Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (23), o presidente do Corinthians, Augusto Melo, assegurou que não vai renunciar ao seu cargo após ter sido indiciado na última quinta (22) pela Polícia Civil pelos crimes de associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro relacionados ao caso VaideBet.
O mandatário alvinegro assegurou que “não deve nada” no clube e negou que vá desistir da presidência para cuidar de sua defesa nas investigações.
“Estou muito tranquilo, até porque minha vida é muito transparente e honesta. Tenho vida familiar maravilhosa, não tenho vícios. Desde que virei candidato venho trabalhando incansavelmente pelo Corinthians. Sou corintiano. Duvido que tenha alguém lá dentro, pode ter igual a mim, mas mais corintianos que eu não tem, ainda mais ali. Tem aqui para fora, ali dentro é difícil”, iniciou.
“Não passa pela minha cabeça renunciar. Não devo nada. Venho dedicando minha vida ao Corinthians. Esse foi um grande contrato, se houve problema a Justiça vai deixar claro mais para frente. Outro grande contrato foi com a TV. Da mesma forma. Nunca teve problema em nenhum outro. Não tenho envolvimento nenhum nisso”, seguiu.
“Confio na Justiça. Quero a investigação mais do que ninguém. Foram buscados os rastros até determinado grau, por que parou? Tem que saber. A empresa não conheço, na minha gestão não tem acordo com empresa de jogador, nem falo. Ligo direto para o executivo de futebol. Muito tranquilo, não penso em renúncia”, reafirmou.
“Isso não é manchar o Corinthians, ele vem sendo manchado antes da minha gestão. Eles fazem isso. Eu sempre preservei porque sei a marca que represento. Sempre procurei trabalhar. Trabalhei muito. Sabe quanto deixamos de ganhar de Fiel Torcedor por ano? Mais de R$ 70 milhões, e estamos mudando isso. Não recebemos um real de estacionamento, temos algo que está encaminhando. CT da base que me cobravam. São quatro grandes contratos em que o Corinthians não tinha receita”, complementou.
Após perder o apoio da “Gaviões da Fiel“, principal torcida organizada do clube, ele também pediu que os torcedores alvinegros “entendam” sua situação e se defendeu das acusações.
“Não é neglicenciar nem ir contra a torcida. Ela precisa saber a verdade. O torcedor não sabe conteúdo e veracidade de tudo. Tem um cunho político aí, brigamos com sistema bruto”, bradou.
“Veja como pegamos Corinthians e como está hoje. Com todo esse imbróglio que veio de passados. Torcedor me cobrava auditoria, está feita. Está comprovado que tem erro nas contas. Quer saber de tudo? Peça para abrir as contas. Temos departamento de conselho fiscal competente, que disse que tem tudo para reabrir contas de 2023, porque há indício de erros”, ressaltou.
“Estou mostrando e tendo coragem de mudar o sistema para o bem do Corinthians. Recorde de público, recorde de receita, ingresso congelada, manutenção congelada, e eu buscando receita fora. O que tem de errado nisso? Me dá uma coisa que fiz errado, aí vou embora. É tudo para o bem do Corinthians”, assegurou.
“Estamos com crebidilidade em alta na administração do Corinthians. Há 10 anos não tinha superávit. Se o erro de balanço de 2023 que queria jogar para nós, para ver o que jogam para fora. Tenho superávit de R$ 9,5 milhões, começo com mais R$ 12 (milhões). Há mais de sete anos o corintiano não sorria. Nunca tivemos fila para comprar camarote e cadeira, hoje temos”, argumentou.
“Espero que o torcedor entenda, tudo vai ser resolvido. Sou o primeiro a querer o fim da investigação, não tenho nada, nunca falei com as pessoas que estão sendo comentadas”, complementou.
Reafirmando ser inocente de todas acusações, Augusto ainda disse que “dorme tranquilo” e conta com apoio de seus familiares no momento particular difícil.
“[Que Augusto renuncie] É isso que eles [opositores] querem. Desde o dia 2 de janeiro de 2024 eu sofro essa pressão, não só financeiramente, como emocionalmente. Tentam sufocar para que minha família também se sinta pressionada. A grande resposta é minha filha e meu filho falarem que conhecem meu caráter e isso me dá força”, apontou.
“Vou renunciar por algo que não fiz? Vou renunciar por algo que um ou outro estão julgando e não é verdade? Estou tranquilo. É isso que lá dentro 10 pessoas querem. Lá se briga por poder, ganância, status. Dizem que a cadeira do Corinthians é a segunda do país, para mim é a mesma coisa, não mudei minha vida, continuo a mesma pessoa”, assegurou.
“Quem mancha a imagem do Corinthians são alguns que estão lá dentro. Que torcem contra e não sabem o tamanho do problema que criaram. Eles não pensam no Corinthians, pensam no poder. Se esses caras soubessem que todos unidos o Corinthians saia disso rápido e viraria potência. Eles não querem que você faça um bom trabalho”, finalizou.