Publicado em: 18 de dezembro de 2025

Maior parte irá para subsidiar sistema de ônibus. Eletrificação de frota e bonde de São Paulo) também vão contar com recursos substanciais
ADAMO BAZANI
A Câmara Municipal de São Paulo aprovou na noite desta quarta-feira, 17 de dezembro de 2025, o Orçamento para a cidade em 2026.
Os vereadores também aprovaram o Plano Plurianual 2026-2029. O valor para o quadriênio é de R$ 588,4 bilhões.
Já somente para 2026, o orçamento da cidade será de R$ 137,4 bilhões.
O valor significa aumento em relação ao primeiro texto do projeto, por causa de emendas e remanejamentos.
O orçamento de 2026 previsto inicialmente pela Prefeitura era de R$ 135,4 bilhões. Para a 1ª votação, o valor foi reajustado para R$ 136,6 bilhões.
Já no 2º turno, o montante foi majorado para R$ 137,4 bilhões para atender “pautas da habitação, da cultura, da saúde, da zeladoria, principalmente nas periferias da cidade de São Paulo, segurança pública chegando a quase R$ 2 bilhões”, segundo a Câmara.
Para a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Transporte, a gestão do prefeito Ricardo Nunes reservou mais de R$ 11 bilhões.
Mais da metade dos recursos da mobilidade irá para subsidiar o sistema de ônibus.
De acordo com o texto original da LOA (Lei Orçamentária Anual), as “compensações tarifárias do sistema de ônibus (ação orçamentária 4701) têm um orçamento de R$ 6,22 bilhões (R$ 6.225.023.714,00) para o exercício de 2026, valor que contempla as gratuidades instituídas no Município para a redução de desigualdades e a ampliação de acesso universal a espaços e serviços públicos, como a tarifa zero aos domingos e a expansão do benefício a públicos específicos nos outros dias da semana”.
A Câmara destacou que, de acordo com o Programa de Trabalho da pasta, que especifica onde a verba poderá ser aplicada, estão previstos R$ 2,27 bilhões para a eletrificação da frota de ônibus e melhoria da gestão do sistema de transporte coletivo. Além disso, há R$ 56,33 milhões para a implantação do bonde São Paulo VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) do centro.
Também estão contemplados na peça da Secretaria R$ 360,13 milhões para intervenções na área de mobilidade urbana. Destaque para investimentos de R$ 54,47 milhões para a manutenção e operação de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas, mais R$ 20 milhões para a construção de novas faixas para este tipo de modal na capital paulista.
Veja alguns pontos principais do texto:
TRANSPORTE A mobilidade urbana, a qualidade do transporte coletivo e a facilidade no trânsito de pessoas, bens e serviços, considerando distância, tempo e custo, bem como a relação das pessoas quanto à ocupação e à fruição dos espaços públicos, têm impacto direto com a qualidade de vida e desempenham relevante função social. A Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Transporte é responsável por formular, propor, gerir e avaliar políticas públicas para o desenvolvimento da mobilidade urbana, estudar, planejar, gerir, integrar, fiscalizar e controlar os transportes individuais e coletivos do Município, além de executar os serviços de trânsito da competência do Município. Os planos setoriais de sua competência são o Plano Cicloviário do Município de São Paulo, Plano de Segurança Viária do Município e Plano Municipal de Mobilidade Urbana. Entre as medidas previstas nas ações orçamentárias da proposta para mobilidade urbana em 2026, destacam-se as iniciativas de eletrificação da frota de ônibus, a incorporação progressiva de biometano à frota, a expansão e a requalificação da malha cicloviária, a modernização semafórica e da sinalização viária, a expansão do Programa Faixa Azul e de iniciativas de educação no trânsito e a ampliação da infraestrutura viária e da malha de corredores e faixas exclusivas, além da modernização do sistema municipal de transporte coletivo com a adoção de novos modais, como o hidroviário e os veículos leves sobre trilhos (VLT). A função Transporte representa R$ 9.941.154.986,00 no orçamento de 2026. A cidade de São Paulo possui um sistema de transporte complexo e interligado, destacando-se a constante expansão do sistema cicloviário, para o qual estão previstos R$ 205.923.097,00 (ações orçamentárias 1097, 1098, 2093 e 2098). Em 2026, também serão empreendidos esforços para a ampliação da capacidade de operação do transporte coletivo na região leste da Cidade, por meio dos investimentos no BRT – Aricanduva, sistema de transporte rápido que conta com a previsão de investimentos que totalizam R$ 414.253.087,00 (ações 1094, 3758, 3759, 3761, 3762, 3763, 3764 e 3765). Também estão previstos outros investimentos, destacando-se R$ 77.075.222,00 em construção de terminais de ônibus (ação 1095), R$ 144.051.668,00 em construção de outros corredores (ações 1099 e 5392) e R$ 2.270.330.908,00 para a eletrificação da frota de veículos do sistema coletivo de ônibus (ação 1800).
Com grande impacto no orçamento municipal, as compensações tarifárias do sistema de ônibus (ação orçamentária 4701) têm um orçamento de R$ 6.225.023.714,00 para o exercício de 2026, valor que contempla as gratuidades instituídas no Município para a redução de desigualdades e a ampliação de acesso universal a espaços e serviços públicos, como a tarifa zero aos domingos e a expansão do benefício a públicos específicos nos outros dias da semana. Em relação à manutenção da qualidade e à eficiência nas ações de operação do trânsito, segurança viária, implantação e manutenção da sinalização de trânsito, educação e treinamento de trânsito, entre outros, está previsto o valor de R$ 1.408.023.719,00 para os serviços de Engenharia de Tráfego (ação 4702).


Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes


