Em entrevista ao UOL, o diretor de futebol do Flamengo, José Boto, pediu maior rigidez à CBF (Confederação Brasileira de Futebol) em casos de calotes em compras de jogadores.
O português ironizou os constantes pedidos de times por “fair play financeiro” no futebol nacional e salientou que boa parte dos dirigentes sequer sabe como o sistema funciona.
O dirigente não citou nomes de outras agremiações, mas reclamou de equipes que não pagaram jogadores “que compraram há dois anos” do Fla.
Boto também citou exemplos de times portugueses que não pagaram por atletas contratados e levaram transfer bans, algo que ele quer que a CBF também faça no Brasil.
“As pessoas falam muito de fair play financeiro, mas as pessoas não sabem o que é isso. Fair play financeiro é algo que todos nós devíamos fazer na nossa casa, que é não gastarmos mais dinheiro do que temos. E o que se passa é que os clubes acabam fazendo uma competição desleal porque gastam dinheiro que não têm e não pagam as dívidas que têm”, disparou.
“Porque nós temos nomes conhecidos que não pagaram os jogadores que já compraram há quase dois anos. E isso a CBF tem que fazer algo”, pediu.
“Por exemplo: quando são clubes europeus que nos devem dinheiro, no caso do Leixões ou no caso do Estrela Amadora, a Fifa já os acionou, eles não podem inscrever ninguém enquanto não nos pagarem. E isso tem de ser feito aqui, porque senão é uma concorrência desleal”, complementou.
Vale lembrar, que, nos últimos meses, o Flamengo e seus dirigentes cobraram o Internacional de forma pública várias vezes por seguidos calotes na transferência do volante Thiago Maia.
Em 29 de agosto, inclusive, a CNRD (Câmara Nacional de Resolução de Disputas), órgão da CBF que media disputas judiciais entre clubes, condenou o Colorado a pagar 1,4 milhão de euros (R$ 8,81 milhões) ao Rubro-Negro no caso.