Publicado em: 16 de janeiro de 2025
Dívida de companhia é de R$ 3,8 milhões num financiamento de R$ 7,6 milhões e acordo envolve 12 ônibus. Diário do Transporte tenta uma posição da administração do prefeito Gilvan Ferreira de Souza Junior sobre o aditivo ainda assinado na gestão de seu padrinho político e antecessor, Paulo Serra. Mas sem resposta.
ADAMO BAZANI
Colaboraram Vinícius de Oliveira e Yuri Sena
A juíza Mariana Silva Rodrigues Dias, da 1ª Vara Cível do Foro de Santo André (SP) atendeu ação movida pelo Banco Caruana (Caruana S/A – Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento) e determinou a apreensão de ao menos 36 ônibus urbanos da Viação Vaz.
A empresa opera linhas do sistema municipal de Santo André como B63 (Vila Palmares/Jardim Alvorada – via Bairro Paraíso, Hospital Mário Covas), I08 (Jardim das Maravilhas/Bairro Paraíso – via Hospital Mário Covas), B51 (Jardim Bom Pastor/Jardim Oriental), entre outras.
A decisão é de 12 de dezembro de 2024.
A Vaz recorreu em 06 de janeiro de 2025, alegando que a apreensão de 36 ônibus causaria um desfalque no sistema de ônibus da cidade.
Trata-se de um financiamento de R$ 7,6 milhões entre a Vaz e o Banco Caruana, que alega que estão em atraso, R$ 3,8 milhões.
A diretoria do Banco Caruana é apontada como tendo ligações com a Suzantur, outra empresa que opera no ABC Paulista, em cidades como Santo André (Sistema de Vila Luzita), Mauá (todas as linhas), Diadema (todas as linhas) e Ribeirão Pires (todas as linhas). A Suzantur, por meio de arrendamento judicial, opera também linhas de ônibus interestaduais que eram correspondentes às malhas das falidas viações Itapemirim e Kaissara, com a marca Nova Itapemirim.
As diretorias do banco e da Suzantur não confirmam oficialmente a ligação empresarial atualmente.
Em 14 de janeiro de 2025, o Banco Caruana e a Viação Vaz protocolaram um pedido de aprovação pela Justiça de um acordo para trocar a apreensão dos ônibus pela devolução de 12 coletivos e a colocação de outros 24 como garantia. Além disso, imóveis registrados em nome da Viação Padroeira do Brasil, antecessora da Vaz no sistema de Santo André, também seriam colocados como garantia. Entre estes imóveis está a própria garagem na Rua Montemor, 200, no Jardim Bom Pastor, em Santo André.
MAIS DINHEIRO PARA EMPRESAS DE ÔNIBUS DE SANTO ANDRÉ:
Enquanto uma das viações da cidade do ABC Paulista tem apreensão de ônibus determinada pela Justiça, a prefeitura de Santo André dará mais dinheiro às companhias de transportes da cidade.
Foi publicado no Diário Oficial de Santo André, em 11 de janeiro de 2025, o oitavo aditivo ao contrato entre SATrans (Santo André Transportes), gerenciadora da prefeitura, e o Consórcio União Santo André, do qual faz parte a Viação Vaz, para reequilíbrio econômico-financeiro.
Desde então, o Diário do Transporte tenta uma posição da administração do prefeito Gilvan Ferreira de Souza Junior sobre o aditivo ainda assinado na gestão de seu padrinho político e antecessor, Paulo Serra. Mas sem resposta.
O Diário do Transporte perguntou a validade do aditivo, justificativas e, principalmente, os valores envolvidos, mas a prefeitura de Santo André ainda não respondeu.
Formam o Consórcio União Santo André as empresas Viação Guaianazes, Viação Curuçá, Viação Vaz e a ETURSA (Empresa de Transporte Urbano Rodoviário de Santo André).
Em 06 de janeiro de 2025, a tarifa de ônibus de Santo André passou de R$ 5,70 para R$ 5,90. Já os empregadores que compram o Vale-Transporte para os funcionários passaram desembolsar R$ 7,25 por viagem do empegado.
Relembre:
Sobre a ordem de apreensão, pelo fato de a prefeitura ser responsável pela concessão dos serviços, o Diário do Transporte também questionou a administração.
A reportagem também procura contato com a Viação Vaz.
Veja os documentos:
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
Colaboraram Vinícius de Oliveira e Yuri Sena
