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Arena ANTP 2025 mostra que integração é mais que infraestrutura — é experiência e propósito


Em debate mediado por Leticia Pineschi, diretora da Abrati, especialistas defendem hubs de mobilidade como ecossistemas vivos, conectando tecnologia, pessoas e sustentabilidade para transformar o transporte coletivo brasileiro.

ALEXANDRE PELEGI

Os terminais de transporte estão deixando de ser apenas pontos de embarque e desembarque. No Arena ANTP 2025, realizado entre os dias 28 e 30 de outubro no Transamérica Expo Center, em São Paulo, o painel “Terminais, hubs e integração: parcerias público-privadas para revitalização e gestão” mostrou que eles estão se tornando plataformas de convivência, tecnologia e desenvolvimento urbano.

Com mediação de Letícia Pineschi (Abrati), participaram Rodrigo Fernandes (Socicam), Sílvia Pereira (Metrô SP) e Rémy Tao (Agência Francesa de Desenvolvimento – AFD). Mais do que discutir obras e contratos, o grupo abordou como o transporte coletivo pode reconectar as pessoas com a cidade — física e emocionalmente.

O terminal como “sala de estar” da mobilidade

“Os terminais são as salas de estar da mobilidade brasileira”, afirmou Letícia Pineschi. A metáfora guiou boa parte da conversa: espaços onde o passageiro deve sentir conforto, segurança e clareza nas informações. Segundo ela, 85% das passagens de curta distância já são vendidas por meios digitais, o que exige repensar o design e a função dos terminais — não apenas como estruturas físicas, mas como interfaces entre o passageiro e a experiência da viagem.

Desafios e novas funções dos terminais

Rodrigo Fernandes destacou o papel da Socicam como gestora de grandes terminais rodoviários e urbanos em São Paulo, Rio, Brasília, Campo Grande e no Nordeste. Segundo ele, a empresa tem investido em inovação, conforto e serviços, mas ainda enfrenta o desafio da informalidade e do transporte clandestino, que prejudica tanto a segurança dos passageiros quanto a sustentabilidade econômica do setor.

Conectividade e parcerias

Representando o Metrô de São Paulo, Sílvia Pereira trouxe a perspectiva da integração tecnológica: “Não basta ampliar linhas; é preciso oferecer conectividade e experiência.” O metrô paulista vem firmando parcerias com a iniciativa privada, incluindo a implantação de Wi-Fi 5G, para tornar as estações ambientes mais inteligentes e integrados.

O olhar internacional

O francês Rémy Tao (AFD) apresentou experiências europeias de parcerias público-privadas sustentáveis, com destaque para a Gare Saint-Lazare, em Paris — um modelo de estação que combina transporte, comércio, cultura e convivência. Para ele, a integração de modais deve ser também integração de vidas urbanas: “Um terminal é um ponto de passagem, mas também um ponto de permanência.”

Mobilidade viva e sustentável

O debate mostrou que a intermodalidade é o novo alicerce da mobilidade urbana, não apenas para reduzir emissões e custos, mas para transformar o transporte coletivo em uma escolha desejada. O painel mediado pela Abrati reforçou que a mobilidade sustentável nasce quando infraestrutura, tecnologia e inclusão caminham juntas.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transporte



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