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Advogado apontado como sócio da UPBus, é preso nesta terça (17) em operação da PF e MP Corrupção policial entre as apurações sobre a morte de Gritzbach no Aeroporto em Guarulhos


Juntamente com a Transwolff, empresa pode ter contrato rescindido pela prefeitura de São Paulo. Ahmed Hassan Saleh já foi preso em agosto, mas solto depois. Há mais de um mês, Diário do Transporte já havia adiantado que assassinato em aeroporto poderia resvalar no transporte público

ADAMO BAZANI

O advogado Ahmed Hassan Saleh, conhecido como Mude, apontado como acionista da UPBus, está entre os presos na operação realizada nesta terça-feira, 17 de dezembro de 2024, pela Polícia Federal e Ministério Público sobre esquemas de corrupção policial e lavagem de dinheiro.

Policiais que também foram presos na operação, como o delegado da Polícia Civil de São Paulo, Fábio Baena Martin, estão entre os suspeitos de envolvimento no assassinato do empresário Antônio Vinícius Gritzbach, 38 anos, no aeroporto em Guarulhos, no dia 08 de novembro de 2024.

A UPBus, empresa de ônibus da zona Leste da capital paulista, por sua vez, foi alvo da Operação Fim da Linha, do Ministério Público do Estado de São Paulo, no dia 09 de abril de 2024, que investiga suposta ligação da companhia com o PCC (Primeiro Comando da Capital Paulista). A Transwolff, da zona Sul de São Paulo, também foi alvo da operação.

Desde então, UPBus e Transwolff estão sob intervenção da prefeitura e devem ter o futuro definido nos próximos dias. Ambas empresas podem ter os contratos rompidos definitivamente.

Ahmed Hassan Saleh, apontado como sócio da UPBus, já havia sido preso em outra operação contra o crime organizado em 06 de agosto de 2024. Foi a Operação Decurio, da Dise (Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes), de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, mas no dia 12 de agosto de 2024 conseguiu o direito de responder em prisão domiciliar.

Relembre:

 

CASOS ENTRELAÇADOS E HISTÓRICO:

A Operação Fim da Linha, do Ministério Público de São Paulo, sobre o suposto envolvimento da UPBus e da Transwolff com o PCC no dia 09 de abril de 2024; a Operação Decurio, da Dise (Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes), de Mogi das Cruzes, no dia 06 de agosto de 2024; o assassinato do empresário, 38 anos, no aeroporto em Guarulhos, no dia 08 de novembro de 2024 e a operação da Polícia Federal e do Ministério Público de 17 de dezembro de 2024 são ações diferentes, mas que estão, de alguma forma entrelaçadas. E todas envolvem nomes em comum com os transportes por ônibus na cidade de São Paulo.

Em reportagem investigativa de 12 de novembro de 2024, o Diário do Transporte já alertava que a execução no Aeroporto em Guarulhos poderia resvalar no sistema de ônibus de São Paulo. Foi o que ocorreu.

Relembre:

Os elementos para isso investigados são:

– Antônio Vinícius Gritzbach, executado no Aeroporto em 08 de novembro de 2024, era delator do PCC (Primeiro Comando da Capital);

– O delegado da Polícia Civil, Fábio Baena Martin, é um dos principais citados nas declarações de Gritzbach. O delegado foi responsável pela investigação sobre o homicídio de dois membros do PCC, conhecidos como Cara Preta e Sem Sangue. Baena foi preso em 17 de dezembro de 2024 em Operação da Polícia Federal e Ministério Público;

–  Anselmo Santa Fausta, o “Cara Preta”, e o motorista dele Antônio Corona Neto, o “Sem Sangue” foram executados em 27 de dezembro de 2021, no Tatuapé, zona Leste da capital paulista, e são apontados também como sócios da UPBus e elos com o PCC;

– Um áudio, atribuído ao advogado Ahmed Hassan Saleh, conhecido como Mude, apontado como sócio da UPBus, indica que ele teria oferecido R$ 3 milhões pela morte do empresário Vinicius Gritzbach; Seria uma vingança pelas mortes de Cara Preta e Sem Sangue;

– Silvio Luiz Ferreira, conhecido como Cebola, um dos principais sócios da UpBus, que teve na prisão decretada no dia da deflagração da Operação Fim da Linha em 09 de abril de 2024, também é investigado no âmbito das apurações sobre a morte do empresário no Aeroporto;

– Preso também na Operação da PF e do MP em 17 de dezembro de 2024, o investigador da Polícia Civil, Eduardo Monteiro, fazia parte da equipe do delegado Baena no DHPP. Monteiro também foi acusado por Gritzbach de irregularidades nas investigações relacionadas aos homicídios dos membros do PCC, inclusive de sócios de empresas de ônibus;

– O chefe dos investigadores do 24º DP (Ponte Rasa), Marcelo Ruggieri, também foi preso na Operação da PF e do MP em 17 de dezembro de 2024. Ruggieri foi condenado por ajudar Cara Preta (apontado como sócio da UPBus e assassinado em 2021) a obter uma segunda via do documento de identidade durante a pandemia. A defesa de Ruggieri recorreu da condenação, alegando que o documento era legítimo.

– Na delação premiada no início de novembro de 2024, oito dias antes de ser assassinado no Aeroporto em Guarulhos, Antônio Vinícius Gritzbach, citou policiais acusados de corrupção nas investigações sobre os mandantes das mortes de membros do PCC que teriam ligações com as empresas de ônibus, em especial, da UPBus.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes





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