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Tarifas do transporte coletivo de Campinas (SP) sobem a partir de 1° de janeiro


Foto: José Eduardo Garcia Pontual/Ônibus Brasil

Reajuste médio de 4,24% acompanha inflação, mantém integrações e ocorre em meio a nova licitação bilionária do sistema

ARTHUR FERRARI

As tarifas do transporte público coletivo de Campinas (SP) serão reajustadas a partir de 1º de janeiro. O índice médio de recomposição definido é de 4,24%, percentual próximo à inflação acumulada dos últimos 12 meses. Com a atualização, o valor do Bilhete Único Comum passa a ser de R$ 6,00, enquanto o Vale-Transporte será comercializado por R$ 6,50.

O último aumento aplicado no município ocorreu em 1º de janeiro de 2025, quando a média de reajuste foi de 4,88%. Mesmo com a nova correção, a política de integração tarifária permanece inalterada. A primeira integração continua gratuita, permitindo o uso de dois ônibus em até duas horas com o pagamento de uma única tarifa. Já a segunda integração segue com o valor de R$ 0,50.

Segundo os dados apresentados, o reajuste tem como objetivo recompor o equilíbrio econômico-financeiro do sistema, pressionado pelo aumento de custos operacionais, como combustível e mão de obra. Para reduzir o impacto aos usuários, a Prefeitura mantém o subsídio ao transporte coletivo. Em 2025, o aporte foi de R$ 218,4 milhões para o sistema regular e R$ 18 milhões destinados ao PAI-Serviço, totalizando R$ 236,4 milhões.

As isenções tarifárias continuam válidas para públicos específicos, como idosos, estudantes, universitários e pessoas com deficiência física, sensorial, mental, orgânica ou múltipla. Os créditos adquiridos até 31 de dezembro seguem válidos pelo período de um ano. O material também destaca que, nas gestões de 2021 a 2024 do prefeito Dário Saadi, não houve reajustes nas tarifas do transporte coletivo.

Além da definição tarifária, o município avança no processo de concessão do sistema. No dia 5 de dezembro, foi publicado o edital de licitação para a operação do transporte público coletivo convencional, com valor estimado em aproximadamente R$ 11 bilhões. A abertura dos envelopes e a etapa de lances estão marcadas para 23 de fevereiro, às 11h, na sede da B3 S.A., em São Paulo (SP), com transmissão ao vivo pela internet.

O edital prevê contrato de 15 anos, prorrogável por mais cinco, dividido em dois grandes eixos operacionais: o Lote Norte, que abrange as regiões Norte, Oeste e Noroeste, e o Lote Sul, responsável pelas regiões Leste, Sul e Sudoeste da cidade. A proposta vencedora será definida com base na melhor oferta para a municipalidade.

Entre os pontos previstos estão a renovação da frota com veículos menos poluentes, incluindo a incorporação mínima de 60 ônibus elétricos nos primeiros anos e a adoção de ônibus com padrão Euro 6 no restante da frota, além da possibilidade de uso de tecnologias como biometano, GNV e hidrogênio. Toda a frota deverá permanecer 100% acessível.

A licitação também inclui a operação do sistema BRT, com reorganização da rede em modelo tronco-alimentado, criação de linhas intersetoriais e conexões mais diretas entre bairros, terminais e regiões. O PAI-Serviço passa a integrar o contrato, com previsão de modernização, renovação de frota e ampliação da capacidade de atendimento.

Outro ponto central é a reestruturação do Sistema de Arrecadação e Remuneração, com participação do poder público por meio da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec). O modelo prevê a criação de uma Sociedade de Propósito Específico, com governança compartilhada, fiscalização permanente e auditoria independente, além de participação estratégica da Emdec.

Os investimentos previstos somam cerca de R$ 1,9 bilhão, incluindo quase R$ 900 milhões nos primeiros cinco anos para renovação da frota e mais R$ 800 milhões ao longo dos dez anos seguintes. Atualmente, o sistema de transporte coletivo de Campinas conta com 1.032 ônibus distribuídos em 232 linhas e registrou, em novembro, uma média de 407,8 mil passageiros transportados por dia útil.

Arthur Ferrari, para o Diário do Transporte



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