O Brasil esteve muito perto de colocar dois tenistas na terceira rodada do Australian Open, algo nunca visto no primeiro Grand Slam da temporada. A derrota de João Fonseca para o italiano Lorenzo Sonego impediu o sonho de virar uma doce realidade em Melbourne. Mas outro segue vivo e tem Bia Haddad Maia como grande esperança.
Ao eliminar a russa Erika Andreeva, Bia confirmou classificação para a terceira fase e igualou sua melhor campanha do Grand Slam australiano. Agora sozinha (ao menos na chave de simples), ela luta para ser a primeira tenista do Brasil a alcançar as oitavas de final do torneio na Era Aberta.
(Conteúdo oferecido por Itaú, Mitsubishi, Seara, Ademicon, Engie e Philco)
Na história do Australian Open, quatro brasileiros chegaram longe assim: Marcos Hocevar em 1983, Jaime Oncins em 1991, Gustavo Kuerten em 2004 e Bia Haddad em 2024. Com nova chance de se isolar neste ranking, ela volta à quadra na sexta-feira (17) contra a russa Veronika Kudermetova, com transmissão ao vivo do Disney+ Premium.
Vale lembrar, é claro, do vice-campeonato de Maria Esther Bueno em 1965, quando perdeu para Margaret Court, quando o torneio ainda era disputado na grama. O feito, porém, foi antes da chamada Era Aberta do tênis, iniciada em 1968, quando os torneios de Grand Slam passaram a permitir que profissionais atuassem.
Neste recorte, quem fez a primeira participação marcante no Australian Open foi Marcos Hocevar. Em 1983, o gaúcho eliminou Russell Simpson e Nduka Odizor para depois cair para o australiano Paul McNamee em cinco sets.
Demorou oito anos até outro brasileiro chegar à terceira rodada na Austrália. Jaime Oncins começou bem a campanha de 1991, ao despachar o australiano John Arbanas e depois o português Nuno Marques. A trajetória parou no favoritismo de Jim Courier, que tirou Oncins em sets diretos.
Gustavo Kuerten teve sua chance em 2004, quando já nem estava mais no auge físico e técnico. Guga tirou John Van Lottum, da Holanda, e Ivan Ljubicic, da Croácia, logo na sequência. A expectativa de seguir adiante era grande, mas o tailandês Paradorn Srichaphan interrompeu a campanha.
Vinte anos depois, Bia levou o Brasil de novo à terceira fase, após tirar a tcheca Linda Fruhvirtova na estreia e repetir a dose com Alina Korneeva. A campanha acabou pelas mãos de Maria Timofeeva. Agora, um ano depois, a paulista não quer desperdiçar a oportunidade.
A adversária desta madrugada de sexta para sábado é uma velha conhecida da brasileira. Kudermetova e Bia Haddad já se enfrentaram quatro vezes no circuito, com duas vitórias para cada. A nº 1 do Brasil levou a melhor nos dois encontros mais recentes, ambos no ano passado e em quadras duras.
O último embate foi em Seul, durante a campanha que terminou com um título para Beatriz Haddad Maia. Já Kudermetova venceu a paulista no saibro no ano passado e em 2022 no WTA 500 de Tóquio, em quadra dura.