casos da Eletra, em São Bernardo do Campo, o Centro de Desenvolvimento de Ônibus da Mercedes-Benz, na mesma cidade, e as plantas da Scania, também em São Bernardo do Campo, Marcopolo, em Caxias do Sul, BYD, em Campinas, e da Volvo em Curitiba.

A Eletra juntamente com a empresa BRT-Amazônia, responsável pelo BRT da Grande Belém, sistemas de corredores rápidos e com parte da frota elétrica que liga diferentes cidades e que com as integrações barateou as tarifas para os passageiros, vai atuar no transporte oficial das delegações e equipes de apoio técnico, com ônibus elétricos brasileiros e mais: estes ônibus vão exibir mensagens que mostram a capacitação da indústria brasileira. Isso por si só já traz um simbolismo muito forte.

Mas não somente ônibus elétricos. O Brasil em seu parque fabril modelos a gás natural, biometano (combustível obtido da decomposição de resíduos) e pode ser também protagonista em combustíveis alternativos ao óleo diesel que, além de poluírem menos, geram receitas e empregos no próprio Brasil. A Mercedes-Benz, por exemplo, levou para a Cop-30, em Belém (PA), quatro veículos, dois ônibus rodoviários e dois caminhões, com um novo combustível: o biocombustível BeVant, que tem origem 100% vegetal e passa por um processo de bidestilação. O projeto é em parceria com a empresa Be8. Os “pesados” saíram em caravana desde Passo Fundo (RS) para Belém (PA), com uma parada para avaliação preliminar na sede da montadora, em São Bernardo do Campo (SP).

Durante o Arena ANTP, evento de mobilidade da Associação Nacional de Transportes Públicos, com realização da editora OTM, da Techini Bus, com parceria do Diário do Transporte e Podcast do Transporte, o vice-presidente do segmento de ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, Walter Barbosa, conversou com Adamo Bazani e contou que até então, os resultados com o BeVant foram positivos.

Na ocasião Walter Barbosa explicou que o diferencial é que, por ter origem integralmente vegetal, não há depósitos desses resíduos no propulsor. O executivo acredita que o BeVant tem tudo para ser uma das principais fontes de energia alternativas ao óleo diesel, sem substituir necessariamente a aplicabilidade, por exemplo, dos ônibus elétricos.

Relembre:

Não bastassem os transportes sobre pneus, o Brasil, que tanto desprezou seu setor ferroviário pode ter nele outra oportunidade de se destacar no mundo.

Técnicos capacitados o Brasil tem e uma operação que, justamente pelos seus desafios, é exemplo para o mundo.

Muitos não sabem, mas Metrô de São Paulo e CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) prestam consultorias internacionais, inclusive, para implantação e modernização de sistemas em outros países.

Assim, o melhor com a Cop-30 é deixar de lado preferências políticas e partidárias, blá-blá-blá ideológico e, com defeitos ou não, com o evento tendo verdades e hipocrisias, aproveitar o momento e as oportunidades que podem ser geradas.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

O Diário do Transporte vai à Cop-30 a convite da Eletra Industrial



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