Publicado em: 3 de janeiro de 2025
Objetivo é detectar receitas acessórias com a implantação do futuro empreendimento metroviário
ALEXANDRE PELEGI
A Ernst Young Assessoria Empresarial Ltda. foi desclassificada da licitação nº 10019980 para a prestação de serviços técnicos de elaboração do estudo mercadológico da Linha 20-Rosa do Metrô de São Paulo.
A empresa havia apresentado a menor proposta, de R$ 498 mil, mas não atendeu aos critérios de habilitação após análise da documentação.
A Comissão de Licitação e Julgamento considerou a proposta da Ernst Young “supostamente inexequível” após análises da GCE (Gerência de Contratação de Empreendimentos).
No entanto, mesmo após diligências junto à licitante e ao BNDES, a GNE (Gerência de Negócios de Empreendimentos) concluiu que a empresa não comprovou a experiência necessária para o serviço.
A Ernst Young não demonstrou a realização de estudos de vocação mercadológica de imóveis e de viabilidade de empreendimentos imobiliários com área mínima de 290 mil m², como exigido no edital.
Com a desclassificação da Ernst Young, o Consórcio GQS – L20, formado pelas empresas Geribello Engenharia Ltda, Quanta Consultoria Ltda e SMF Serviços Metroferroviários Ltda, foi declarado vencedor da licitação.
O consórcio, que havia apresentado a segunda menor proposta (R$ 1.347.330,18), negociou um desconto e reduziu o valor para R$ 1,347 milhão.
A proposta final foi considerada exequível pela Comissão, que habilitou o consórcio após análise da documentação.
ESTUDO DE MERCADO
Estudo semelhante já foi contratado em 2022 para a Linha 19-Celeste, entre as estações Anhangabaú, centro de São Paulo, e Bosque Maia, na cidade de Guarulhos.
Esse trabalho visa detectar negócios e oportunidades que poderão aumentar as receitas acessórias da linha, deixando o negócio mais atrativo para uma eventual PPP (Parceria Público Privada).
LINHA 20-ROSA
A linha foi planejada para ligar a região da Lapa (estação Santa Marina), na zona oeste da capital paulista, a Santo André, onde possibilitará a conexão com a Linha 10-Turquesa da CPTM.
A ligação metroviária entre São Paulo e Santo André terá extensão aproximada de 33 quilômetros, com 25 estações e dois pátios de manutenção, entre as estações Santa Marina e Santo André, passando também pelas regiões da Lapa, Pinheiros, Faria Lima, Rebouças, Moema, Cursino e São Bernardo do Campo, com conexão direta a diversas linhas de transporte sobre trilhos.
Atualmente, o Metrô desenvolve o projeto funcional (primeiro projeto de uma linha) e estudos auxiliares, como Investigação Geotécnica e Sondagens.
É o primeiro projeto de metrô de alta capacidade para a região. A linha 18-Bronze seria apenas um monotrilho, de menor capacidade, que desde 2012 nunca saiu do papel, sendo substituída por um projeto de BRT (Bus Rapid Transit), que tem capacidade e velocidade superiores às de um corredor de ônibus comum. (Relembre)
Como mostrou o Diário do Transporte, o Metrô de São Paulo contratou a elaboração do Financial Advisory, que é o estudo do modelo econômico-financeiro e jurídico para a implantação da Linha 20-Rosa.
Em maio deste ano, a Companhia do Metropolitano de São Paulo finalizou a licitação para confecção de Laudo Macro de avaliação de áreas da futura Linha 20 – Rosa.
O Laudo Macro é o estudo que avalia as áreas que deverão ser desapropriadas para a realização das obras de implantação da Linha 20.
O laudo deverá conter ainda a avaliação de área para implantação do Pátio Norte e da Estação Santa Marina da Linha 20 – Rosa.
Das oito empresas selecionadas, a Comissão considerou vencedora do certame a CTA – Consultoria Técnica e Assessoria, que ofereceu o menor preço dentre as concorrentes, no valor de R$ 98 mil. Relembre:
Metrô de SP define empresa que fará avaliação de áreas prioritárias para implantação de estações da futura Linha 20-Rosa, de São Paulo a Santo André
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes