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Audiência pública debate crise e futuro do Metrô do Recife (PE)


Parlamentares, sindicalistas e representantes da sociedade civil criticam sucateamento do sistema e alertam para riscos da privatização

YURI SENA

A situação do Metrô do Recife (Metrorec) foi tema de uma audiência pública que reuniu vereadores, representantes de movimentos sociais, sindicatos e da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). O debate teve como objetivo ampliar a conscientização sobre os problemas enfrentados pelo sistema e discutir alternativas para garantir a continuidade do transporte sobre trilhos na Região Metropolitana do Recife.

O presidente da Comissão de Acessibilidade e Mobilidade Urbana, vereador Fabiano Ferraz (MDB), destacou a importância do metrô como sistema estruturante do transporte público e afirmou que a audiência busca expor a realidade enfrentada pelo modal na capital pernambucana.

O vereador Paulo Muniz (PSB) manifestou preocupação com a atual situação do sistema e criticou a falta de investimentos federais. Segundo ele, embora o metrô seja subsidiado em praticamente todo o mundo, a União promove contingenciamentos recorrentes. “É uma morte silenciosa. Daqui a pouco vai morrer efetivamente. Precisamos brigar pelo metrô do Recife, que tem história”, afirmou.

A vereadora Kari Santos (PT) ressaltou que há conhecimento público sobre as tratativas entre os governos federal e estadual para a privatização do sistema. Para ela, o metrô é essencial para a população e a privatização pode resultar em aumento da tarifa e perda de qualidade no serviço. “Sou contra a privatização do metrô. Se privatizar, o serviço vai ficar mais caro e a população vai sofrer as consequências”, declarou.

Representando o Movimento Articulação Metroferroviária, o maquinista Israel Filho, com 19 anos de atuação, lamentou o processo de sucateamento do sistema. Ele relembrou investimentos realizados a partir de 2006, como a chegada de novos trens e a expansão da Linha Sul, e afirmou que o metrô gera desenvolvimento social nas áreas por onde passa.

A superintendente do Metrô, Marcela Campos, destacou o esforço dos funcionários da CBTU para manter o sistema em funcionamento, apesar das dificuldades. Segundo ela, atualmente cerca de 170 mil passageiros são transportados por dia, número bem inferior aos quase 400 mil usuários registrados em períodos anteriores. “Hoje não temos condições sequer de recuperar esse público, pois não há trens suficientes”, explicou.

Já o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Ferroviários do Nordeste (Sindfer-NE), Luís Claudio Gomes Barbosa, defendeu a criação de um Consórcio Metropolitano, envolvendo União, Estado e municípios, como alternativa para manter a CBTU pública e viabilizar novos investimentos. Ele criticou a privatização como solução automática para problemas estruturais.

Outras lideranças também participaram do debate. A vereadora de Olinda, Eugênia Lima, afirmou que o funcionamento pleno do metrô contribui para a melhoria do trânsito. Manuela Inácio, do Movimento Metroferroviário, defendeu novos investimentos e a realização de concurso público para recompor o quadro de funcionários da CBTU. Já a vereadora Liana Cirne (PT) reforçou a necessidade de mobilização política e social para impedir a privatização do Metrô do Recife.

Yuri Sena, para o Diário do Transporte



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