Neymar está de volta ao futebol brasileiro! Quase 12 anos depois de sua despedida, o craque teve o retorno ao Santos anunciado por ele próprio na quinta-feira (30). A apresentação oficial do “Príncipe da Vila” será nesta sexta (31), com direito a grande festa na Vila Belmiro.
A volta do “Menino da Vila” representa, sem dúvida, a maior contratação de peso da temporada e a chegada de mais um craque ao Brasil nos últimos 30 anos, período em que grandes nomes do país decidiram retornar, assim como estrelas estrangeiras também toparam se aventurar no final da carreira.
O ESPN.com.br listou 20 astros do futebol mundial que fizeram o mesmo caminho de Neymar e deixaram o exterior para se juntarem ao futebol brasileiro. Quem foi bem? E quem se deu mal? Veja abaixo um resumo da passagem de cada um:
Romário para o Flamengo – 1995
Campeão da Copa do Mundo com a seleção brasileira, eleito melhor jogador do planeta e principal astro do Barcelona. No auge de sua carreira, Romário tomou uma decisão que chocou o planeta: retornou ao Brasil em janeiro de 1995, abrindo mão de ganhos financeiros para ficar mais perto da família, dos amigos e do estilo de vida carioca.
O destino também foi surpreendente. Formado na base do Vasco, o Baixinho decidiu ir para o maior rival, o Flamengo, formando trio com Edmundo e Sávio no que seria chamado pela torcida de “melhor ataque do mundo”.
A passagem durou cinco anos completos. Entre 1995 e 1999, foram 209 jogos e 184 gols marcados, além de dois curtos empréstimos ao Valencia. Apesar do grande alarde na chegada, o Baixinho conquistou apenas dois Cariocas e um Rio-São Paulo no Rubro-Negro. Em janeiro de 2000, voltou ao clube que lhe formou, o Vasco, onde teria ano dos sonhos com as conquistas do Brasileirão e da Mercosul.
Bebeto para o Vitória – 1997
Apesar de muito conhecido por suas passagens por Flamengo e Vasco, Bebeto é cria da base do Vitória, onde foi lançado como profissional e fez poucos jogos em 1982. Quinze anos depois, porém, o filho pródigo deixou a Europa para voltar para sua casa.
Depois de se tornar ídolo no La Coruña e ter curtas passagens por Flamengo e Sevilla, Bebeto assinou com o Leão da Barra em 1997. A sua passagem durou apenas 20 jogos, tempo suficiente para anotar incríveis 18 gols e causar um impacto enorme no clube.
Naquele ano, o Vitória seria campeão do Campeonato Baiano e da Copa do Nordeste. No final do ano, o atacante se despediria para disputar a Intercontinental pelo Cruzeiro. Em 2000, Bebeto ainda voltou para uma última passagem pelo Leão, dessa vez de apenas três partidas.
Raí para o São Paulo – 1998
Herói nos títulos da CONMEBOL Libertadores de 1992 e 93 e no Mundial de 92, Raí deixou o São Paulo para rumar para o PSG e se tornar ídolo, também, na França. Cinco anos depois da despedida, porém, o meio-campista retornou ao Tricolor – e causou impacto instantâneo.
Com volta oficializada em 7 de maio de 1998, Raí foi inscrito para disputar, justamente, a final do Campeonato Paulista daquele ano contra o Corinthians. Depois da derrota por 2 a 1 na ida, o Tricolor precisava de seu grande ídolo, que marcou logo nos primeiros minutos e comandou a virada por 3 a 1.
Raí ainda permaneceria no São Paulo até 2000, fazendo 82 jogos e 15 gols antes de se aposentar. A segunda passagem teve uma segunda conquista do Paulistão, no ano de despedida.
Edmundo para o Vasco – 1999
Astro na conquista do Brasileirão de 1997, Edmundo mudou-se para a Fiorentina no ano seguinte para se tornar um dos astros do ataque do time ao lado de Batistuta. Em 99, porém, uma sequência de polêmicas nos bastidores fez com que a relação com a torcida ficasse arranhada – e o Animal retornou ao Cruzmaltino no meio de 1999.
Depois da conquista da Libertadores no ano anterior, porém, o Vasco sofria. Edmundo foi até recebido de helicóptero em São Januário. Acontece que, em 2000, problemas com Romário fariam a relação com o clube se estremecer.
Apesar da dupla estrelada no ataque, o pênalti perdido por Edmundo fez o Cruzmaltino perder a final do Mundial de Clubes para o Corinthians. Depois daquilo, os dois acumularam brigas, e o Animal foi emprestado duas vezes antes de deixar o clube em 2001. Em 2003 e 2008, o atacante ainda retornaria a São Januário, mas sem conseguir destaque no time.
Rivaldo para o Cruzeiro – 2004
Depois de conquistar a Copa do Mundo em 2002 e a Champions League em 2003 com o Milan, Rivaldo decidiu retornar ao futebol brasileiro 2004. O projeto? A chance de levantar a Libertadores com o Cruzeiro, que tinha sido campeão de tudo no ano anterior.
A passagem, porém, é considerada esquecível. Em apenas dez jogos, o meio-campista chegou a anotar dois gols e ser campeão mineiro, mas sairia pouco depois para a Grécia.
Em 2011, Rivaldo ainda voltou mais uma vez ao futebol brasileiro para vestir a camisa do São Paulo por um ano. Ao todo, foram 46 jogos e sete gols.
Zé Roberto para o Santos – 2006
Formado na base da Portuguesa, Zé Roberto obteve muito destaque no futebol europeu atuando na Bundesliga com as camisas do Bayer Leverkusen e do Bayern de Munique. Em agosto de 2006, porém, uma disputa trouxe o meio-campista de volta ao seu país natal.
Apesar de o São Paulo dar como certa a chegada do jogador, o Santos conseguiu vencer a concorrência e fechou um contrato de um ano com o jogador, que foi protagonista na campanha da Libertadores do ano seguinte, quando o time chegou na semifinal.
Ao todo, foram 61 jogos e 14 gols marcados antes do retorno ao Bayern de Munique. Zé Roberto ainda voltaria ao Brasil em 2012 para vestir a camisa do Grêmio. Também atuou no Palmeiras, onde colecionou títulos como lateral-esquerdo.
Adriano para o São Paulo – 2008
Imperador na Inter de Milão, Adriano passou por um período difícil no clube em 2007, sob o comando de Roberto Mancini, por conta de problemas de comportamento. Os italianos, então, decidiram emprestá-lo ao futebol brasileiro nos seis primeiros meses de 2008.
O destino mais provável poderia ser o Flamengo, clube que lhe revelou. Mas o São Paulo foi quem apareceu como destino do atacante, que teve passagem relâmpago, mas de destaque. Ao todo, foram 17 gols em 28 jogos.
No ano seguinte, depois de voltar à Inter de Milão, Adriano voltaria de vez para o Flamengo, onde foi preponderante na campanha do título do Brasileirão. No Brasil, o Imperador ainda faria curtas passagens por Corinthians e Athletico-PR.
Ronaldo para o Corinthians – 2009
Lesionado no Milan, Ronaldo resolveu finalizar sua recuperação no Brasil. Apesar de ter se profissionalizado no Cruzeiro, o centroavante chegou a dizer em mais de uma ocasião que tinha um carinho pelo Flamengo, clube em que ficou treinando na reta final de 2008.
O acerto, porém, foi com outro clube. Após o acesso na Série B, o Corinthians “atravessou” o Rubro-Negro e fechou com o astro, que causou impacto logo nos primeiros meses sendo protagonista nas campanhas campeãs da Copa do Brasil e do Campeonato Paulista.
Sua passagem, porém, se encerrou no início de 2011, após a eliminação nas fases preliminares da Libertadores para o Corinthians, quando Ronaldo decidiu se aposentar por conta de um problema de saúde.
Fred para o Fluminense – 2009
Um ano depois do vice da Libertadores, o Fluminense precisava de um reforço de peso para o seu time. Ao mesmo tempo, Fred queria voltar aos holofotes para buscar uma volta para a seleção brasileira. Parecia o casamento perfeito.
E realmente foi. Apesar de um início conturbado por lesões e algumas polêmicas extracampo, Fred conquistou o amor do torcedor sendo peça-chave na salvação de 2009, no título do Brasileirão de 2012 e em outros momentos marcantes.
Depois de sair em 2016, voltou quatro anos depois para uma passagem de dois anos, onde foi campeão carioca e recebeu despedida em grande estilo no Maracanã para oficializar sua aposentadoria.
Roberto Carlos para o Corinthians – 2010
Depois do sucesso com Ronaldo, o Corinthians preparou a chegada de um segundo grande astro mundial para o ano de seu centenário. E ninguém melhor do que um grande amigo e ex-companheiro de R9, Roberto Carlos.
O lateral-esquerdo queria voltar ao Brasil e chegou a negociar com Santos e Palmeiras, mas foi recusado pelos dois por questões financeiras. Em novembro de 2009, então, foi anunciado pelo Corinthians como grande reforço para o ano seguinte.
A passagem, porém, não empolgou tanto, com 61 jogos e cinco gols marcados. Em fevereiro de 2011, alegando ameaças de torcedores, pediu para deixar o Timão.
Deco para o Fluminense – 2010
Formado na base do Corinthians, Deco foi muito jovem para Portugal, onde se naturalizou português e despontou para o futebol mundial. Ainda assim, o desejo por retornar ao seu país falou mais alto na reta final de carreira.
Em negociação casada com o Chelsea, o Fluminense foi quem venceu a concorrência pelo meio-campista no meio de 2010. Durante um longo período, o luso-brasileiro sofreu com as lesões, mas mesmo assim conseguiu certo destaque.
Em 2012, Deco foi um dos protagonistas nas conquistas do Campeonato Carioca e do Brasileirão, chegando a deixar sua marca em partidas importantes do ano. Na temporada seguinte, porém, uma lesão fez com que o meia decidisse encerrar a carreira de forma precoce.
Ronaldinho Gaúcho para o Flamengo – 2011
Um dos retornos mais impactantes do futebol brasileiro, sem sombra de dúvida, ocorreu em janeiro de 2011, quando Ronaldinho Gaúcho conseguiu mobilizar vários clubes grandes do país por sua contratação.
O Grêmio, clube que lhe formou, chegou a preparar festa no Olímpico. O Palmeiras também sonhou. Mas quem ficou com o Bruxo foi o Flamengo. Em um ano e meio, foram 72 jogos e 28 gols, além de um título do Carioca.
A saída, porém, foi pela porta dos fundos, em rescisão consensual que acabou lhe levando para o Atlético-MG. Em Belo Horizonte, sim, R10 se tornou ídolo na campanha campeã da Libertadores em 2013.
Juninho Pernambucano para o Vasco – 2011
Campeão da Copa do Brasil, o Vasco começou bem no Brasileiro de 2011, disputando a liderança ponto a ponto com o Corinthians. A diretoria, então, trouxe um reforço de peso. Ou melhor, um retorno de peso. “Reizinho” da Colina, Juninho Pernambucano estava de volta e recebendo um salário simbólico para vestir as cores da equipe do coração.
Em dois anos, foram 76 jogos e 19 gols marcados, incluindo um em sua estreia no Pacaembu contra o Corinthians. Ainda assim, não conseguiu repetir as glórias da passagem anterior.
Em 2013, chegou a ser emprestado para a MLS, mas retornou no segundo semestre para tentar salvar o Cruzmaltino do rebaixamento. Mesmo assim, a equipe terminaria o ano sofrendo sua segunda queda para a Série B.
Forlán para o Internacional – 2012
Melhor jogador da Copa do Mundo de 2010, Diego Forlán perdeu espaço no futebol europeu nos anos seguintes. Após uma passagem em que desapontou na Inter de Milão, o uruguaio decidiu buscar novos ares – e o Brasil foi o destino.
Próximo do Uruguai, o Internacional foi o destino escolhido com contrato de três anos. O desempenho, porém, não correspondeu com as expectativas. Ao todo, foram 55 jogos e 22 gols marcados e um título do Campeonato Gaúcho.
Em janeiro de 2014, um ano e meio antes do término do contrato, o craque uruguaio rumou para o Japão. Sua carreira seria encerrada em 2016, no Peñarol.
Seedorf para o Botafogo – 2012
Um dos negócios mais surpreendentes do futebol brasileiro aconteceu em 2012, quando Clarence Seedorf decidiu vir jogar no Brasil, país-natal de sua esposa. Apesar de despertar o interesse de outros clubes grandes, o Botafogo foi o destino escolhido.
Dentro de campo, o holandês teve passagem elogiadíssima. Com algumas atuações marcantes, o meio-campista foi campeão do Carioca de 2013 e ajudou a colocar o time na Libertadores depois de quase 20 anos. Ao todo, foram 81 jogos e 24 gols marcados.
Ao mesmo tempo, porém, Seedorf também ficou marcado por seu estilo excêntrico no dia-a-dia. Em alguns momentos, o holandês sugeriu mudanças inusitadas no Botafogo, como a letra do próprio hino. Em janeiro de 2014, às vésperas da Libertadores, saiu pela porta dos fundos para assumir o comando técnico do Milan.
Alexandre Pato para o Corinthians – 2013
Depois das conquistas da Libertadores e do Mundial de Clubes em 2012, o Corinthians foi ao mercado para trazer nomes de peso para o elenco. O maior deles foi Alexandre Pato, na época com 23 anos, em negócio que custou mais de R$ 40 milhões aos cofres do clube na época por 100% de seus direitos.
Ao todo, Pato atuou em 62 jogos e anotou 17 gols pelo Timão – e o saldo com a torcida foi para lá de negativo. Na eliminação para o Grêmio pela Copa do Brasil, o camisa 7 decidiu cobrar pênalti de cavadinha, mas desperdiçou a batida.
O fato fez com que o clima entre jogador e torcida ficasse insustentável, com integrantes de organizadas chegando a protestar contra o atleta e fazer ameaças. No ano seguinte, em negócio que envolveu Jadson, foi emprestado para o São Paulo, onde conseguiu mais destaque.
Alex para o Coritiba – 2013
Com passagens marcantes por Palmeiras e Cruzeiro, Alex era um nome que as duas torcidas sempre esperaram um retorno no final de carreira. Depois de anos na Turquia, porém, o meio-campista optou por outro destino: o Coritiba.
Formado na base do Coxa Branca, o ex-meia afirmou que tinha prometido a si mesmo que um dia voltaria ao clube que lhe formou. E isso aconteceu em 2013, em passagem que durou dois anos, 85 jogos e 37 gols.
Com Alex, o Coritiba conquistou um Paranaense e chegou a liderar o Brasileirão de 2013. No ano seguinte, porém, a briga foi contra o descenso até as últimas rodadas antes de sua aposentadoria.
Kaká para o São Paulo – 2014
Foi por pouco tempo, mas foi intenso enquanto durou. No segundo semestre de 2014, depois de mais de dez anos na Europa, Kaká assinou um contrato de seis meses com o São Paulo antes de migrar para a MLS.
Na época, Kaká tinha acertado com o recém-criado Orlando City, mas o clube só disputaria o campeonato nos Estados Unidos no ano seguinte. Ficar sem atuar não era uma opção, e a maior revelação da história tricolor decidiu voltar para sua casa.
Formando um quarteto ofensivo de peso com Ganso, Alan Kardec e Pato, Kaká fez 24 jogos e anotou três gols, com o Tricolor paulista chegando a sonhar com o título do Brasileirão, mas terminando atrás do Cruzeiro.
Hulk para o Atlético-MG – 2021
Hulk chegou a ter longo namoro com o Palmeiras enquanto atuou fora do Brasil, afirmando em mais de uma oportunidade que era torcedor do clube. No início de 2021, porém, o Atlético-MG foi quem fez melhor oferta e acertou a volta do atacante.
O efeito foi instantâneo. Logo no primeiro ano, Hulk foi protagonista nas conquistas do Mineiro, da Copa do Brasil e do Brasileirão, este último um dos maiores sonhos do torcedor, que não levantava o troféu havia 50 anos.
As conquistas nos anos seguintes e a identificação com a torcida fizeram de Givanildo Vieira de Souza se tornar um dos maiores ídolos da história do Galo. Até aqui, são 226 partidas e 114 gols marcados.
Suárez para o Grêmio – 2023
A passagem de Luís Suárez no Grêmio foi curta para os padrões dessa lista. Mas a melhor palavra que deve descrever o sucesso do uruguaio no Brasil é “intensa”. Afinal, em apenas um ano, o camisa 9 conseguiu elevar o patamar do Tricolor.
Campeão gaúcho, o centroavante atuou em 54 partidas, marcou 29 gols e distribuiu 17 assistências, sendo eleito o Bola de Ouro no Prêmio ESPN Bola de Prata Aposta Ganha. Além de tudo isso, El Pistolero deixou o time muito perto do título do Brasileirão, apenas dois pontos atrás e com uma vitória a mais.
A passagem teve suas polêmicas, como os rumores de aposentadoria por problemas físicos, mas a relação de idolatria entre jogador e torcida fica para sempre, com Suárez, inclusive, tendo recebido a Medalha ao Mérito Farroupilha como um cidadão de Porto Alegre.