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Debate no Rio de Janeiro expõe barreiras que limitam a presença feminina no transporte


Especialistas defendem metas, infraestrutura adequada e ações de incentivo para ampliar participação de mulheres

ARTHUR FERRARI

A representatividade feminina no transporte foi o eixo central da mesa “Mulheres que Transformam a Mobilidade”, realizada durante o evento Rio de Transportes, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro (RJ). O encontro, ocorrido nos dias 4 e 5 de dezembro, reuniu lideranças do setor para discutir entraves e propostas voltadas ao aumento da participação de mulheres na mobilidade urbana.

Diagnósticos apresentados por Richele Cabral, diretora de Mobilidade Urbana da Semove, mostram que apenas 17% da força de trabalho do setor é formada por mulheres. Entre as habilitações categoria D, exigidas para condução de ônibus, só 4% pertencem a motoristas mulheres. “O setor está crescendo, mas ainda temos um número muito pequeno de mulheres na operação e na gestão. Precisamos construir caminhos para mudar esse cenário”, afirmou Richele Cabral.

A diretora reforçou que desafios estruturais contribuem para a baixa adesão. Segundo ela, muitas mulheres não se candidatam por não se enxergarem no setor, enquanto parte das empresas ainda não dispõe de vestiários femininos, banheiros ao longo das rotas e horários compatíveis com a rotina de mães. “Somos diferentes, e essas diferenças precisam ser consideradas para que a atração e a retenção de talentos femininos se tornem realidade. A diversidade fortalece o serviço e impacta diretamente a vida das pessoas”, ressaltou Richele Cabral.

Entre as iniciativas apresentadas, o destaque foi o NTU Mulher, movimento nacional voltado ao diagnóstico, definição de metas e capacitação profissional para ampliar a presença feminina no transporte público. A proposta busca incentivar candidaturas, qualificar trabalhadoras e estimular adaptações de infraestrutura nas empresas. “Acreditamos que é possível transformar o setor ao trazer mais mulheres para a operação e para cargos de liderança. Nosso objetivo é promover mudanças reais, com metas claras e programas de qualificação”, concluiu Richele Cabral.

A mesa contou também com a presença de Priscila Haidar Sakalem, secretária de Estado de Transporte do Rio de Janeiro (RJ); Eleonora Pazos, representante da UITP; e Helena Cybis, da UFRGS, sob mediação de Lais Orrico, do LinkedIn.

Arthur Ferrari, para o Diário do Transporte



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