Publicado em: 29 de novembro de 2025

Rede custaria R$ 3,6 bilhões e integraria trilhos com sistema eficiente de ônibus. BRT Metropolitano de Belém será modelo
ADAMO BAZANI
Em reunião com a prefeitura de Teresina, nesta semana, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) propôs um pacote de R$ 3,6 bilhões para mobilidade urbana entre a capital e cidades vizinhas que poderia resultar em viagens de 10% a 30% mais rápidas dependendo dos trechos, queda de até 20% no custo mensal de operação dos transportes e redução da poluição em torno de 40 mil toneladas de gases de efeito estufa por ano, ou 15% menos que o quadro atual.
Trata-se de uma rede integrada estruturada por três eixos de transportes que combina trilhos com ônibus de maior demanda, eficientes e elétricos formada por um VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) e dois corredores de BRTs (Bus Rapid Transit) eletrificados.
A rede de transportes de maior demanda subiria dos atuais 17 km para 45 km.
Ao todo, o sistema custaria em torno de R$ 3,6 bilhões e seria composto dos seguintes eixos:
- Ampliação VLT/metrô: Acréscimo de 2,5 km na Linha 01, que iria até Timon (MA).Custos totais de implantação de R$ 286 milhões.
- Corredor Leste-Oeste: Entre os terminais Parque Piauí e Zoobotânico, com 16,1 km e pode usar BRT elétrico (R$ 660 milhões) ou VLT (R$ 1,84 bilhão), muito embora que os trabalhos mostram mais viabilidade para o corredorde ônibus eletrificado neste trecho. A demanda seria de 151 mil pessoas por dia
- Corredor Sudoeste: Em 12,2 km, ligaria o Terminal Bela Vista à Universidade Federal do Piauí (UFPI). A opção de BRT elétrico custaria R$ 540 milhões e VLT, R$ 1,48 bilhão. Para cerca de 140 mil pessoas por dia, os estudos mostram que os ônibus elétricos também seriam mais adequados pelo fato de linhas alimentadoras poderem ter mais flexibilidade de operação nos trechos exclusivos, já que o VLT acabaria criando, ainda de acordo com os trabalhos, uma “barreira física” que obrigaria mais trocas fe transportes.
De acordo com o Estudo Nacional de Mobilidade Urbana (ENMU), do BNDES, os BRTs Elétricos para a região integrados com o novo trecho de VLT custariam até R$ 3,6 bilhões juntos , mas trariam benefícios sociais de R$ 3,2 bilhões e redução nos custos de operação de R$ 5 bilhões ao longo de 10 anos. Ou seja, um investimento de R$ 3,6 bilhões renderia R$ 7,2 bilhões.
O gerente nacional do estudo, Rafael Ferraz, conta que o pacote teria recursos federais do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
“A expectativa é que as novas chamadas do PAC possam priorizar os projetos sinalizados pelo estudo nacional. Aqui em Teresina seriam dois BRTs e o prolongamento do VLT, o Metrô de Teresina, até Timon (MA), que já está recebendo recursos do PAC atualmente”, disse em nota.
Como mostrou o Diário do Transporte, durante a cobertura da COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), em Belém (PA), o ministro das Cidades, Jader Filho, disse com exclusividade ao repórter Adamo Bazani que um dos focos da pasta serão investimentos em BRTs Elétricos Metropolitanos e citou o modelo do BRT Metropolitano de Belém como exemplo a ser replicado em outras regiões do Brasil.
Relembre:
EXCLUSIVO: Jader Filho, ao Diário do Transporte, destaca importância de BRTs metropolitanos
No sistema da Grande Belém, todos os coletivos a diesel são zero quilômetro: 225 unidades são diesel de tecnologia Euro 6, que poluem 75% menos, e houve a possibilidade de implantar 40 veículos elétricos o km também, da marca brasileira Eletra. Os ônibus a diesel servem as linhas alimentadoras e os elétricos as linhas troncais.
Sendo inaugurado em 1° de novembro de 2025, e com as operações ainda em ampliação, o corredor possui, ao longo de cerca de 11 quilômetros, o atendimento a sete cidades: a capital Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa Isabel, Santa Bárbara do Pará e Castanhal.
O diretor-geral da Arcon (Agência de Regulação de Serviços Públicos do Governo do Pará), Eduardo de Castro Ribeiro, que disse que a inclusão social com o BRT Metropolitano da região se deu porque das cidades de Santa Isabel, Santa Bárbara do Pará e Castanhal não havia ligação metropolitana alguma com a capital. As pessoas gastavam quase R$ 40 para se deslocar em vans inseguras para terem acessos a emprego, renda, lazer, educação e serviços de saúde mais aprimorados, disponíveis apenas em Belém.
Além disso, segundo Ribeiro, as obras do BRT Metropolitano de Belém permitiram uma readequação da BR-316, por onde passa, eliminando cruzamentos perigosos com passagens subterrâneas e passarelas. O trecho chegou a ser considerado um dos mais letais em rodovias do Brasil.
O Ministro das Cidades, Jader Filho, disse ao portal especializado em mobilidade, Diário do Transporte, em cobertura da COP30, que justamente pela carência de mobilidade com mais qualidade em ligações entre diferentes cidades numa mesma região e pelo caráter de integração e inclusão que estes sistemas podem ter, os BRTs Metropolitanos estão entre os focos de financiamento, estudos e planejamentos da pasta e que modelo de Belém deve ser replicado pelo país.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes


