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Leilão para escolher empresa que vai substituir SuperVia no Rio de Janeiro ocorre em 27 de janeiro de 2026


Anúncio foi feito pelo Governador Cláudio Castro. Contrato será de cinco anos por permissão

ADAMO BAZANI

Acontece no próximo dia 27 de janeiro de 2026 o leilão que vai definir uma nova empresa que vai operar os trens metropolitanos no Rio de Janeiro no lugar da SuperVia.

O anúncio foi feito na terça-feira, 16 de dezembro de 2025, pelo governador Cláudio Castro.

Segundo o Governo do Estado, a Procuradoria Geral do Estado e a Secretaria de Transporte e Mobilidade Urbana (Setram) já concluíram o edital.

A íntegra pode ser consultada no processo de recuperação judicial da SuperVia.

De acordo com a modelagem desenvolvida, será uma permissão por cinco anos, prazo que poder ser estendido por igual período.

Ainda segundo o Governo do Estado do Rio de Janeiro, a remuneração da nova empresa passará a ser por quilômetro rodado e não mais pela quantidade de passageiros.

O intuito é oferecer ao poder concedente, no caso o Estado do Rio de Janeiro, “uma maior previsibilidade no controle das tarifas, reduzindo os pedidos de reequilíbrio contratual por queda de demanda”.

O contrato que é contemplado pela disputa também prevê uma série de índices de performance que deverão ser cumpridos para manter a boa qualidade do serviço à população.

Foi criada, para que a concorrência atraia mais empresas interessadas, uma Unidade Produtiva Isolada Ferroviária (U.P.I Ferroviária).

Na visão do Governo do Estado, a UPI permite um modelo de gestão que possibilita ao novo operador assumir o sistema sem ter que administrar as dívidas e processos judiciais da SuperVia. O acordo faz parte do aditivo ao plano de recuperação judicial da SuperVia, homologado pelo juízo da 6ª Vara Empresarial da Capital.

O aditivo contratual também estabeleceu a criação de um fundo – que será gerido pelo administrador judicial.

“As medidas são importantes também porque contribuem para a preservação da atividade econômica, mantendo os empregos, sem descontinuidade do serviço dos trens até a entrada do novo investidor” – defende o Governo do Estado, em nota.

“Este é um marco histórico que dará início ao processo de modernização do transporte por trens na Região Metropolitana do Rio. Desde o começo do meu governo, tomei a decisão de mudar o operador, diante da má qualidade dos serviços. Era preciso acabar com essa concessão obsoleta e houve um empenho muito grande jurídico e operacional para que essa transição ocorresse sem prejudicar a população. A solução para o problema dos trens é parte de um trabalho maior, que está sendo feito por este governo, como a retomada da Estação Gávea e a nova gestão das barcas” – diz o governador Castro, no mesmo comunicado.

A secretária de Transporte e Mobilidade Urbana, Priscila Sakalem, afirmou que a remuneração por serviços, em vez de passageiros transportados, deve melhorar a qualidade o atendimento.

“O novo edital é um passo histórico para a modernização dos trens urbanos do Rio de Janeiro. Estamos inaugurando um novo modelo de operação, focado na qualidade do serviço, com pagamento por quilômetro rodado e metas claras de desempenho. Todo esse processo foi construído com segurança jurídica, responsabilidade e investimentos do Estado, para garantir uma transição tranquila e um transporte ferroviário mais eficiente e digno para a população” – disse a secretária

O procurador-geral do Estado, Renan Saad, por sua vez, diz que a aceitação pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, indica que o novo edital é um caminho para encontrar uma solução para o sistema de transportes.

“ A decisão do TJRJ demonstra o trabalho incansável e técnico da PGE-RJ para solucionar um problema que há anos vem afetando a vida dos usuários dos trens do Estado do Rio. O novo edital vai garantir que uma nova concessionária possa operar o sistema com responsabilidade e proporcionar, com investimentos, um serviço de qualidade para a população” – disse.

HISTÓRICO:

Como mostrou o Diário do Transporte, em 26 de novembro de 2024, o Governo do Estado do Rio de Janeiro e a SuperVia assinaram um acordo que vai permitir transferência de concessão das linhas de trens metropolitanos para uma nova empresa.

Relembre:

A medida foi o primeiro passo oficial para a saída definitiva da atual concessionária, em recuperação judicial e se que queixava de desequilíbrio econômico e até ingressou na Justiça pedindo indenizações que somam R$ 1,2 bilhão, como noticiado em 14 de maio de 2024, o Diário do Transporte.

Relembre:

Pelo acordo, a SuperVia continua operando até o fim da transição.

No dia 16 de dezembro de 2025, o governador Cláudio Castro informou que o leilão para escolher uma nova operadora foi marcado para 27 de janeiro de 2026.

De acordo com a modelagem desenvolvida, a previsão de autorização por cinco anos, prazo que poder ser estendido por igual período.

Ainda segundo o Governo do Estado do Rio de Janeiro, a remuneração da nova empresa foi contemplada ser por quilômetro rodado e não mais pela quantidade de passageiros.

Em nota, a gestão estadual trouxe um balanço de investimentos públicos na transição.

Ao longo do período de transição, o Governo do Estado investiu R$ 160 milhões na melhoria do sistema ferroviário, a partir do acordo da PGE (Procuradoria Geral do Estado). O objetivo foi manter os serviços e garantir que a mudança ocorra com tranquilidade e sem prejuízo para os usuários.

 Um dos principais investimentos feitos foi a substituição de 40 km de cabos de cobre por alumínio, diminuindo a atratividade pelo material e, consequentemente, os casos de furto. No primeiro semestre de 2025, foram registradas 225 ocorrências, contra 450 no mesmo período do ano passado. Além de reduzir o número de ocorrências em 50%, a iniciativa também melhora a confiabilidade na operação dos trens, aprimorando a performance da rede aérea e da sinalização.

 Houve ainda a reintegração ao sistema de cinco trens que estavam afastados para manutenção após ocorrências, incluindo vandalismo. Nas composições, foram implementadas medidas com tecnologia antivandalismo, a partir da troca de mais de 7.000 visores de porta, 2.600 assentos e 35 para-brisas dos trens. De janeiro a julho deste ano, o número de janelas danificadas caiu de 369 para apenas 30. 

O investimento também resultou em outras mudanças perceptíveis para os passageiros, começando pela redução dos intervalos e do tempo de deslocamento entre os terminais nos ramais Japeri, Saracuruna e Santa Cruz, somando 25 minutos a menos de viagem para a população. Na linha férrea, 402 toneladas de trilhos, 44.808 dormentes, 210 vigas de pontes e 275 mil acessórios de fixação estão sendo substituídos.

A reportagem do Diário do Transporte noticiou que a SuperVia comunicou em 07 de junho de 2021, que entrou com pedido de recuperação judicial.

A empresa que possui a GUMI – Guarana Urban Mobility Incorporated como principal acionista desde meados de 2019, subsidiária controlada pela trading japonesa Mitsui, em mensagem assinada pelo presidente Antonio Carlos Sanches ressaltou os impactos econômicos da pandemia, na ocasião.

Relembre:

A empresa possuía, na ocasião, dívidas de R$ 1,2 bilhão.

Os principais credores são o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que corresponde a cerca de 70% e a Light, que tem 13% do total devido pela SuperVia.

Outra parte da dívida se refere a títulos de empréstimos relacionados a infraestrutura.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes



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