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Tarifa de ônibus em São Paulo vai para R$ 13,55 sem subsídios, que devem fechar em R$ 7,3 bilhões, diz gestão Ricardo Nunes, em estudo que vai ser apresentado ao CMTT


Usuários pagarão R$ 5,30 a partir de 06 de janeiro de 2026

Passageiros pagantes custeiam 31% do sistema, Vale-Transporte cobre 10% e total de usuários caiu 19,5% desde 2019. A ocupação é de 569 passageiros por veículo por dia

ADAMO BAZANI

Colaboraram Arthur Ferrari, Vinícius de Oliveira, Yuri Sena

Como noticiou em primeira-mão o Diário do Transporte, na sexta-feira, 02 de janeiro de 2026, vai ser realizada a reunião com o Conselho Municipal de Transporte e Trânsito, na qual a SPTrans (São Paulo Transporte), gerenciadora do sistema de ônibus da capital paulista, vai explicar os custos de operação e manutenção e as justificativas para o aumento da tarifa, que passa de R$ 5 para 5,30 em 06 de janeiro de 2026.  Para a Integração entre ônibus e trilhos, o valor passa para R$ 9,38. O Vale-Transporte dos trabalhadores vai de R$ 5,49 para R$ 5,82 no caso de uso somente nos ônibus do sistema da SPTrans. Já o Vale-Transporte Integrado entre Trilhos e Ônibus passa a ser de R$ 11,32.

Relembre:

Agora, também em primeira mão, o Diário do Transporte traz alguns dados antecipados da apresentação.

Atualizando os números, a gestão do prefeito Ricardo Nunes diz que, sem subsídios, o custo por passageiro, que seria a tarifa cheia, chegaria a R$ 13,55.

O valor alto se explica pelas gratuidades que são embutidas nos custos, as integrações pelo Bilhete Único e ao tamanho em si do sistema paulistano, que conta 12 mil 090 ônibus operacionais, com ocupação de 569 passageiros por veículo por dia.

São percorridos 67milhões de quilômetros por mês, sendo que cada ônibus roda, em média, 5.545 quilômetros por mês.

O sistema tem 1.368 linhas e a média é de 2,67 passageiros transportados por quilômetro.

Os ônibus do sistema SPTrans percorrem 4,3 mil quilômetros de vias na cidade e, a média de extensão das linhas, é de 16 km.

Segundo o estudo que vai ser apresentado ao qual o Diário do Transporte teve acesso, destes R$ 13,55 de custo por passageiro; R$ 12,55 são para operação e manutenção direta dos ônibus, o que inclui salários dos trabalhadores e lucro dos empresários, e, R$ 1 para infraestrutura do Sistema de Transporte, o que inclui Terminais, Comercialização Créditos e Gestão.

Sobre a cobertura deste valor, segundo os dados, os passageiros pagantes (ou seja, o que é arrecadado de fato pelos créditos do Bilhete Único Comum e em dinheiro) custeiam  R$ 4,21, ou 31,6% dos R$ 13,55.

Os empregadores, pelo Vale-Transporte, que na capital têm uma tarifa maior que a comum, cobrem R$ 1,42, ou apenas 10,5%.

Mudanças no Vale-Transporte, com a obrigatoriedade de que os empregadores com mais de nove funcionários obedeçam a uma arrecadação obrigatória e destinem uma verba a um fundo, são apontadas como caminho para uma tarifa-zero nacional. Mas a fórmula ainda sofre contestações e gera dúvidas.

As chamadas receitas acessórias, como com publicidade ou explorações comerciais, contribuem muito pouco com o sistema: R$ 0,21 ou  1,6% dos R$ 13,55 de custo de transporte por passageiro.

Os subsídios hoje bancam quase 60% dos custos de operação e manutenção do sistema de ônibus da cidade: R$ 7,72 de R$ 13,55, ou 56,9%, dos quais, R$ 6,91  ou 51% para a utilização direta dos coletivos por parte dos passageiros, que se somam a R$ 0,80 ou 5,9%.

Segundo mensagem assinada pelo secretário de Transportes e Mobilidade, Celso Caldeira,“desde 2020, as verbas orçamentárias denominadas Compensações Tarifárias, que respondem por grande parte dos subsídios municipais ao sistema de transporte, evoluíram de R$ 3,3 bilhões naquele ano para estimados R$ 7,3 bilhões em 2025”.

Estes valores não consideram o custeio da implantação de ônibus elétricos, que possuem outras fontes e são subsidiados pela prefeitura também, mas não nesta conta. O poder público paga a diferença entre o preço de um ônibus a diesel, que é cerca de três vezes mais barato, e o ônibus elétrico – três vezes mais caro. É como se fosse a proporção 1:2 – de um elétrico de R$ 3 milhões, a empresa paga R$ 1 milhão (que seria o preço do modelo a diesel) e a prefeitura banca os outros R$ 2 milhões – valores aproximados para exemplificar.

Além dos custos operacionais aumentarem e haver a necessidade de repensar a malha de linhas para deixa a rede mais eficiente, o número de passageiros também influencia.

Quanto mais cai o total de usuários, mais sobe o custo unitário por usuário.

É como um bolo, quanto menos gente, maiores os pedaços.

E, segundo os dados aos quais o Diário do Transporte teve acesso, o número de passageiros caiu na projeção de 2025, em média, 19,5%, comparando com que foi transportado em 2019. Foram 2,6 bilhões (2 bilhões 638 milhões 190 mil 764) registros de passagens em 2019. Em 2025, a projeção é de 2,1 bilhões (2.122.261.193), sendo que o pior cenário, por causa dos reflexos da pandemia, foi em 2020, com 1,5 bilhão; e 202, com 1,6 bilhão de registros de passagens.

Confira o documento completo a seguir:

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Colaboraram Arthur Ferrari, Vinícius de Oliveira, Yuri Sena



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