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Ambiental desiste de tirar de operação 12 trólebus, confirma SPTrans oficialmente ao Diário do Transporte


Segundo gerenciadora, companhia diz que decisão ocorreu depois de análise técnica. Grupo de Defesa do Trólebus, do Patrimônio Histórico e de do Meio Ambiente reclamaram da aposentadoria dos veículos

ADAMO BAZANI

A empresa Ambiental Transportes Urbanos voltou atrás e desistiu de desativar 12 trólebus no sistema de linhas municipais da capital paulista.

A informação foi confirmada oficialmente ao Diário do Transporte pela gerenciadora dos serviços da prefeitura, SPTrans (São Paulo Transporte), nesta terça-feira, 02 de setembro de 2025.

Segundo a SPTrans, na resposta ao Diário do Transporte, a Ambiental tomou a decisão de voltar atrás após análises técnicas. Com isso, a cidade continua com a frota original de 201 ônibus elétricos conectados à fiação aérea.

A Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Transporte (SMT) e a SPTrans informam que a concessionária Ambiental solicitou em 28/8, por decisão técnica, o cancelamento do pedido de baixa de 12 trólebus que havia apresentado dia 21.  A Ambiental permanece com 201 veículos deste modelo cadastrados na frota – diz a resposta na íntegra

Entretanto, o Diário do Transporte mostrou que entidades ligadas à mobilidade, meio ambiente e patrimônio histórico se queixaram da desativação, pedindo a reativação de todos os veículos ou, ao menos a preservação de algumas unidades, entre as quais, o modelo de fabricação da “Ibrava”, único trólebus da marca no Brasil.

Relembre:

DESATIVAÇÃO COMPLETA AINDA PODE OCORRER:

Como tem mostrado o Diário do Transporte, o prefeito Ricardo Nunes disse em 23 de julho de 2025, durante entrega de ônibus elétricos com baterias que com o início das operações de um VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) com duas linhas no centro da cidade, previsto para 2029 ou 2030, a rede de trólebus seria completamente desativada.

Um estudo elaborado pela Rede Respira São Paulo mostra que a decisão poderia ser um equívoco, já que a abrangência dos trólebus é em uma área maior na cidade, com uma rede de 150 km indo até as zonas Leste, Sudeste e Oeste, além do centro. O VLT teria apenas 16 km. Além disso, o estudo mostra que em diversas partes do mundo, VLT e trólebus não apenas convivem como melhor compartilham estruturas de redes e abastecimento.

Desativar trólebus por causa de VLT (Bonde de São Paulo) é um desperdício e vai na contramão do que mundo pratica, aponta estudo (ENTREVISTA e VÍDEO)

LEGALMENTE, PREFEITURA NÃO PODE OBRIGAR RENOVAÇÃO POR TRÓLEBUS

Como também mostrou o Diário do Transporte, o contrato com a concessionária Ambiental Transportes não a obriga comprar novos trólebus, mas os veículos substitutos, que não serão mais bens reversíveis devem continuar a ter zero emissões. Assim, a decisão de não optar por trólebus, ao menos no contrato, é essencialmente da operadora e não da prefeitura.

Relembre:

Legalmente, o poder público não pode obrigar que uma empresa adote determinada tecnologia porque estaria, de acordo com as leis nacionais sobre contratos públicos, direcionando uma aquisição, que deveria ser de escolha do prestador privado, para determinados fabricantes, caso existam soluções tecnológicas similares que entreguem os mesmos resultados que, neste caso são, prestar os serviços de transportes, sem emissões.

O que o poder público pode fazer é estimular metas e parâmetros operacionais, como quantidade de veículos, dimensões, emissões, frequência de serviço, etc.

E, independentemente das discussões técnicas, do ponto de vista jurídico, os veículos a bateria têm o mesmo fim: transportes sem emissões.

Além disso, atualmente, apenas uma empresa, a Eletra, de São Bernardo do Campo, produz trólebus no Brasil. A fabricante também tem linhas de produtos somente a bateria.

Logo, uma obrigação pela tecnologia poderia ser contestada pelos fabricantes de ônibus elétricos a baterias no MP (Ministério Público) ou TCM (Tribunal de Contas do Município), com grandes chances de terem os pleitos atendidos e a prefeitura ser enquadrada em alguma irregularidade. Poderiam até haver importações ou incentivos internos para outras fabricantes disponibilizarem trólebus no mercado brasileiro. Mas isso, também do ponto de vista jurídico, não pode ser induzido diretamente pelo poder público.,

Mas se não obriga, o contrato não proíbe os trólebus. Assim, inicialmente, ao menos ao pé da letra da lei, a decisão de manter ou não a renovação com este tipo de veículo seria da Ambiental. Em tese, mais uma decisão comercial, técnica ou operacional, e até política, que legal.

Nos bastidores, porém, a questão é mais complexa e as fabricantes de ônibus a bateria ganham força no mercado brasileiro e paulistano de veículos não poluentes, tanto economicamente como do ponto de vista político.

A própria prefeitura não demonstra interesse em ajudar de outra forma que poderia contribuir na manutenção do sistema de transportes por trólebus. A alegação do prefeito Ricardo Nunes são os custos de manutenção da rede em torno, segundo ele, de R$ 30 milhões por mês.

Pelo contrato, com base no ano de fabricação da maior parte dos trólebus, a troca da frota majoritariamente deve ser entre 2029 e 2030.

O ano de 2029 coincide com um plano anunciado pelo prefeito Ricardo Nunes.

Em 23 de julho de 2025, ao entregar novos ônibus elétricos a bateria, o prefeito Ricardo Nunes afirmou que a rede de trólebus seria desativada com a inauguração do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), prevista para 2029 e 2030, restrita apenas ao centro da cidade.

Relembre:

Por ser único no País, entidades ligadas a história dos transportes, estudam formas de pedir a preservação do veículo.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes



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