Publicado em: 3 de novembro de 2025

Durante o 24º Congresso da ANTP, 16 entidades nacionais iniciam articulação conjunta para fortalecer o transporte público como direito social e eixo central da mobilidade urbana
ALEXANDRE PELEGI
Durante o 24º Congresso da ANTP (Arena ANTP 2025), realizado em São Paulo de 28 a 30 de outubro, representantes de 16 entidades de atuação nacional ligadas à mobilidade urbana se reuniram para discutir os desafios do setor e iniciar o processo de criação da Aliança pelo Transporte Público Coletivo.
A proposta busca construir uma articulação nacional ampla e permanente, reunindo instituições comprometidas com o desenvolvimento de políticas públicas e soluções que tornem o transporte coletivo mais eficiente, acessível e sustentável. O encontro reforçou a importância da defesa e valorização do transporte público — reconhecido como direito social e serviço público essencial para o desenvolvimento das cidades e a mobilidade das pessoas.
A criação da Aliança surgiu do entendimento de que o transporte coletivo precisa voltar ao centro da agenda nacional. A fragmentação das políticas de mobilidade e a falta de coordenação entre diferentes esferas de governo e atores do setor têm dificultado a implementação de soluções duradouras.
Com o lançamento do processo de formação da Aliança, as entidades pretendem estabelecer um espaço permanente de diálogo e ação, integrando operadores de ônibus e trilhos, indústria, organizações da sociedade civil, poder público e instituições financeiras.
Temas prioritários
Durante o encontro, foram identificados oito eixos estruturantes para orientar o trabalho coletivo. Entre eles, destacaram-se dois temas centrais:
- A aprovação do novo marco legal do transporte público coletivo, já aprovado no Senado e aguardando votação na Câmara dos Deputados;
- A formulação de políticas tarifárias sustentáveis, com estudos sobre tarifa zero e modelos de financiamento que garantam equilíbrio econômico e acesso universal.
Esses tópicos deverão nortear as primeiras ações conjuntas e servir de base para a definição de metas de curto e médio prazo.
Próximos passos
Os participantes definiram como próximos passos o envolvimento de outras entidades do setor e a elaboração de um manifesto público, que formalizará a criação da nova instância de articulação nacional.
A iniciativa marca o início de uma frente de cooperação plural e colaborativa, cujo propósito é ampliar a participação do transporte coletivo na matriz de mobilidade urbana e impulsionar políticas públicas voltadas à eficiência, à acessibilidade e à sustentabilidade do setor.
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes


