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Agronegócio quer investimentos em armazenagem para estancar ‘perde-perde’ na cadeia


O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho e Sorgo (Abramilho), Paulo Bertolini, defendeu nesta quarta-feira (14/5) mais investimentos em armazenagem no país, principalmente dento das propriedades rurais. Segundo ele, a deficiência de infraestrutura diminui a renda dos produtores e gera um sistema de “perde-perde” ao longo da cadeia.

Segundo ele, a ampliação do mercado consumidor de milho no país, com a instalação de usinas de etanol, e melhorias na logística de escoamento da produção, com o direcionamento das cargas para os portos do Arco Norte, favoreceram o aumento do volume produzido do cereal e a agregação de valor ao grão. Mas a falta de armazéns tira boa parte dessa valorização.

“A falta de armazém traz perda de renda aos produtores. Gera perda na colheita, aumenta preço de frete que se explode na colheita. É um ‘perde-perde’ ao longo de todo ano. E não é por falta de capacidade da indústria que fabrica armazéns”, afirmou Bertolini na abertura do 3º Congresso da Abramilho, em Brasília. “Precisamos mudar a realidade do Brasil construindo mais armazéns dentro das fazendas”, completou.

O dirigente lembrou que nos Estados Unidos, maior produtor mundial de milho, a capacidade de armazenagem supera o volume total da safra. Mais da metade das estruturas, como silos e armazéns, estão nas fazendas.

“O milho tem um valor agregado menor em relação à soja. Entramos em desvantagem competitiva por esses espaços, fretes, caminhões, e isso faz com que o milho seja desvalorizado dentro da fazenda”, apontou. “O que precisamos agora é armazenagem mais consistente dentro das propriedades”, concluiu.

Recursos

Tânia Zanella, superintendente da Sistema OCB, da Organização das Cooperativas Brasileiras, defendeu o direcionamento de recursos para as linhas PCA e Prodecoop, destinadas a investimentos em armazenagem, no Plano Safra 2025/26.

“Temos falta de política de armazenagem mais robusta. Estamos às vésperas do lançamento do Plano Safra, e sabemos da necessidade e o desafio que vai ser. Temos que estar todos imbuídos no mesmo proposito por um Plano Safra que supere a expectativa do produtor”, disse ela, que também preside o Instituto Pensar Agropecuária (IPA), ligado à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).

“Precisamos pensar em alternativas, porque as cooperativas estão necessitando de recursos para investimentos, e a armazenagem é um tema central. Precisamos pensar dentro de política pública robusta (…) Temos que buscar propostas factíveis e alternativas para isso”, completou.

O vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), José Mário Schreiner, salientou que a estrutura de armazenagem instalada no país atualmente é capaz de estocar apensa 70% da produção. “A FAO recomenda ter 130% de capacidade de armazenagem e temos apenas 70%. É um passo muito longo que precisamos dar em relação a isso”, disse no evento.



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