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Audiência em Anápolis (GO) fixa 30 de setembro como prazo para plano emergencial de transporte coletivo


Agência municipal e empresa Urban deverão apresentar planejamento que poderá incluir subsídio e modernização tecnológica; sistema perdeu dois terços da demanda desde 2015

ALEXANDRE PELEGI

Na manhã de sexta-feira, 5 de setembro de 2025, a Câmara Municipal realizou uma audiência pública que estabeleceu o dia 30 de setembro como prazo final para que a Agência Reguladora Municipal (ARM) e a concessionária Urban apresentem um plano conjunto de ação para retomada e modernização do transporte coletivo.

Localizada no Planalto Central, a cerca de 50 quilômetros de Goiânia e 140 quilômetros de Brasília, Anápolis é um dos principais polos industriais e logísticos do Centro-Oeste, cortada por rodovias federais como a BR-153, BR-060 e BR-414, além de ser ponto inicial da Ferrovia Norte–Sul. Com população estimada em 420,3 mil habitantes, segundo o IBGE (julho de 2025), o município ocupa a terceira posição entre os mais populosos de Goiás, atrás apenas de Goiânia e Aparecida de Goiânia.

O crescimento populacional, somado à pressão sobre a mobilidade, ajuda a explicar a urgência em reestruturar o transporte coletivo. Durante a audiência, o vereador Wederson Lopes (União), presidente da Comissão de Urbanismo, destacou que o contrato vigente não corresponde mais à realidade atual: “Vivemos uma realidade totalmente diferente daquela de 10 anos atrás, 15 anos atrás, quando foi feito o contrato”. O parlamentar ressaltou que ficou pacificada entre os presentes a necessidade de subsídio público, inclusive com possibilidade de aporte do governo estadual, para manter ou reduzir tarifas e viabilizar investimentos.

O advogado Carlos Leão, representante da Urban, apresentou números que reforçam a crise do sistema: o contrato de 2015 previa capacidade para atender 2 milhões de passageiros por mês, mas a demanda caiu para cerca de 600 mil embarques mensais. O custo operacional, porém, permanece alto, em torno de R\$ 7 milhões mensais. “O sistema está na UTI; precisa ser medicado e tratado, precisa de força para vencer essa maratona”, alertou. Ele acrescentou que, com o suporte público, será possível investir em inovação tecnológica, renovação da frota e aplicativos que permitam ao usuário acompanhar em tempo real os horários e a localização dos ônibus.

Representando a prefeitura, o assessor especial Amilton Batista afirmou que o Executivo buscará apoio junto ao Estado para estruturar um plano sustentável de manutenção do transporte, considerando a nova realidade de demanda reduzida. “A participação da Câmara é imprescindível e fundamental nessa discussão”, afirmou.

A audiência contou ainda com a participação do ouvidor da ARM, Bruno Jaime, do presidente do Instituto de Engenharia de Anápolis, Fábio Gomes, além de vereadores de diferentes partidos, como Fred Godoy (Agir), Domingos Paula (PDT), Alex Martins (PP), Suender (PL), Carlim da Feira (PSD), Rimet Jules (PT) e Leitão do Sindicato (Avante).

O prazo agora é curto: até 30 de setembro, a ARM e a Urban terão de apresentar o planejamento conjunto. A expectativa é de que o documento detalhe mecanismos de subsídio, propostas de modernização tecnológica e estratégias para recuperação da confiança dos usuários, em um cenário no qual a cidade, cada vez mais populosa e estratégica, precisa de soluções urgentes para garantir um transporte público à altura de sua importância regional.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes



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